Um mês

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Existe um ditado popular que fala sobre a calmaria vir após a tempestade, versículos bíblicos sobre o choro durar a noite e a alegria vir pela manhã, mantras sobre afastar as energias negativas e focar nas coisas positivas da vida, até mesmo alguns métodos terapia funcionavam dessa maneira. Nem tudo na vida pode ser ruim, as vezes você apenas escolheu só ver o lado ruim das coisas. Mas nem tudo na vida era ruim, existe seu lado bom também e os Stark estavam experimentando esse exato momento.
Hoje completava um mês desde que Will e Peter deram uma trégua e pararam com a implicância vista como desnecessária pelo bilionário, mas isso o deixava aliviado. É claro! As coisas não iriam mudar da água para o vinho do nada, ele não fazia milagres, mas o fato dos seus filhos se darem bem agora e poder até considerá-los amigos, fazia com que sua relação com o seu filho mais velho se tornasse uma pouco mais simples de se resolver.
William não fazia mais questão de jogar na cara do pai a cada cinco segundos o que aconteceu entre eles, na realidade, poderia se dizer que o manino sequer ficava voltando nesse assunto. Porém, não podia também ser considerado um perdão, mas sim um apoio mental, Will não gostava de voltar naquele tempo, não gostava de lembrar, então era mais fácil seguir com vida perto do pai sem ficar remoendo o assunto que no fundo ainda o afetava. Tony sabia disso, sabia que ainda estava andando sobre uma corda bamba com o filho, mas decidiu seguir o mesmo jogo por hora.
O verão já havia se despedido de todos os moradores de Malibu, abrindo espaço para um outono um tanto quanto gelado e lindo. Era a época favorita do ano do Peter, as folhas secas das arvores espalhadas pelo gramado, o ar gelado o suficiente para usar casacos, mas ainda tinha sol. O clima perfeito! Além disso, no outono Tony costumava levá-lo a sua casa de campo e lá tinha tudo que o menino pudesse amar, o gramado, os animais, o cheiro de chocolate quente, os cavalos, absolutamente tudo. No entanto, ao que tudo indicava, as coisas não sairiam bem como o pequeno queria.

- Eu não disse que não precisa ir, só disse para irem sem mim – Will respondeu sem tirar os olhos da televisão – Eu não tenho mais cinco anos. Você não precisa me carregar para todos os lugares.

- Não seja chato, filho – Tony reclamou apoiado no braço do sofá – Nos três iremos, não vou deixa-lo sozinho aqui.

- Mas eu não quero ir, sabe que eu não gosto de ficar lá -  Ambos sabiam porque o menino não gostava do local, mas Tony insistia que seria um momento legal em família – Vão sem mim, pai. Sério, eu vou ficar bem.

- William...

- Eu não gosto daquela casa, pai! Tudo lá me lembra a mamãe...

Era inevitável. Tudo na casa de campo dos Stark havia sido pensado pela sua mãe, desde a cor da paredes até o nome dado aos animais, ela simplesmente amava o campo, o ar puro, o contato com a natureza, o cuidado com os animais, a comida caseira, mas principalmente poder criar o filho longe da loucura da cidade, em segurança. Mesmo com Tony abandonando o manto do Homem de Ferro dois anos antes de se casar e do filho nascer, era muito difícil somente seguir com a vida e não lembrar dos perigos a qual o mundo está exposto. Ela se preocupava com isso, se preocupava com a sua família, por isso moraram naquela casa até o Will completar cinco anos, então acabaram se mudando para a cidade, pois oferecia as melhores escolas, mas sempre passavam as férias e feriados lá. Ou seja, o que o menino mais tinha eram memorias da mãe quando ia lá e ele não queria lembrar...

- Eu sei, meu amor – Tony acariciou seus cabelos levemente – Mas talvez seja o momento de fazermos isso... Nunca mais voltei lá com você, acho que seria importante... Ela iria gostar disso.

- Papai a gente pode escrever a Blue na competição dos cavalos? – Peter chegou eufórico na sala mostrando o panfleto da competição.

- O que? – Will levantou do sofá indignado – Não! É claro que não!

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