23 | Anger

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Jennie Ruby Jane Kim P.o.v

Um suspiro pesado escapa das minhas narinas. Meu rosto carregava linhas de preocupação, enquanto mordiscava nervosamente o lábio inferior. O celular repousava na mesa, recebendo meus olhares frequentes, aquela era a fonte da minha ansiedade. Entre suspiros profundos, eu tentava manter a compostura, mas a inquietação se manifestava nos meus dedos que tamborilavam ritmicamente na superfície da mesa.

As pessoas ao redor naquela festa eram apenas figuras distantes, pois a minha mente estava mergulhada em pensamentos tumultuados, uma tempestade de preocupações que ameaçava inundar o meu semblante. Todos os meus sentimentos negativos ligados a uma só pessoa. Lalisa.

Já haviam se passado três dias desde que Lalisa simplesmente desapareceu sem me dar notícias ou me mandar uma única mensagem. Já faziam três dias que eu ligava como uma louca para ela, e todas as ligações não eram atendidas. Suspiro pesado outra vez. Eu estava apreensiva. Ela poderia ter simplesmente feito uma viagem a negócios. Ou havia conhecido outra pessoa e decidiu não me magoar com palavras. Ou ela havia se acidentado. Balanço a cabeça, pegando a taça de champanhe sobre a bandeja que o garçom estendeu. Tomo um gole, pegando o celular sobre a mesa.

— Senhorita Jennie. — um rapaz se aproxima, chamando-me pelo nome. — Eu trabalho para a família Manoban, desculpe interromper a senhorita, mas os irmãos Manoban querem conversar com você, em particular.

Fico paralisada por um instante, observando o semblante neutro do rapaz. O que significava uma conversa em particular? Que tipo de conversa seria essa?

— Tudo bem.

— Me acompanhe por favor. — assenti com a cabeça, caminhando atrás do rapaz, e ao sairmos do local ele abriu a porta da limusine estacionada ao lado da calçada. Umedeço os lábios entrando no veículo, encontrando os rostos conhecidos sentados.

— Boa noite, Jennie. — um dos irmãos fala. — Creio que se lembre de nós. Eu sou o Jimin caso não se recorde.

— Eu me recordo sim. Qual o motivo dessa conversa?

— Você provavelmente notou o sumiço de nossa irmã, a Lalisa, não é? — assenti com a cabeça, engolindo a seco. — Você não precisa se preocupar, a Lalisa apenas teve que fazer uma viagem de última hora, inesperada entende, mas não se preocupe, ela voltará em breve. — o rapaz fala, olhando fixamente em meus olhos.

— Olha, nós estamos entre adultos aqui, todos temos a cabeça no lugar, e eu consigo identificar facilmente que você está mentindo, e isso não necessário. — Jimin cruza a perna, olhando para o lado.

— Nós não sabemos onde ela está. — a loira fala, com os olhos baixos. — Sabemos que ela embarcou para algum lugar, mas não sabemos onde é. — assenti com a cabeça. — Eu não recomendo que você saia do país agora para procurá-la, não tente entrar em contato, pois se ela sumiu talvez seja bem pior irmos atrás. Eu sinto muito, Jennie.

Suspiro, balançando a cabeça. — Ela deixou um recado na mesa de cada, pediu para dizer que ama você, apenas isso.

— Mas por qual razão? Eu realmente não entendo o porque disso tudo. A Lalisa era cheia de segredos, e eu tinha medo de perguntar porque ela nunca me falava absolutamente nada, nem tocava no assunto. — fecho os olhos com força.

— Siga a sua vida Jennie, eu garanto a você que será bem melhor você viver a sua vida dessa forma, sem ela. Eu sinto muito, e espero que você possa se recuperar, e seguir a vida.

[...]

Escondo o rosto com as mãos. As lágrimas já haviam molhado meu rosto completamente. Eu não sabia exatamente o que acontecia, não sabia a real situação de Lalisa, não sabia se ela estava bem, se estava realmente viva, mas eu estava desesperada.

Havia uma coisa a qual eu não contei para absolutamente ninguém, um pequeno segredo, mas que logo mais seria grandioso, e para nós duas, eu e Lalisa, era uma espécie de dádiva. Mas com a notícia que eu havia recebido a horas atrás, essa dádiva transformou-se imediatamente em um problema.

— Jennie! — Jisoo me chama, adentrando meu quarto no mesmo instante. Ergo a cabeça para olhá-la. — O que foi, Jen?

— Nada, apenas alguns problemas meus. O que você precisa, Jisoo? — enxugo as lágrimas enquanto falo, me recompondo daquela tristeza e angústia. Me levanto, aproximado-me dela.

— Eu tenho uma notícia para você, vai ser bem confuso para você, porque foi muito para mim, mas você vai gostar. — por um momento meus olhos se encherão de esperança. Jisoo segurou minha mão, puxando-me pelos corredores extensos até chegarmos a escadaria. Meus olhos captaram aquela imagem no instante em que cheguei ali.

A sala estava silenciosa, eu me encontrava angustiada, as mãos apertando nervosamente. O meu olhar perdido, porém fixo naquela silhueta revela uma tormenta interna, enquanto suspiros pesados escapam dos meus lábios. O ambiente parece pesar sobre os meus ombros, e a expressão facial carrega a carga de uma aflição profunda. Os meus olhos, antes cheios de brilho, agora refletem uma tempestade emocional. Vestígios de lágrimas traçam caminhos solitários pelas bochechas, testemunhas silenciosas da luta interna.

Isso não era possível...

Pai? — a palavra escapa dos meus lábios, enquanto o nó se forma em minha garganta. — O que você está fazendo aqui?

— Minha filha...

— Eu não sou sua filha. — falo com rispidez. Toda a angústia que eu senti naquele momento se transformou em raiva. — Não sei como você tem coragem de me chamar assim.

— Não sejamos rudes, eu estou de volta, minha querida, e senti a sua falta.

— Mas você não sentiu a 6 anos atrás quando foi embora, não é? — pergunto. — Quando você se explodiu naquela merda daquele iate. Eu achei que você estivesse morto! — grito, sentindo a raiva me preencher aos poucos.

— Jennie, não grite por favor. — Jisoo fala, apoiando as mãos em meus ombros.

— Vai embora dessa casa! Eu não quero ter que olhar para a sua cara.

— Jennie, eu não vou embora, eu voltei, minha filha, agora para ficar de vez. — ele caminha, subindo alguns degraus devagar. — Vamos voltar a ser o que éramos antes, aquela família feliz.

— Eu te garanto que desde o dia em que eu soube oque você é eu não fui mais feliz. — ergo a cabeça, voltando para o meu quarto. Bato a porta, então me sento sobre o chão, novamente escondendo meu rosto com as mãos, enquanto as lágrimas escorriam. A raiva por aquele homem se misturou com a tristeza do sumiço de Lalisa.

Tudo se tornou uma grande bola de neve. Tudo, havia se perdido em apenas uma noite.

My Sweet MobsterOnde histórias criam vida. Descubra agora