My Sweet Mobster

33 | Comeback

Abro os olhos lentamente e percebo que estou em um quarto de hospital. Tudo ao meu redor parece estranho e desconhecido. Sinto um aperto no peito e meu coração dispara. Olho em volta, tentando entender o que está acontecendo, e a realidade começa a se desenhar lentamente em minha mente.

O som dos monitores e o cheiro característico do ambiente hospitalar me fazem perceber que algo sério aconteceu. Minha mente começa a se encher de perguntas, mas antes que eu consiga formular uma resposta, uma enfermeira gentil entra no quarto e se aproxima de mim com um sorriso tranquilizador. A sensação de medo começa a se dissipar lentamente, substituída por uma sensação de curiosidade e determinação para descobrir o que aconteceu e como posso me recuperar.

— O que aconteceu? — questiono, preocupada, observando a enfermeira deixar alguns lençóis sobre a poltrona ao lado da cama. Ela apenas sorri, e logo em seguida um rapaz de cabelos loiros adentra o quarto. Trajado em um jaleco ele aparentava ser o médico.

— Bom dia, eu sou o doutor Carl. Você foi admitida no hospital após ter ingerido uma quantidade excessiva de bebidas alcoólicas, juntamente com a ingestão de um medicamento. Ao exame, apresenta confusão mental, sonolência excessiva e dificuldade em manter a consciência. — assenti com a cabeça, ainda perdida em suas palavras.

— Eu desmaiei? — o rapaz assentiu.

— Você foi encontrada no meio da praia por um casal. Eles lhe trouxeram no mesmo instante. Faz dois dias. — enrugo a testa, confusa. — Não se preocupe, você não estava em coma, apenas uma ingestão alta de calmantes. — assenti com a cabeça. — Após os exames notamos que você está a beira de alguns problemas cardíacos, como pressão alta e a cardiomiopatia alcoólica. Recomendamos alguns tratamentos, e a suspensão de bebidas alcoólicas.

Concordei novamente. Coço os olhos, sentindo uma leve fisgada em minha testa. Sinto a atadura enrolada em minha cabeça. — Houve um ferimento na sua cabeça devido a queda, mas nada grave. Você será liberada amanhã as 10 horas. Se tiver alguma dúvida, solicite a enfermeira.

— Obrigada Dr.Carl. — o rapaz mostra um sorriso gentil.

O café da manhã não demorou para ser servido. O meu apetite era quase inexistente, porém a enfermeira me motivou a comer. Meus pensamentos não paravam um sequer minuto. Eu estava enlouquecendo com tudo. Eu havia tentado contra a minha própria vida? Jennie voltaria para mim? O que aconteceria a partir do momento em que eu saísse do hospital? Eu conseguiria matar aquele homem, ou ele me mataria primeiro? As perguntas acumulavam na minha cabeça rodeando e rodeando, me atormentando.

Eu sabia que o dia seria bastante longo, principalmente porque eu não poderia ter acesso a telas. A enfermeira trouxe-me jogos de tabuleiro. Eu não precisava daquilo, honestamente eu só queria sair correndo daquele hospital, e colocar o meu plano de assassinato em prática. Apenas um deslize por conta de álcool e remédios era algo fútil para mim, eu já havia enfrentado situações 10x piores, e nunca foi necessário algo tão radical como ficar dias em um quarto de hospital, deitada em uma cama sem fazer absolutamente nada. Essa rotina não era para mim.

— Senhora Lalisa, você tem uma visita. — a enfermeira fala ao se aproximar da porta, mostrando um sorriso gentil. Um suspiro escapa.

Fui surpreendida ao encontrar o rosto preocupado de Jennie, senti um misto de emoções intensas. Primeiramente, houve um choque, como se meu cérebro precisasse de alguns instantes para processar o que estava acontecendo. Em seguida, veio a sensação de incredulidade, quase como se aquilo fosse bom demais para ser verdade.

Meu coração começou a bater mais rápido, e uma onda de excitação percorreu meu corpo. Era uma mistura de nervosismo e entusiasmo, uma sensação de estar viva e pronta para o desconhecido. Ao mesmo tempo, um leve medo ou apreensão se misturava às outras emoções, talvez pelo receio do desconhecido que a surpresa trazia consigo.