Festa

3.4K 330 231
                                    

POV Priscila

Eu realmente queria saber quem
verdadeiramente era Carolyna Borges. Ela
mostrava o quanto era diferente das pessoas que era acostumada a viver e isso estava me deixando confusa.

Entramos na festa e logo somos recebidos por seu pai.

- Olá, minha menina! - seu pai a abraça.

- Oi, pai! -ela sorri.

- Como vai, Priscila? - pergunta quando se
desvencilha de Carol.

- Bem e o senhor?

- Só Roberto. Já disse que não sou velho!
- resmunga me fazendo rir, assim como
Carol.

- Desculpe! - sorrio.

- Não vai nos apresentar, papai? - ouço uma
voz feminina e vejo Carolyna revirar os olhos.

Como gosto quando faz isso!

Duas mulheres param ao lado de Roberto.
Uma delas, sela os lábios no mesmo, que
presumo ser sua esposa. A outra, parecia ter a mesma idade de Carol.

- Esse é a nova segurança de Carol, Priscila Caliari. - aceno com a cabeça.

Olho para Carolyna e vejo o quanto ela estava desconfortável com a presença das duas.

- Essa é Kellen, minha esposa. - aponta para
a mulher mais velha. - E essa, minha filha,
vitoria.

- Prazer! - sorrio.

- O prazer é nosso, Priscila! - Vitória sorri
sugestivamente.

Carol suspira e tento segurar o riso.

- Já volto, meninas! - Roberto diz e todas
assentem. - Priscila. - acena e sai.

- Não sei como consegue ficar com Carolyna. Ela tem uma vida tão entediante, por Deus! - Kellen ri irônica e percebo Carol se encolher.

- Sim, mamãe! Seria uma boa ideia se
tornar a minha segurança. Seria bem mais... Interessante. - acaricia meu braço. - Tenho certeza que Carol não irá se importar, não é, querida? - a encara.

- Obrigada, senhorita! - me afasto de seu
toque. - Mas estou satisfeita com o meu posto. Carolyna é uma ótima companhia.

Carolyna sorri de lado e abaixa a cabeça.
Vitoria revira os olhos e dá de ombros.

- Se mudar de ideia! - sorri. - Vamos, mamãe?

- Claro, minha linda! - Até mais, Priscila! - dou um sorriso sem mostrar os dentes. - Carolyna.

Elas duas saem e vejo Carol suspirar
pesadamente.

- Sou uma boa companhia, Caliari? - ela
sorri lindamente.

- Às vezes! - dou de ombros e ela ri.

- Boba!

Vejo seu olhar percorrer por toda festa. Como se procurasse por alguém.

- Procurando alguém?

- Bom, sim! - ela sorri. - Kel disse que estaria
aqui, mas ainda não o encontrei.

Suspiro e a ajudo a encontrá-lo.

- Ele está bem ali! - aponto para a mesa onde Kelvin está rodeado de pessoas.

- Obrigada! - ela sorri. - Bom, ele me parece
ocupado. - ela sorri fraco.

Assinto.

- Pode aproveitar a festa, Priscila! - sorri. - Eu vou ficar bem aqui. - se senta. - Vou esperar por ele.

Assinto relutante e ando até uma mesa de
bebidas.

Me encosto na parede e observo Carolyna de longe.

[...]

Já haviam se passado 2 horas de festa e
eu ainda permanecia no mesmo lugar. A
observando. Se passaram duas horas e Kelvin ainda não havia lhe dado a mínima atenção, e isso me deixou furiosa. Apenas a cumprimentou com dois míseros beijos na bochecha e fez um sinal para que ela esperasse.

Ele não percebia a mulher que tinha?

Ela estava sentada no mesmo lugar.
Passava suas mãos pelos seus braços, como se estivesse com frio. Mas eu sabia o que ela
estava sentindo. Ela amava aquele babaca.
Me aproximo.

- Carolyna? - ela me olha e sorri fraco. - Ele...

- É, eu sei! - mexe em seus cabelos e olha
para baixo. - Ele está um pouco... Ocupado. - olha mais uma vez para Kelvin que conversava animadamente com duas mulheres.

Ela se levanta e pega sua bolsa.

- Onde você vai? - pergunto e ela suspira.

- Só me tira daqui! - ela pega em minha mão e me puxa apressadamente para fora.

Entramos no carro e eu dou partida no
mesmo.

- Você está bem? - pergunto.

- Sim, apenas com muita fome. - rimos.

- Eu também!

- Que tal uma pizza? - pergunta.

- Eu acho ótimo! - ela sorri.

- Então acelere!

[...]

Me sento em uma das banquetas, enquanto
a vejo cortar os pedaços da pizza. Ela estava apenas com uma blusa enorme, que ia até metade de suas coxas. O cabelo preso
em um coque mal feito e seu rosto livre
de maquiagem. Mas mesmo assim, ela
continuava linda.

- Nada de pratos ou talheres? - debocho
quando a vejo pegar um pedaço de pizza com a mão.

Revira os olhos.

- Não seja tão fresca, Priscila! - ela ri.

A acompanho e pego um pedaço de pizza
também com a mão.

- Que delícia! - ela diz de boca cheia, me
fazendo rir.

- Que feio, Borges! - faço uma careta.

- O quê? - limpa a boca com a mão, me
fazendo rir ainda mais.

- Com toda certeza você não é sinônimo de
boas maneiras. - rio e ela me mostra o dedo do meio, sem deixar de rir também.

Paro e admiro seu rosto.

Como ela conseguia ser assim, cativante,
com o seu jeito de agir e linda, sem qualquer vestígio de maquiagem ou roupas caras? Ela para e me pega a encarando. Inclina a cabeça para o lado e sorri.

- O que foi? - pergunta quase num sussurro.
Encaro seus lábios avermelhados e
convidativos. Sou tirado de meus devaneios
por batidas na porta.

- É-é melhor eu ir! - me levanto. - Deve ser
Lucca. - ela assente e me acompanha até a
porta.

- Obrigada por hoje! - ela sorri e beija minha bochecha.

Fecho os olhos com o contato de seus lábios
contra a minha pele.

É um simples contato, Priscila, não seja idiota!

Me despeço dela e de Lucca e entro no
elevador. Repiro fundo.

O que estava acontecendo comigo?

Balanço a cabeça negativamente.

Nada melhor do que uma boa transa para
esquecer, Carolyna Borges.

Meu porto seguro - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora