CAPÍTULO 28

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     Em meados de novembro, Hunter tem saído para jogar fora praticamente uma vez por semana. E na maioria das vezes, quando eu não tenho aula no mesmo dia, vou com ele para assistir e torcer para o meu namorado.

      Hoje infelizmente não foi um desses dias, porque eu tinha uma prova pela manhã e não pude ir com ele. O dia está chato pra caramba, e já tinha acostumado a ficar praticamente 90% do meu tempo grudado nele, seja aqui no meu apartamento ou lá na sua casa.

      A nossa relação está mais perfeita do que nunca, e depois do dia da lanchonete, eu tenho vivido nas nuvens, tão feliz que é como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento. Aquele cara me faz feliz pra caramba, é divertido, sorridente, lindo, e tem um apetite sexual incapaz de ser amenizado. As vezes eu preciso fugir daquele negão safado caso queira caminhar no dia seguinte.

     O dia de hoje seria ainda mais péssimo e solitário caso Sean não tivesse aparecido, então eu praticamente o empurrei para dentro e tranquei a porta, pronto para passar um dia inteirinho preso aqui com esse bocó, porque não estamos nos vendo tanto ultimamente.

       Percebo que ele está meio distante, com parte daquela alegria viva que emana dele 24 horas por dia simplesmente desaparecendo. Nos últimos tempos ele tem andado bastante ocupado, e o meu relacionamento com Hunter tem tomado um bom tempo meu também, não que eu tenha simplesmente deixado de lado o meu irmão!! Nada disso!!

      Eu amo os dois de forma completamente diferente. Sean é minha família, meu melhor amigo, meu porto seguro. E John é praticamente a minha vida, meu amor, meu parceiro... Mas nunca, nunca, nunca, eu desistiria do meu irmão por qualquer outra pessoa que seja.

      — Cê tá bem, irmão? — Pergunto pela décima vez, enquanto coloco todas as minhas obras primas culinárias na sua frente, sentando ao seu lado no sofá.

     — Tô bem, irmãozinho. — ele responde, comendo um pedaço da torta de maçãs como se não fosse nada. Sei que ele está mentindo, porquê Sean nunca é tão calado assim, e come saboreando cada mordida. Agora ele está simplesmente enfiando tudo na boca sem se importar com o gosto.

      — Se precisar de alguma coisa, eu tô sempre aqui pra você, okay? — Murmuro, resolvendo não pressionar muito, porque sei que ele vai se esquivar mais ainda, até chegar o momento que ele vai simplesmente levantar e dá o fora daqui.

       — obrigado, Dean. — Ele responde, fungando enquanto mastiga o pedaço imenso da torta. Eu não resisto e me jogo em cima dele, abraçando com força esse sósia idêntico a mim. Ele tem um cheiro incrivelmente parecido com uma mistura de limão siciliano e canela, e o cabelo curto é macio feito algodão.

      — Desculpa por as vezes ser chato pra caramba com você. — Sean sussurra no meu ouvido, me fazendo aperta-lo com mais força contra mim.

       —  Amo você do jeito que você é, seu bobão. — encaro os seus olhos cinza azulados, e é como se estivesse me olhando no espelho. Ele funga novamente e limpa um pouco do bolo que está no canto dos lábios.

      — Obrigado, irmão. Também amo você pra caralho. — Nós voltamos a nos separar, então obrigo-o a continuar comendo tudo que trouxe da cozinha para cá.

      Nós continuamos conversando por um tempo, até que ele diz que precisa resolver algumas coisas no campus e vai embora, me deixando só novamente.

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       Já são quase 4:00 da tarde quando recebo uma ligação de John. Atendo no mesmo instante, abrindo um pequeno sorriso quando sua voz ecoa pelo cômodo:

     — Oi baby.

     — Oi, lindão. Como estão as coisas por aí? — pergunto, deitando na minha cama com um sorriso bobo no rosto.

     — Poderia estar melhor. Queria você aqui comigo. — Hunter sussurra, me fazendo soltar um pequeno suspiro de tristeza.

     — Desculpa não poder ter ido com você.

     — Não precisa se desculpar por nada, meu Branquelinho. É só um jogo. — A voz rouca e linda dele me faz fechar os olhos, focando inteiramente nela.

     — Por falar em jogo. Você não deveria estar no campo uma hora dessas? Já são quatro da tarde.

     — O fuso-horário daqui tem uma hora a menos, lembra? Então ainda temos meia hora antes do jogo começar. — Ele explica, então eu murmuro um longo "aaaaaaaaah".

     — Está animado para o jogo?

     — Não muito. O time adversário é bom pra caralho, e um dos nossos melhores jogadores está fora do jogo porque rompeu um ligamento. — Hunter explica, soltando um suspiro.

      — Vai dá certo, meu preto lindão. Tô torcendo por você. — enrolo-me no edredom, querendo ter ele aqui comigo mais do que nunca.

      — obrigado, Branquelinho. Penso em você a cada segundo, tá? Tô apaixonado por você. — Ele murmura, fazendo o meu coração praticamente derreter.

      — Também tô apaixonado por você, John-Hunter. — Respondo, então ouço uma voz masculina distante do outro lado da ligação, chamando o meu namorado, pois o jogo já está prestes a começar.

      — O treinador tá chamando a gente. Vou ter que desligar agora, okay?

     — Tudo bem, John. Boa sorte!

      — Obrigado, Branquelinho. Um beijo gostoso pra você. — Ele provoca, me fazendo soltar uma risada baixinha.

      — Pra você também, baby. — Respondo, antes dele encerrar a chamada.

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      Passei o resto da tarde toda tentando acompanhar o jogo do meu namorado pela internet, mas os malditos sites só atualizavam de tempos em tempos, e eu não conseguia acompanhar em tempo real o que estava acontecendo lá.

      Já passava das 6:50 da tarde quando eu finalmente descobri o resultado final do jogo.

      Nós perdemos por dois ponto a menos. John deve estar arrasado com isso.

      Pelo que li no twitter e nos comentários no resultado do site, o time adversário estava praticamente agredindo os outros jogadores, e não simplesmente usando a força bruta pra driblar os adversários. Um dos jogadores do time de John quebrou o braço, e isso me fez praticamente surtar, sem saber qual jogador foi.

       Tentei falar com John uma série de vezes, mas só consegui algumas horas depois, quando nós falamos rapidamente por ligação (ele não podia ficar por muito tempo na chamada porque o seu vôo decolaria logo).

       Ele disse que estava tudo bem, e que em duas horas no máximo já estaria em casa, então vesti uma roupa confortável e parti para lá, para preparar o jantar e esperar o meu namorado chegar.

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MEU CRUSH SECRETO [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora