MUDANÇAS NO FIM DO MUNDO

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– Mamãe, eu não estou me rebelando apenas estou dizendo que não precisamos apressar isso. – Sabrina tentava explicar para Amy, que por sua vez dava a entender que foi apunhalada por toda a sua família.

– Diga a ela! Querido diga a sua filha para que deixe de ser uma criança ingrata!

– Mamãe eu não...– a jovem tentou dizer.

– VIRAM? VIRAM? Ela está fora de controle! – a mulher afirmava gesticulando na direção de Lorenzo e Charlotte, mas nenhum deles colocou sua leitura de lado, afinal já conheciam bem os nervos de Amy.

–  Estão todos contra mim, é isso mesmo? – a mulher fungava como se estivesse em prantos, obviamente não derramando nenhuma lágrima.

– Querida – começou Lorenzo, enfim colocando seu jornal de lado. – Você está sendo muito precipitada, sabe bem que a Sra. Jones é dada a um pouco de exagero. Mesmo que fosse verdade, isso não tornaria Sabrina menos admirável.

– É óbvio que torna! Ela deveria ser incomparável, insuperável. Se uma qualquer pode chegar de sei lá aonde e fazer isso, então qualquer uma pode, a qualquer momento pode aparecer alguém melhor.

– Ela não é uma qualquer mamãe – Charlotte começou a dizer, visto que era melhor Amy destilar toda a sua indignação de uma vez. O quanto antes essa discussão terminasse, mais cedo poderia ter a biblioteca só para ela. – O pai era um comerciante muito bem sucedido, o dote dela deve ser o suficiente para comprar todas as nossas propriedades, e ela veio de Diamond Ballet.

– Isso só piora tudo!

– Não é uma cidade tão ruim. – zombou, mas Amy não parecia ter notado. Seu pai a lançou um leve sorriso, um ato instintivo que desfez assim que percebeu.

– Querida, se a tal jovem é tão linda e rica logo deve se casar, e quando isso ocorrer Sabrina voltará a ser o centro dessa cidade.

– Tem razão, mas e se ela ficar com o médico? Eu trabalhei tanto para que ele e Sabrina se dessem bem, a coitada ficaria arrasada.

Charlotte não sabia o que era mais ultrajante, o fato de sua mãe realmente achar que Sabrina poderia ser capaz de gostar de Roger, ou o fato de falar por ela como se a mesma não estivesse presente.

Tinha de se retirar, seu cômodo preferido já não a pertencia mais. Infelizmente sua presença era desejada no único momento em que não queria que fosse.

– Nem pensar mocinha, não antes de me dizer como soube das informações sobre a garota nova. – declarou Amy, fazendo Charlotte sentir uma leve pitada de adrenalina como se tivesse sido pega no flagra.

– Foi a Anna, ela e a mãe foram juntas de Serafim conhecê-los assim que chegaram.

– Ah sim, aquela mocinha sabe de tudo, e é óbvio que a abutre da Serafim iria ir correndo ao encontro de novidades. – Amy disse em um tom acusador, mas era óbvio para todos presentes no cômodo que ela só não gostou de ser excluída.

Amy, Serafim Miller, e Margareth Brown são as chefes da associação de moradores da parte sul de Hill Valley.
As senhoras, coincidentemente acharam que Amy deveria dar um tempo de seus afazeres no comitê, depois que os boatos sobre a situação financeira dos Johnson começaram a ganhar força.

– Tem andado muito estressada com...– Lorenzo não conseguiu evitar de encarar Charlotte por um momento. – As mudanças.

– Acho que você tem razão, estou morrendo de enxaqueca. – Amy concordou enquanto sentava no sofá para recuperar as forças, graciosa demais para alguém supostamente perto de ter um ataque.

OS SEGREDOS DE CHARLOTTE JOHNSONOnde histórias criam vida. Descubra agora