13 | Wrong way

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Cerca de cinco dias se passaram após a agressão

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Cerca de cinco dias se passaram após a agressão. Eu estava mais tranquila com o ocorrido, porém ainda estava concretizando a hipótese de denunciá-lo. Desde o ocorrido eu e Elliot não conversamos. Não o respondi e não atendi nenhuma de suas ligações. Eu queria fazê-lo sentir o que eu senti após ser agredida. Queria que ele fosse capaz de sentir um terço da dor e do peso que eu estou sentindo desde então.

Meus irmãos haviam me convidado para um almoço e um restaurante bastante famoso em Seul, mas que por alguma razão eu ainda não havia frequentado. Eu sabia que era apenas uma forma de me distraírem sobre o que havia acontecido. Apenas um refúgio para que eu esquecesse completamente o que aconteceu.

— Um brinde a nossa modelo capa de revista — Jisoo ergue a taça, olhando-me fixamente. Ri baixinho balançando a cabeça.

— Vocês são meus fãs eu sei, mas isso não é necessário pessoal. — debocho, percebendo todos revirarem os olhos. — Estão vendo, até copiaram a minha mania.

Gargalho, olhando-os enquanto tomo um gole do suco. Havia um pequeno hematoma em minha boca. Eu já não me esforçava para escondê-lo com maquiagens, eu não importava-me mais com o que os outros iriam pensar sobre mim.

— O que vocês acham sobre nós fazermos um jantar na minha casa amanhã? Carne, música, jogos de tabuleiro, cartas. Uma ótima distração para nós pessoal. — Taehyung sugere. Ergo a mão, confirmando a minha presença. — Essa é a minha irmãzinha.

Todos nós topamos o convite do rapaz, então começamos a planejar o que poderia haver no jantar. Eu estava responsável por levar um dos pratos de comida adorado por todos. Carbonara. Entre todos eu era a melhor cozinheira, obviamente atrás de Jisoo.

— Vamos ser sinceros, eu amo a sua comida Jisoo, mas a Jennie faz um carbonara dos Deuses. — todos concordam, inclusive a própria Jisoo, o que surpreendeu-me bastante.

— Mas a Jisoo faz o melhor Kalbi Kui existente. — afirmo, mostrando um sorriso para ela. Beberico o suco, ouvindo-os discutir sobre as melhores comidas que Jisoo já fez desde que éramos crianças. Obviamente eu participei dessa discussão de irmãos.

— Jennie — a voz reconhecível ecoou pela minha mente, como um alerta em minha mente, uma angústia em meu peito, um medo dominando os meus sentidos. Ergo a cabeça encontrando o rosto entristecido e arrependido de Elliot. Levantei-me rapidamente, e Taehyung fez o mesmo, aproximando-se do rapaz.

— Olha Elliot, eu vou pedir que você se retire daqui, tudo bem? — ele pede. A mão estava próxima ao peito do rapaz, porém distante do seu corpo. Me mantive atrás de Taehyung, fitando seu olhar arrependido. Por que havia tanto arrependimento verdadeiro? Eu não entendia.

— Eu perdi o controle, Jennie, eu sinto muito mesmo. Isso não irá se repetir, meu amor.

— Elliot, por favor vai embora. — peço calmamente, sentindo minha pressão baixar rapidamente.

— Eu amo você, Jennie! Por favor, me perdoe, eu faço o que for preciso. — ele implora entrando seus próprios dedos. Me viro devagar, alisando a testa com a palma da mão. Pessoas ao redor olhavam, analisando a situação, assustadas e surpresa. Ele me amava, mas como foi capaz de levantar a mão para mim? Se ele realmente me amava, como conseguiu agredir-me?

— Com licença, o que está havendo aqui? — ergo a cabeça ao ouvir aquela voz. A voz agridoce porém ainda rouca e grossa. Uma frase falada com tanta calmaria que era impossível que fosse ela, mas ao me virar eu encontrei aquele par de olhos esverdeados serenos. Tudo se passou pela minha cabeça como um filme. Nossos breves momentos. Nossos quase sorrisos. Nossa quase noite de amor.

— Ele está alterado. Pedimos para que ele se retirasse, mas o mesmo não quer. — Taehyung falou calmamente.

— Certo, você quer uma água? Podemos conversar mais calmamente lá fora. — Lalisa fala o olhando. Elliot a empurra, percebo então a sua impaciência.

