Capítulo 26

160 17 6
                                    

Lucien e Elain foram direto para casa de Hália, mas foram recebidos pelo silêncio
dentro dela e a constatação de que a fêmea não havia voltado ainda. O que fez a
preocupação de Elain ficar ainda mais evidente para Lucien.

Ele não demorou para atravessarem para perto do castelo da corte estival e chegaram
a tempo de ver dois empregados tentando, sem sucesso, limpar o banho de sangue
que revestia a escada e o chão próximo a uma das portas.

Fato que apenas serviu para deixar tanto ele quanto Elain ainda mais tensos, já que
Lucien se lembrava da fêmea ter dito para Hália procura-la no castelo caso precisasse
de alguma coisa, e, com a visão de Elain, os dois tinham certeza de que aquele sangue
era da mais nova amiga dela.

Eles entraram direto na sala do trono, onde encontraram um Tarquin sujo de sangue,
sentado ao trono e com o rosto possesso de raiva, a visão causava arrepios até no
próprio Lucien, já que era muito difícil vê o grão-senhor da estival daquela forma.

- O que aconteceu? – Lucien foi o primeiro a quebrar o silêncio.

- O que aconteceu? – Tarquin se levanta. – O que aconteceu? Eu que deveria te fazer
essa pergunta, não acha? 

Tarquin estava transtornado, Lucien nunca o vira daquela maneira em um único dia desde que o conheceu. Institivamente, o macho se pôs entre ele e Elain, para protegê-la se as coisas saíssem do controle.

- Posso saber por que uma fêmea apareceu na minha porta coberta de sangue e chamando por ela? – O macho pergunta apontando para Elain em suas costas.

- Ela está viva? – Foi tudo o que Lucien pôde dar em resposta, era a única coisa que importava para Elain, ele sabia. Ela precisava saber se amiga estava bem, se iria sobreviver.

- Eu disse a você para não fazer nada que fosse prejudicar a minha corte, Lucien. – Tarquin disse, ignorando completamente sua pergunta. – Eu disse a você para ter cuidado.

O macho estava em completo estado de fúria, não conseguia ver nada a sua frente e Lucien podia ouvir o mar revolto fora daquelas paredes, como se respondessem ao estado de espirito do próprio grão-senhor.

- Tarquin. – Lucien foi mais incisivo. – Ela está viva?

O grão-senhor da estival finalmente olhou direto nos olhos de seu amigo e algo que Lucien deixou transparecer, mesmo inconscientemente, fez Tarquin sair de sua espiral de raiva e realmente focar na fêmea tremendo atrás dele.

Elain havia institivamente segurado Lucien pelas costas, numa tentativa de se manter firme, mas ela estava pálida e tremendo tanto que era perceptível até do local em que Tarquin estava parado, e tinha o olhar de uma corça assustada.

- Ela está viva, por pouco. – Finalmente disse. – Coloquei-a em um dos quartos na ala de hospedes.

Isso foi suficiente para Elain suspirar de alívio ao passo que Lucien virava para ela, segurando-a pelos ombros, em seguida.

- Vá ficar com ela. – disse.

- Mas Lucien... – Elain tentou dizer, mas Lucien a encarou, deixando seu olhar dar o sinal de aviso fazendo-a apenas concordar com a cabeça e sair do salão.

- Eu avisei que ia dar errado. – Tarquin disse assim que Elain saiu. – E você prometeu que ia respeitar a paz entre nós e elas. Me diz Lucien, eu sou tão ingênuo por acreditar que você manteria sua promessa?

Lucien se sentia culpado, parte porque realmente queria cumprir o que prometera ao amigo, parte porque sabia que era impossível e mesmo assim prometeu e parte porque uma fêmea saiu machucada nessa plano infundado dele.

Corte de luz e chamas - fanfic elucienOnde histórias criam vida. Descubra agora