Capítulo 12

937 105 14
                                    

Naquela manhã não foram os raios de sol que acordaram Visenya, por mais que a claridade do dia estivesse se infiltrando pelas cortinas translúcidas, o que fez a princesa despertar foi som de passos. Não era apenas uma pessoa andando, eram muitas.

A garota sentia a cabeça doer como se tivesse sido atingida em cheio, no fundo ela queria que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, mas ao ver os cacos do que um dia foi um espelho no chão e a mão enfaixada ela percebeu que era apenas sua de decepcionante realidade.

Ela se levantou e calçou as pantufas continuando a ouvir passos ao lado de fora de sua porta no corredor, Visenya andou até às portas e tentou abri-las, as maçanetas giravam como de costume, mas as portas não abriam.
Ela estava trancada, ou melhor. Alguém a trancou.

— Arkyn! — Chamou ela. — Arkyn você está aí? — Tornou a chamar.

Sem respostas.

Ela bateu as palmas das mãos na porta e tornou a tentar.

— Arkyn! O que está acontecendo? — Ela forçou as maçanetas inutilmente.

Aquele não era um bom sinal, em todos os anos em que ela morou em King's Landing nunca fora trancada, por mais que a rainha a tivesse ameaçado uma vez ou duas...
Mas com um guarda sempre na porta aquilo nunca foi realmente necessário.

"O castelo estaria sendo atacado?
Era possível que tivessem invadido a capital, certo?
Aegon O Conquistador invadiu, a muitos anos."

Ela correu até a janela e abriu as cortinas, a garota pode ver alguns dos criados seguindo a mesma direção acompanhados de guardas reais.

Ela teve um mau pressentimento sobre aquilo, algo de muito errado estava acontecendo dentro da Fortaleza Vermelha.
Abaixo da janela ela notou que seu café da manhã era o mesmo do dia anterior, a xícara com a borra do chá continuava lá. Isso significava que Roseta não entrou ali logo cedo como de costume.
O clima parecia instável e o sol entre nuvens, em todo caso seria melhor ela estar preparada para o que viria.

A Targaryen vestiu o primeiro vestido que encontrou em sua frente, era de um tom de azul escuro, quase preto, o veludo aquecia sua pele de maneira acolhedora.
Ela desembaraçou os cabelos que estavam muito desgrenhados e fez uma trança lateral, para impedir que os cabelos caíssem em seu rosto. A garota também calçou suas botas e depois disso andou de um lado para o outro, impaciente e preocupada.

Se ao menos ela conseguisse contato com alguém...

Visenya voltou a andar até a janela, eram no mínimo quinze metros até o pátio principal. Se ela arrancasse as cortinas e as amarrasse com alguns lençóis e camisolas talvez conseguisse chegar até o chão, mas se não conseguisse e escorregasse era uma queda considerável que poderia quebrar muitos ossos e até causar sua morte.

Uma batida na porta ecoou pelo quarto e ela correu até rla tentando abri-la, novamente sem sucesso.

— Sete infernos! — Amaldiçoou.

Seu olhar caiu até o chão onde ela notou um pedaço de pergaminhos amassado próximo a seus pés, ela se abaixou e capturou o pergaminho.

Ao abrir o pergaminho ela analisou a caligrafia desconhecida até então, que dizia:

"Não faça nada imprudente.
ass: A.S"

As quatro palavras não poderiam ter deixado a princesa mais desconfiada.
"A.S"...
Arkyn Stark constatou ela, só poderia ser.

Ela apertou a bainha em sua perna e manteve a adaga nas mãos, algo a dizia que a lâmina seria usada em breve.

Visenya se sentou em sua cama completamente impaciente, um pesar assolava suas emoções, era aquele maldito prelúdio.
Ela passou cerca de dez minutos esperando, mudando de posição de cinco em cinco segundos, por julgar cada uma delas desconfortável naquele momento.

𝕯𝖗𝖆𝖌𝖔𝖓 𝕭𝖑𝖔𝖔𝖉 - HOTDOnde histórias criam vida. Descubra agora