Capítulo 19 - Entrego minha alma a você

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Dipper acordou e percebeu que Bill estava enrolado nele. As lembranças da noite anterior voltaram à tona. Dipper escapou das garras do demônio. Ele viu a expressão triste no rosto de Bill.

Dipper suspirou e beijou a bochecha do demônio antes de se levantar. Ele vestiu uma das camisas de Bill e uma cueca boxer.

O adolescente caminhou pelo corredor e foi para a cozinha. Ele decidiu que ambos poderiam tomar um grande café da manhã depois da noite anterior. Eles passaram por muita coisa, tanto física quanto emocionalmente.

Ele não estava muito surpreso que a geladeira estivesse cheia de comida. Dipper misturou a massa da panqueca. Dipper estava cantarolando para si mesmo quando um estrondo o fez quase derrubar a tigela. Houve batidas e corridas de pés antes de Bill disparar ao virar da esquina.

Ele examinou a sala antes de se virar para a cozinha.

Dipper viu o olhar de medo nos olhos de Bill, mas rapidamente desapareceu.

- Você está bem? - o adolescente perguntou.

Bill acenou com a cabeça.

- Estou muito melhor. - Ele se aproximou e abraçou o adolescente. - Muito, muito melhor. - Ele sussurrou. Ele se agarrou ao menino, os braços enjaulando o corpo menor.

Dipper sabia que o que viu ontem à noite era real.

O adolescente balançou a tigela entre eles e colocou-a no balcão antes de abraçar o homem de volta. Eles estavam peito a peito. Dipper sentiu-se ficar vermelho, o demônio provavelmente podia sentir seu batimento cardíaco errático.

- Pensei em fazer um café da manhã para nós.

- Isso parece maravilhoso, Pinheiro. - Bill tirou os cachos rebeldes da testa de Dipper. Ele olhou para as estrelas mapeadas reveladas. O demônio não pôde deixar de dar um doce beijo na testa do adolescente.

Seu amor estava aqui, isso é tudo que importava.

Dipper riu.

- Eu pensei que era sua constelação?

Bill sorriu antes que o choque se instalasse em seu rosto.

- O que você disse?

Dipper percebeu seu erro.

- Você... hum. - Ele engoliu em seco. - Na noite passada você me chamou de constelação. Eu realmente gostei. Você poderia estar dormindo quando disse isso.

Bill acenou com a cabeça lentamente.

- Talvez... a noite passada foi difícil. - Ele se afastou do adolescente.

Dipper suspirou de alívio.

- Foi por causa da coisa do clone? - ele perguntou, pegando a tigela de volta.

- Não, dormir. Eu não faço isso com frequência. - Bill disse e sentou-se à mesa. - A noite passada foi terrível.

- Pesadelo? - Dipper jogou uma bola de massa na frigideira.

Bill balançou a cabeça, mas percebeu que o menino não podia ver.

- Não, eu não sonho. - Ele respondeu.

Dipper ficou um pouco chocado com isso. Ele se virou para o demônio.

- Você é um demônio dos sonhos, mas não sonha?

- Eu não posso neste corpo. Se eu possuir uma pessoa eu sou capaz, mas são os sonhos dessa pessoa. Minha mente não pode criar a sua própria como vocês humanos podem. - explicou Bill. Ele esfregou o rosto e tentou esquecer as imagens que atormentavam sua mente.

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