Capítulo 28

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Elain chegara a praia onde, muito provavelmente, Hália havia sido jogada. O sangue não estava mais presente na areia, levado pela água, mas Elain ainda sentia, de alguma forma a dor da amiga presente naquele local, sentia o leve odor do sangue, também.

Procurou por uma concha grande, havia lido que se falasse dentro dela e jogasse no mar, alguém iria ao seu encontro, independente se fosse alguém conhecido ou não. Quando achou gravou uma mensagem se apresentando e exigindo uma reunião com a rainha dos oceanos.

Depois do que pareceram horas, Elain chegou à conclusão de que a rainha iria ignorá-la ou de que o que havia lido não era real e, na verdade, ela tinha sido enganada. Contudo, o mar começou a ficar cada vez mais violento, ondas enormes se formavam a cada segundo, chegando mais perto de onde ela estava, como se alguém forçasse o mar.

As ondas continuaram avançando e, ao invés de acertarem apenas a areia em seus pés, as ondas foram direcionadas para que acertasses Elain. A pressão da água a jogou para trás e ela caiu com as costas no chão, onde mais ondas chegaram ao seu alcance, impedindo que respirasse por mais que alguns segundos.

Quando estava perto de se afogar, as ondas pararam de atacá-la. Ao se levantar e limpar a água salgada dos olhos com a face das mãos, Elain notou que não estava mais sozinha. A sua frente havia uma comitiva de seis pessoas, todas com tons variados de verde, azul e laranja, variados tons e texturas de cabelo, pareciam muito diferentes entre si, apenas os olhos completamente negros denunciando que faziam parte da mesma raça.

- O que quer comigo? – A figura posicionada no meio dos outros cinco perguntou e Elain sabia que era a Rainha Dione, não só pela coroa de conchas que carregava entre os fios de cabelo pretos, mas por causa da imponência que exalava.

- Quero chegar em um acordo. – Elain respondeu. – Precisamos da espada para o bem de Prythian.

- E o que meu povo tem a ver com isso? – A rainha respondeu, debochada. – Meu povo não quer se envolver em suas guerras inúteis e não vamos permitir que leve um artefato que pode nos ferir.

- O ser que queremos derrotar, ele... – Elain gaguejou. – Ele é mais poderoso do que todos nós e vai nos escravizar. A todos.

Ou nos matar.

Dione soltou uma risada cruel, como se o que Elain falasse a ela fosse uma piada e não o futuro de todos, humanos e feéricos.

- Quem é você para me falar sobre escravidão? – Ela pergunta. – Foi humana antes, mas não sabe como era ser usada até acharem que era inútil. Eu vivi isso, criança, e não foi um ser imaginário que causou toda a dor de nosso povo. Foi o seu povo. Se a espada for necessária, será usada por um de nós.

Elain queria dizer que os feéricos não eram o povo dela, que ela só havia mudado externamente, mas em seu interior ainda era completamente humana. Porém, o quanto daquilo era verdade? Elain estava tentando se encaixar entre eles, desde que fingira alguma melhora e, às vezes, esquecia que havia uma época em que não tinha força, em que sangrava sem parar uma vez ao mês e que podia morrer até mesmo de uma gripe inofensiva.

- Nos ajude. – Elain continuou. – Sei que não é um ser cruel, mesmo que tenha machucado sua própria família, estava apenas com medo. Ajude-nos.

A menção a Hália virou uma chave no coração da rainha e, se antes ela já não era um poço de frieza, agora nem ao menos uma centelha de calor estava presente em seu coração.

Dione se aproximou de Elain, até ficar cara a cara com a fêmea de cabelos castanhos. Elain era mais baixa que ela, o que obrigou a fêmea a olhar para baixo, enquanto ela olhava para cima.

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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