— Eu só preciso do seu perdão, Jennie, por favor. — ele implora novamente. Lalisa olha-me por longos minutos. Ela analisa a minha boca, o hematoma em minha bochecha, e em seguida o rapaz. Assimilando a situação no mesmo instante ela pousa a mão no ombro de Elliot, então sussurra algo em seu ouvido.

Não volte mais aqui. Ao menos pense em trocar uma única frase com ela novamente. — foram as últimas e únicas palavras que eu ouvi.

Elliot se virou rapidamente, caminhando em direção a saída do restaurante. As pessoas já haviam voltado suas atenções para conversas repentinas e degustações dos pretos.

— Desculpem-me por isso. É a primeira vez que isso ocorre, e com total convicção é também a última.

— Você é a dona? — Taehyung questiona, enquanto se senta na cadeira confortavelmente. Eu permanecia em pé, completamente paralisada.

— Não, eu sou filha do dono. Decidi vir visitar. Vi a confusão e achei melhor intervir. Prezo pela segurança e conforto dos clientes. — ela fala, direcionando o olhar para mim em suas últimas palavras. — Você está bem? Aceita uma água?

Assenti com a cabeça, estática. Lalisa assentiu, chamando-me com a mão, então eu a segui em direção a uma área mais calma do restaurante. Me sento em um dos bancos, apoiando as mãos nas coxas. Lalisa surge a minha frente estendendo um copo d'água. Seguro, bebericando, sentindo levemente o doce na água. Suspiro com força, pensando sobre o que havia acabado de acontecer. Ergo a cabeça, encontrando os olhos preocupados de Lalisa.

— Foi apenas um mal entendido...

— Eu sei o que ele fez — ela me interrompe. — eu não sou boba, e eu não me importo com os seus questionamentos. Eu preciso de uma compressa morna, fique aqui por mais alguns minutos.

— Lalisa, você não precisa fazer isso.

— Jennie, apenas fique aqui, e por favor me deixa cuidar de você pelo menos uma vez. — ela afirma sumindo rapidamente.

Eu permaneci intacta por cerca de 7 minutos. Ela queria cuidar de mim. Honestamente não imaginei que Lalisa fosse quem cuidaria de mim e me "salvaria" de um agressor. Era tudo tão confuso, porém ao mesmo tempo tão confortante.

Lalisa reapareceu repentinamente. Meus pensamentos sumiram e meu único foco foi olhá-la abaixar-se na minha frente encostando a compressa morna na minha bochecha. Olho-a fixamente, completamente concentrada no que fazia. Eu poderia questiona-lá sobre o porque, mas eu sabia a resposta, e não queria ouvi-la em voz alta. Mas por que tanta importância? Não se resumia totalmente a agressão, seus olhos escondiam muito mais que isso.

— Como a Ivy está? — pergunto, ao surgir a lembrança da garotinha em meus pensamentos. Lalisa sorri, massageado minha pele levemente com a compressa.

— Ela está bem. Semana passada foi aniversário de 6 anos dela. — Lalisa ergue a cabeça para me olhar. — Ela perguntou sobre a mulher que parecia-se com uma princesa. Perguntou se ela poderia ter ido — engulo a seco ao perceber que se tratava de mim. Ela havia lembrado de mim. — infelizmente eu disse que não.

Assenti com a cabeça. Nos mantemos em silêncio, apenas nos olhando. Era tão diferente olhar para ela. Em Paris ela agia completamente diferente, até ao me olhar. Porém aqui parecia haver mais admiração. Mais carinho. Mais preocupação.

— Você está livre hoje à noite? — ela questiona. — Sei, não é o melhor momento, talvez nem seja o melhor dia. Se você preferir amanhã, ou semana que vem. Quero apenas um jantar com você, Jennie.

Permaneço em silêncio a olhando. O que significaria esse jantar? Um álibi para uma transa selvagem? Uma noite de amor? Ou um simples jantar entre amigas e mais nada? Eu queria descobrir, mas tinha medo que estivesse escolhendo o caminho errado outra vez.

— Me busque as 20 horas, mando meu endereço para você. — percebo seu sorriso orelha a orelha.

Que seja o caminho certo.

My Sweet MobsterOnde histórias criam vida. Descubra agora