Capítulo 4

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Jisung notou pela primeira vez o mafioso sentado no fundo da sala, recostado na cadeira, imerso no seu telemóvel com as botas negras sobre a mesa. 

Encarou perplexo a aparição de Know na detenção. Afinal, Minho conseguiu diversas detenções em toda a sua vida escolar, dessas centenas de detenções, o mafioso apareceu em apenas em quinze delas. Portanto, por que repentinamente decidiu comparecer àquela inútil retenção? Em particular, com o indivíduo que claramente o colocou ali. 

Minho ergueu os olhos do aparelho digital e analisou a figura parada na porta velha, os lumes escuros como a noite miraram Han por três segundos antes de voltar o seu foco para o telemóvel, de certo fazendo algo melhor do que somente apreciar a figura bela. 

O olhar curto deu calafrios ao pequeno corpo de Jisung, uma sensação estranha, da qual ele de certo não gostou.

Han rapidamente se sentou na frente da sala, o mais longe possível de Minho. Abriu a mochila e tirou o trabalho de casa e calmamente iniciou a tarefa, esperando o professor responsável. Como se tivesse aproveitado a deixa, o homem que os dois estudantes esperavam calmamente entrou e ficou na frente da sala.

— Boa tarde, rapazes! Bem-vindos há detenção! — começou o homem bem humoradamente, esperando contagiar os dois estudantes. — Retirem os trabalhos de casa, caso usufruirem deles, e trabalhem. Ou então, podem ler ou estudar pelo resto da próxima hora! Como quiserem! — sentando-se no assento, o homem mais velho inesperadamente se levantou atendendo a chamada urgente. Resmungou breves vocábulos e desligou, colocando os seus mirantes nos dois jovens. — Bom, crianças, tenho um imprevisto que requer a minha presença, porém isso não significa que estão dispensados! Vocês os dois higienizaram as secretárias desta sala. Tenham a certeza de que retirão as pastilhas elásticas coladas na parte de baixo das mesas, quero ver a sala brilhante quando voltar na segunda-feira! Podem retirar-se da escola uma vez que acabarem o serviço. Jisung, tenho a certeza que sabes onde fica a sala dos arrumos, divirtam-se! — alegou antes de sair a passos rápidos e leves da sala. 

Divirtam-se o caralho!! — Jisung pensou. Levantou-se a contragosto e saiu da sala com o destino há sala dos arrumos. Onde avistou baldes, esfregonas, panos e uma incontável variedade de detergentes. Organizou tudo em mãos e escolheu o que seria necessário, e resfolegadamente voltou há sala de detenção, analisando a figura quieta de Minho ainda no seu lugar. — Boa, que divertido, hihi, limpar a sala com um mafioso! Apenas nós. Merda, por Deus, por que eu?! Ele é assustador... Só aquele semblante a encarar-me, exibe em mim uma vontade de sair a correr! Provavelmente, vou limpar esta porcaria toda sozinho... — continuou com os seus pensamentos turbulentos revirando os olhos assim que pousou todos os materiais no chão. 

— Porque estás a revirar os olhos? — indagou friamente levantando o cenho ao passo que agarrava um pano limpo. 

— Uh... P-por nada... — gaguejou confrangendo a sua turbulosa mente com pensamentos angustiantes. Tinha quase a certeza de que Minho o olhou ávidamente. As bochechas rechonchudas rapidamente ganharam uma coloração avermelhada pelo embaraçamento que sentia, portanto agarrou um dos panos, molhando-o no balde de água, e virou-se escolhendo uma mesa afastada do Lee e de preferência de forma a que ele não colocasse os seus mirantes nas bochechas rubras. 

Minho soltou uma risada nasal e caminhou até o balde com água e sabão. Han permaneceu surpreso com o facto de que Minho iria realmente higienizar as mesas. 

O rapaz que provavelmente nunca tocou em um material de limpeza em toda a sua vida e muito menos limpou qualquer coisa, exceto sangue, na verdade vai limpar mesas.

