Capítulo 25

707 46 15
                                    

Lucien nunca havia presenciado nenhuma das visões de Elain, pelo menos não como aquelas.

Elain havia parado no meio de sua frase, o que fez Lucien abrir os olhos e se deparar com a fêmea com a boca ainda aberta como se fosse falar alguma coisa, mas os olhos estavam completamente embranquecidos, era quase impossível de distinguir a sua íris castanha naquele mar de branco.

De repente, Lucien sentiu um aperto no seu braço e, ao olhar, percebeu que Elain o estava segurando com a mão direita, um aperto tão forte que Lucien se surpreendeu com a força da fêmea.

Seus olhos começaram a se mover e Lucien podia ver que sua face estava tomada pelo medo, mesmo que seus olhos não expressassem nada que ele pudesse identificar.

Ele estava preocupado, queria pegá-la nos braços e acordá-la, mas não poderia ter certeza de que aquilo seria a melhor coisa para fêmea. Primeiro, porque não sabia se era o aconselhado para alguém com a visão, talvez aquilo fizesse mais mal do que bem. Segundo, porque não sabia como a fêmea reagiria, talvez ela quisesse ver tudo antes de sair de seu transe e Lucien só fosse quebrar aquele desejo ao acordá-la de seu estado.

O tempo passava lentamente e Lucien ficava mais e mais preocupado, mas, depois do que pareceu uma eternidade, Elain acordou de seu devaneio, pálida, assustada e desorientada.

- Eu odeio isso. – Foi o que ela disse antes de Lucien pegá-la no colo e andar até onde suas coisas estavam largadas.

Lucien a colocou por cima da toalha já estendida no chão e lhe deu água, a qual ela aceitou de bom grado, os dois esperaram em silêncio até a cor voltar ao rosto de Elain.

- Acho... – Ela começou. – Acho que Hália está em perigo. Acho que algo ruim está acontecendo ou prestes a acontecer.

- O que você viu?

- Eu vi... – Ela tomou fôlego. – Foi horrível, Lucien, Havia tanto sangue e aquela energia.

Elain estava nervosa e tremendo, não conseguia explicar com palavras o que tinha visto, mas para que Lucien pudesse ajuda-la, ela teria que fazer isso pela amiga.

- Olhe para mim. – Ele disse a ela, estendendo a mão em um convite. – Respire.

Elain agarrou sua mão com força e institivamente se aproximou mais dele, enquanto tentava respirar da maneira como ele havia demonstrado. Os dois ficaram ali por alguns minutos até Lucien ter certeza que ela estava um pouco mais tranquila.

- O que você viu? – Perguntou de novo.

- Eu vi Hália no fundo do mar. – Ela recomeçou. – Estava escuro e ela estava sozinha, mas algo parecida brilhar bem no fundo de uma gruta. Ela tentou nadar até a luz, mas algo a impedia de alcançá-la. Depois disso, tudo mudou. Eu vi Hália agora em um grande salão, ela estava com medo, depois vi um tridente e após isso apenas sangue e mais sangue.

Lucien já havia aprendido que as previsões de Elain eram reais de uma forma e de outra, o que deixava claro que Hália corria perigo em algum lugar dentro daquele oceano e ele ainda não sabia como conseguiria contactar a fêmea.

- Teremos que falar com Tarquin. – Ele começou. – Contaremos a ele, assim poderá ordenar alguém que possa procurá-la e...

- Você não entende... – Ela falou nervosa, de novo. – Ela já pode estar ferida agora mesmo, eu não vejo só o futuro, Lucien.

Lucien olhou para ela confuso, não estava entendendo muito bem o que a fêmea queria dizer com aquilo, como ela poderia não só ver o futuro.

- Está me dizendo que seu poder é maior do que imaginamos?

Corte de luz e chamas - fanfic elucienOnde histórias criam vida. Descubra agora