Prólogo

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305 d.C.

Daenerys havia contado sete dias.

Sete dias desde a rendição de Porto Real.

Ela ainda conseguia se lembrar de todas as sensações que havia experienciado no exato momento em que os sinos começaram a badalar. Uma mistura quase que indissociável de alegria, raiva, tristeza, alívio... A verdade era que mesmo após sete dias, Daenerys não sabia ao certo o que a havia impedido de acabar com Cersei Lannister ali mesmo.

A Fortaleza Vermelha estava ao alcance de seus olhos, assim como de uma palavra... Uma única palavra e Drogon apagaria a existência de seus inimigos de uma vez por todas...
Assim como milhares de inocentes, pensou Daenerys ainda enjoada pelo cheiro de fumaça e carne queimada. A guerra sempre seria inevitável quando se tratava do Trono de Ferro. Aqueles que ousassem se opor, deveriam perder suas cabeças, e queimar sob o fogo de dragões.

Daenerys estava certa disso, assim como de que o povo comum deveria ter sua chance de jurar lealdade. Benevolência. Uma mensagem que alcançaria não apenas aqueles que se escondiam atrás das muralhas de Porto Real, mas todo o continente. "Gerações cantarão sobre como Daenerys Targaryen retomou o que era seu por direito.", aquela havia sido a primeira coisa que Tyrion Lannister lhe dissera após Drogon alcançar o chão.

Desde Mirri Maz Durr, Daenerys não conseguia ver em si mesma a esperança de um legado.
Seus olhos violetas alcançaram os de Jon Snow que estava sentado no outro extremo da sala do pequeno conselho, encarando a esfera negra a sua frente com certo desinteresse. Tanto havia mudado, em tão pouco tempo... Dany ainda tinha sentimentos por ele, sentimentos que não haviam se atenuado com sua mais recente descoberta.

"Quando seu ventre voltar a ganhar vida para dar à luz um filho vivo". Talvez não importasse afinal... Daenerys poderia carregar mil filhos dentro de si, de nada valeria se não fossem agraciados pelos Deuses com um sopro de vida. Ela podia ser uma Rainha em seu próprio direito, mas isso, estava derradeiramente fora do seu alcance.

– Vossa graça... – Chamou Tyrion num tom de voz um pouco mais alto. Daenerys rapidamente se dirigiu a ele, seus olhos pareciam cansados e sua barba mais descuidada do que de costume. A tomada da cidade não havia sido gentil com a Mão, o único encarregado de todas as demandas da ferida e recém-tomada capital. – Sobre os assentos do Pequeno Conselho...

– Distribua-os entre os fiéis a minha causa, dando preferência a aqueles que estiveram ao meu lado desde o começo. – Disse Daenerys ao se virar confiantemente na direção de seu mais antigo aliado. O mais antigo, ainda vivo. – Verme Cinza, eu ficaria muito honrada com a sua presença neste conselho como Lorde Comandante da Guarda Real. – Pausa. – Assim como Tyrion é a minha mão, você deverá ser a minha espada... – O imaculado curvou a cabeça em sua direção, seus olhos cheios de devoção. Ele não era bom com palavras, principalmente naquele idioma. – Enquanto ao cargo de Mestre dos Navios... Acredito que a Rainha das Ilhas de Ferro, deve ter alguns nomes a indicar...

– Na verdade, vossa graça... – Disse Jon subitamente tomando toda a atenção de Daenerys para si. – Se me permite... Eu tenho um nome para essa posição, e acredito que deva ser considerado. – Disse ainda evitando olhar diretamente para a Targaryen, que deliberadamente assentiu. – Sor Davos Seaworth.

– Seu conselheiro. – Disse Daenerys intrigada, aparentemente o velho homem parecia ser muito fiel a Jon, e vice-versa. Por qual razão seria aconselhável dispor de um aliado como esse? Talvez ele já tenha muitos aliados, pensou Daenerys ao lembrar dos banquetes em Winterfell, Jon sempre estava rodeado de vassalos... Admiradores.

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