Jisung lentamente observou Minho enquanto ele arregaçava as mangas para não as abodegar, enquanto ele mergulhava o pano no balde. O mais velho puxou o pano para fora da água e lentamente torceu o excesso de água do pano, observando a água pingar de volta no balde velho. 

Os pulsos de Minho chamaram a atenção de Jisung. Este notou algo em torno dos seus pulsos. Han realmente não sabia o que olhava e antes que pudesse analisar cuidadosamente a situação, Minho virou-se repentinamente.

Velozmente desviou os olhos de volta para sua mesa e continuou a limpar, esperando que Minho, de forma alguma, não tivesse reparado nos seus mirantes curiosos há segundos atrás. 

 O mafioso, logo começou a caminhar em direção às carteiras e parou na que estava ao lado de Jisung.

— Há trinta mesas nesta sala, e ele teve que escolher a próxima à que estou a limpar... — Jisung pensou enquanto os seus batimentos cardíacos começavam a acelerar devido aos seus nervos.

Ninguém articulou nada o tempo todo. Eles limparam as mesas em um profundo silêncio. Jisung tentou olhar algumas vezes para a figura robusta de Minho, tentando ter um vislumbre dos seus pulsos, todavia as mangas de Minho caíram cobrindo-o por completo.

 Jisung tentou olhar algumas vezes para a figura robusta de Minho, tentando ter um vislumbre dos seus pulsos, todavia as mangas de Minho caíram cobrindo-o por completo

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Uma hora depois, Minho limpava, por fim, a última mesa que ficava na frente da sala e Jisung decidiu arear o chão.

— Por que fizeste isso? — Minho questionou subitamente, sem retirar os seus lumes negros da mesa que acabava de limpar. A pergunta repentina pegou Jisung desprevenido.

— Fazer o quê? — indagou genuinamente confuso. Jisung começou a esfregar o chão em um ritmo mais lento, nervoso com a próxima resposta do mafioso.

— Tentar retirar-me da detenção. Quer dizer, obviamente sabias que ias pegar uma também, então por que te importarias? — Minho retrucou calmamente enquanto se debruçava na mesa, observando Jisung arear pelo chão. O tom se voz pareceu mudar de timbre para um chateado. 

Jisung ficou parado enquanto pensava cuidadosamente na sua resposta, não querendo dizer parvoíces.

— Foi a coisa mais razoável a se fazer, já que sou a razão pela qual tu levaste uma retenção e não parecia justo. A culpa foi minha e não tua. A propósito, desculpa por te aprisionar aqui! — Han disse a última parte baixinho.

O de cabelos com madeixas azuis ficou em silêncio. Jisung caminhou até a frente da sala e colocou o esfregão no carrinho. Enquanto Han se virava, os seus tênis deslizaram pelo chão limpo, escorregou no chão molhado. Tudo parecia estar em câmera lenta. Jisung rapidamente fechou os olhos, preparando-se para o impacto doloroso das suas costas contra o chão.

Mas ele nunca sentiu o impacto para o qual estava preparado.

Em vez disso, ele sentiu um braço envolver a sua cintura com firmeza, puxando-o na direção oposta de onde estava o chão. Sentindo essa mudança repentina de direção e a pressão na sua tez leitosa, Jisung abriu os olhos e se deparou com os olhos negros de Minho.

Minho puxou Jisung para perto dele. Han engasgou-se, ele não conseguia desviar o olhar dos lumes acima de si. Eles olharam um para o outro pelo que pareceu uma eternidade, mas poderia facilmente ter sido somente cinco segundos. Finalmente voltando à realidade, Han percebeu o quão perto os seus rostos estavam, ocasionando a tímidez. Estava prestes a empurrar Minho para longe do seu corpo, mas antes que pudesse fazer isso, o mafioso alegou.

— Por que as tuas orelhas estão tão vermelhas?





Cicatrizes - Minsung [Tradução]Onde histórias criam vida. Descubra agora