One Shots Catradora

Romance violento

Catra olhava o relógio no pulso e bufava.

Os alunos que passavam evitando esbarrar nela, estranhavam sua posição ali no portão de saída da universidade.

De fato, ela deveria estar indo para casa, não ficar ali esperando uma certa loira idiota que ainda não havia dado sinal de vida.

Qual é! Ela era pontual, por quê diabos ela estava demorando tanto hoje?

- Esperando a loirinha? Achei que odiasse ela – ouviu Lonnie zombar do seu lado.

Em resposta, dirigiu uma carranca que assustaria qualquer um, menos a garota de dreads que apenas ergueu as sobrancelhas.

- Para de ser orgulhosa e admite logo que você quer dar uns pegas nela.

- Lonnie, se você continuar a falar, eu juro por Deus que eu vou...

- O quê? – se aproximou encostando seus seios na mais baixa em desafio – vai o quê? Me bater? Pode tentar! Eu treinei esse mês, e pode apostar que ganho de você de olhos fechados agora!

Catra zombou.

- Ah por favor! Nem se eu fosse manca e cega eu perderia pra você!

Lonnie se irritou pela provocação e antes que as duas brigassem ali mesmo, Kyle correu até elas.

- Catra! Ca-Catra! – respirou fundo engolindo em seco – é a Adora, eu ouvi que levaram ela pro terraço e estão brigando! A-acho que é o Lashor.

Seus olhos se arregalaram e ela correu até o térreo, deixando os dois gritando seu nome atrás.

O que viu e o que ouviu, a enviou a um tsunami de raiva e poucos segundos ali encarando a loira ensanguentada lhe veio a mente lembranças de sua infância que tentava evitar.

Flashback

A garotinha de oito anos encarava sua irmã se maquiar.

Seus olhos brilharam.

Ela era tão linda e tão legal.

Ela era seis anos mais velha do que ela.

Ensinava ela a estudar e fazia lanches para ela, cantava para ela dormir e sempre brincava com ela.

Seu pai era ausente, ela quase não o via. E mesmo que perguntasse sempre por ele para sua irmã, ela dizia que ele estava trabalhando e era bastante ocupado.

A consolava quando ela queria seu pai a abraçando sempre, e dizendo o quanto a amava e logo Catarina sorria esquecendo de sua tristeza.

- Não se preocupe Cat – ela sorria amassando suas bochechas enquanto a garota resmungava tentando escapar – eu não vou deixar você.

Ela olhou incerta para a irmã.

- Você promete?

Sua irmã sorriu entrelaçando os dedos mindinhos.

- É uma promessa. Se eu não estar perto para cuidar de você, eu mando alguém pra te proteger por mim.

Ela fez careta quando ouviu isso. Não gostava de babás, mas só foi entender o peso dessas palavras anos depois.

Sua irmã era tudo para ela e pra quem não tinha amigos ou não sentia a mínima vontade de ter, isso já era o suficiente.

Mas, às vezes a pequena Catarina não entendia o porquê sua irmã chorava.

Ela fingia que não, mas sua irmã aparecia na maioria das vezes voltando da Escola machucada e suas vestes sujas e manchadas.

Ela dizia sempre que as aulas de educação física eram assim e que era normal e ela entenderia quando crescesse, e a pequena não ligava muito, afinal, sua irmã não mentiria pra ela, certo?