Capítulo 4

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Elain não sabia onde estava, mas parecia ser uma sala do trono. Tinha dois dele no fundo da sala, um menor que o outro, feitos com os troncos de uma grande árvore. As paredes em vários tons de laranja e marrom e com folhas penduradas no teto alto. Ela estava na Corte Outonal, percebeu.

Por ela passou dois guardas segurando uma mulher pequena, com a pele marrom e os cabelos castanhos avermelhados caindo em cachos até sua cintura. A fêmea estava chorando muito e parecia ter sido agredida por alguém.

Um macho ruivo de repente apareceu gritando para que soltassem a garota e foi fortemente segurado por outros cinco machos, ruivos como ele, mas com uma tonalidade de pele mais clara. Eles pareciam se divertir com a situação.

Então o conhecimento atingiu Elain e ela percebeu, aquele que eles seguravam era Lucien.

- Por favor, pai! Solte-a! – ele gritou desesperado.

- Você acha que vou deixar você ficar com essa ninfa? – um macho mais velho fala do fundo do salão. Perto do trono. Ele deve ser o grão senhor da outonal. – Eu não vou deixar você me envergonhar mais do que já faz, seu idiota.

- Ela irá embora. Solte-a e ela vai para outra corte. – Lucien fala desesperado. – Nunca mais a verei. Não precisa matá-la.

A fêmea estava assustada, tremendo, parecia que ela sabia exatamente o que ia acontecer naquele salão. Ela estava com medo.

Elain ainda não estava entendendo o que aquilo era. Uma visão? Uma memória de Lucien?

- Você acha que é assim? Acha que vou deixá-la sair por aí se vangloriando de ter enganado o filho de um grão senhor? – O macho continua. – Eu avisei a você para ficar longe dela, Lucien. Isso é culpa sua.

Então o grão senhor se aproxima da garota e ergue sua cabeça pelos cabelos, o salão estava no mais completo caos e os guardas continuaram segurando a pequena ninfa, ela estava desesperada, tentando inutilmente se soltar dos seus captores.

Ele iria matar a fêmea. Elain percebeu. Ela queria sair daquele lugar, não queria ver isso, era demais. Ela não queria ver mais morte.

- Jesminda, olhe para mim. – Lucien fala chorando. – Só para mim ok? Eu amo você, sempre amarei.

A fêmea olha para ele com lágrimas nos olhos, ela está com medo, mas parece sentir paz ao olhar para o ruivo a sua frente.

- Não é culpa sua Lucien. – Ela fala para ele. – Eu sempre vou amar você.

Essas foram as últimas palavras da fêmea antes do Senhor do outono corta a cabeça dela. Lucien parece sentir a dor como se fosse nele, solta um grito de ódio e o mundo pareceu se calar diante daquela raiva.

Então tudo fica claro como o dia e Elain volta para Velaris.

- ELAIN!

Ela escuta alguém chamando por ela enquanto piscava tentando encontrar algum foco, também sente um leve apertar no seu ombro. O que ela tinha acabado de presenciar? Aquilo de fato aconteceu?

- Pela mãe, Elain. O que aconteceu? – Feyre pergunta e Elain finalmente consegue encontrar seu olhar preocupado.

- Eu... nada. – Ela sussurra.

Uma completa mentira. Ela não estava bem a muito tempo, mas aquela visão a tinha tirado completamente do eixo. Quem seria capaz de fazer algo tão cruel com o próprio filho? Isso realmente aconteceu?

Elain procura Lucien com o olho e o encontra encarando-a como se soubesse o que ela tinha acabado de ver, seu coração acelerado. Ele tinha sentido pelo maldito laço? Ele enviará aquilo para ela? Ela sentiu um pouco de raiva, ela não queria ter visto isso, não precisava presenciar tal atrocidade.

Corte de luz e chamas - fanfic elucienOnde histórias criam vida. Descubra agora