CAPÍTULO 27

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     A viagem de volta foi tranquila, e nós paramos em diversos pontos turísticos ao longo do caminho, e até fizemos uma rápida caminhada para ver um cânion gigantesco que ficava no meio do deserto.

      Já passa das 4:00 da tarde quando enfim chegamos no campus.

      — Quer comer alguma coisa? A gente pode parar ali na lanchonete. — Ele pergunta, dirigindo o carro a uns 10 quilômetros por hora enquanto passamos em frente a lanchonete do Campus. Também há um MC Donald's, um Starbucks e um burguer king espalhados perto da universidade, mas Hunter sabe que caso não seja a minha própria comida, gosto de ir comer em algum lugar mais... Artesanal.

      — Claro. — respondo, então ele para automaticamente quase em frente a lanchonete, em uma das poucas vagas vazias ao lado da calçada. Nós saímos do carro sem nos importar com as roupas amarrotadas (devido aos amassos de algum tempinho atrás).

       O espaço interno do lugar é aconchegante, e as mesas são daquele estilo meio retrô, presas nas paredes e com um banco acolchoado de cada lado.

       Hunter e eu sentamos lado a lado numa mesa um pouco mais afastada, então uma garçonete bonita surge imediatamente para anotar nos nossos pedidos. John pede um hambúrguer e um refrigerante, e sem saber o que mais eles servem aqui e sem tempo para dar uma olhadinha no cardápio, resolvo pedir o mesmo.

      — Gostou da nossa viagem? — Ele Sussurra enquanto nossa comida não chega. A sua mão desliza para debaixo da mesa e acaricia a minha perna em um movimento quase que involuntário.

      — foi ótima! — Exclamo, querendo me encostar no seu peitoral cheiroso, mas como não somos os únicos aqui dentro, acho melhor não fazer isso. Lembrar do que nos fizemos a noite toda é...

      — No que você tá pensando, Branquelinho? Está começando a ficar vermelho como um tomate. — Ele abre um sorriso safado e dá uma apertada na minha perna, me fazendo arfar baixinho.

      —  E-em nada, ué.

      — Urrum. Acho que sei muito bem em que você tá pensando. — Ele continua me provocando, mas antes de eu conseguir abrir a boca para responder, a garçonete chega com os nossos hambúrgueres e refrigerantes.

       Eu pego o meu e dou uma bela mordida, saboreando o gosto bom e encarando Hunter, que também já começou a comer. Tenho uma mania chata de ficar julgando a comida e tentando saber como melhoraria a receita caso fosse eu quem tivesse feito, mas tento ao máximo não pensar essas coisas bobas e continuo comendo de forma tranquila.

       Passo uma das pernas por cima da de Hunter, fazendo-o abrir um sorrisinho enquanto come. Agora estamos colados ombro a ombro, mas ninguém consegue ver as nossas pernas por debaixo da mesa.

     Nós continuamos comendo de forma tranquila, até que dois caras altos e um pouco mais velhos do que eu surgem do nada e sentam no banco do outro lado da mesa.

      — Iae, cara. — O moreno diz para John, enquanto o loiro fixa o olhar em mim e abre um pequeno e estranho sorriso. Eu tenho me afastar de Hunter, porque talvez esteja um pouco na cara que somos mais que amigos (o banco é bem espaçoso, e mesmo assim estamos grudados, comigo praticamente no seu colo), mas ele agarra a minha perna e me impede de fazer isso, como se tentasse dizer silenciosamente que está tudo bem.

      — Iae, Marcus. Liam. — Hunter os cumprimenta de forma amigável, mas que de certa forma indica que não são tão próximos assim, encarando um de cada vez. Liam, o loiro, ainda continua me encarando com aquele sorriso.

      — E como você está, Sean?

       — Meu nome é Dean, na verdade. — Respondo, sacando na hora o que provavelmente está se passando aqui. Esse cara provavelmente já ficou com Sean ou alguma coisa do tipo, e talvez seja o motivo dessas encaradas.

       Não estou com paciência para explicar todo o lance dos gêmeos, principalmente pra esses caras, então agradeço internamente quando Hunter explica vagamente sobre isso.

      — Que legal, cara! — O moreno diz para mim. Esse parece ser o mais amigável dos dois.

      — Valeu. — Começo a comer o meu hambúrguer um pouco mais rápido, e Hunter segue a minha deixa, apesar de continuar conversando de forma tranquila com os seus colegas, que pelo visto estudam na mesma turma que ele, mas não estão no time de futebol americano.

       Os caras não pedem nenhum lanche para eles, e depois de mais alguns minutos, levantam e saem depois de darem um aceno rápido para a gente.

      — Desculpe por isso, Dean. Eles podem ser um pouco intrometidos e chatos quando querem. — Hunter sussurra para mim, mas eu nego levemente com a cabeça.

      — E-eu que sinto muito pela ceninha. Não deveria ficar tão próximo e agarradinho quando estamos em público. — explico, enquanto me afasto um pouco para o lado, tirando a minha perna de cima da sua. John me encara por um bom tempo, erguendo uma das sobrancelhas grossas.

      — Eu não me importo com isso, Branquelinho. Não tem nada demais nisso.

      — É-é que a gente não é namorado; e eu n-não sabia como você se sentia em relação a comportamentos afetivos em público e-e...

      — O que?! Eu achei que tivesse ficado subentendido isso, Branquelinho! — Ele exclama, voltando a cobrir a distância que nos separa e praticamente me esmagando contra a parede da lanchonete.

      — S-subentendido o que?

       — Você e eu... Como namorados, ué. — Ele dá de ombros.

       — S-sério? É que você nunca comentou sobre como seria a nossa relação e... Algo do tipo. Não queria pressionar. — Respondo meio sem jeito, sentindo o coração martelar sem parar. Não queria ser aquele tipinho meloso que fica insistindo toda hora, porque talvez isso fizesse ele cansar de mim.

       — A culpa é minha por não ter falado com todas as Letras, Branquelinho, mas na minha cabeça a gente já tava com quase dois meses de namoro! Vou ter que começar a contagem de novo então. Você. Quer. Namorar. Consigo?

       — Claro! — me jogo no seu peitoral musculoso sem me importar em estarmos em público, mas a nossa mesa fica um pouco escondida nos fundos mesmo. A gente tá namorando oficialmente então?? Ai meu Deus ai meu Deus ai meu Deus...

      — Não me importo em ser visto em público com você, Branquelinho. Podemos andar de mãos dadas por aí, pegar um cinema Coladinhos. As pessoas vão ficar sabendo à longo prazo mesmo, e isso não tem a menor importância. — Ele fala tão tranquilamente que é como se estivéssemos comentando sobre o clima, o que me deixa boquiaberto.

       Mas e o seu time? E a sua família? Os seus amigos? E... Ele parece saber justamente o que estou pensando, porque fala rapidamente:

      — Estamos na faculdade pra curtir a vida, Dean. Ninguém é verdadeiramente hétero aqui. — o safado beija o canto da minha boca rapidamente logo após o comentário, me fazendo dá uma risadinha boba.

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MEU CRUSH SECRETO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora