27 | The truth

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Lalisa Manoban P.o.v

Minha mente tornou-se uma encruzilhada de pensamentos, cada caminho conduzindo a uma incerteza diferente. Um aperto no peito, uma constante sensação de peso, como se estivesse carregando não apenas meus próprios fardos, mas os do mundo inteiro. Cada respiração parecia mais difícil, como se o ar estivesse ficando escasso.

Meus pensamentos, normalmente organizados, tornaram-se um emaranhado confuso de "e se..." e "como vou lidar?". As mãos, antes estáveis, começaram a tremer sutilmente, traídas pela ansiedade que se infiltrava em cada célula do meu ser.

O relógio parecia ter adquirido vida própria, cada tic-tac ecoando como uma contagem regressiva para o desconhecido. O estômago, uma bola de nervos, se retorcia, acompanhando a dança caótica das minhas preocupações.

A preocupação, essa sombra persistente, envolvia-me como uma manta opressiva, tornando-se parte integrante do meu estado de espírito. Era como estar à beira de um precipício, olhando para baixo e questionando a solidez do solo sob meus pés. O futuro, normalmente cheio de possibilidades, transformava-se em um terreno de incertezas que me consumiam.

E se eu tivesse voltado para a Coreia antes? E se eu estivesse ao lado dela a todo instante?

Se eu pelo menos soubesse de tudo o que havia acontecido, jamais teria ido embora.

Ela estava grávida. Jennie estava esperando um filho meu, e no primeiro segundo após todo o caos, tudo desmoronou. Meus passos eram rápidos. De um lado para o outro. Na sala de espera do centro cirúrgico, eu não sabia o que deveria fazer.

Meu peito parecia um nó apertado, uma ansiedade difusa que se espalhava como uma sombra. Cada pensamento era um peso adicional, uma espiral de incertezas que me envolvia. O coração, normalmente um ritmo constante, agora pulsava descompassado, ecoando a cadência irregular dos meus medos.

Eu não poderia perdê-la. Eu já havia perdido o nosso filho, mas perdê-la também, seria uma dor que eu jamais poderia lidar.

Meu celular toca, então meus pensamentos se acalmam. Pego o aparelho em meu bolso. — Alô?

Senhora Manoban, nos livramos do corpo. — balanço a cabeça positivamente, aliviada.

— Certo, agradeço pelo serviço.

— Estamos sempre ao seu dispor, senhora Manoban. — suspiro. — Tenha uma boa noite, senhora.

— O mesmo para você. — falo, enfiando o celular no bolso. Apesar da minha ânsia, o meu desejo de eliminá-lo com as minhas próprias mãos, eu tinha um dever maior. Cuidar da minha namorada.

Sentada na sala de espera do hospital, o tic-tac do relógio ecoava como um mantra incessante, marcando os segundos que pareciam se esticar. O zumbido suave das luzes fluorescentes se misturava ao murmúrio abafado das conversas distantes, criando uma sinfonia peculiar de tensão no ar.

O aroma familiar de desinfetante flutuava no ambiente, uma mistura de limpeza clínica e a ansiedade compartilhada por todos ali presentes. Os olhos percorriam as páginas de revistas desgastadas, mas a mente, inquieta, mal conseguia fixar-se nas palavras impressas.

A cadeira desconfortável parecia um lembrete constante da espera, enquanto os pensamentos se entrelaçavam em um emaranhado de preocupações. Minhas mãos, inconscientemente tremiam de forma descontrolada, uma forma de buscar alívio momentâneo para a ansiedade que se acumulava.

O som distante de passos apressados e o eco ocasional de uma chamada pelo sistema de alto-falantes intensificavam a sensação de que cada segundo naquele lugar era crucial. Cada olhar na direção da porta era uma esperança silenciosa, enquanto o coração pulsava em sintonia com a incerteza que pairava na atmosfera do hospital.

My Sweet MobsterOnde histórias criam vida. Descubra agora