Num universo paralelo, Paris não tem heróis, e muito menos, vilões, mas existem famílias poderosas que nem sempre são tão perfeitas como costumam dizer.
A família Dupain-Cheng era um exemplo, dona da linha de perfumes e fragrâncias mais famosas da F...
Estamos no quarto dele, mais especificamente em sua cama de casal, que é bem espaçosa por sinal. Estou deitada no peitoral dele, mas pela nossa diferença de altura, seu queixo está acima da minha cabeça.
Apenas seu lençol branco fino cobre nossos corpos além de nossas roupas, estava chovendo lá fora, a enorme janela de vidro mostrava as gotículas caindo com vontade, era uma noite perfeita para filmes, mas eu estou morrendo de sono.
Mal consigo raciocinar direito e ficar com as pálpebras abertas ao mesmo tempo.
— Tudo bem. — respondo baixinho de volta, porque até falar está me cansando.
Liguei para a minha casa assim que cheguei aqui, Martha vai me cobrir caso meus pais perguntarem sobre mim pelo telefone.
Eu já até havia tomado um banho aqui mesmo, estou usando uma blusa preta dele que ficou praticamente um vestido de tão enorme em meu corpo.
Quando usei seu banheiro era engraçada a quantidade de produtos que suas prateleiras armazenavam, eram muitos, bem mais do que as garotas do time das líderes possuem e eu obviamente joguei na cara dele mesmo ele se defendendo com a desculpa de ser modelo.
— Princesa? — a voz rouca sai bem perto do meu ouvido fazendo com que eu arrepiasse de leve na região da pele do meu lóbulo.
— Fala. — resmundo fechando meus olhos.
— Preciso te fazer uma pergunta, se você não quiser responder tudo bem. — Deixa um selar carinhoso em meu ombro.
Apenas o respondo com um "hum" sentindo meu sono bater com tudo.
— Por que você não quis que fizéssemos uma festa para você? — faz uma espécie de cafuné em meu cabelo que é muito bom por sinal. — Você parece ser tão animada para essas coisas.
— Meus pais nunca fizeram uma festa de aniversário para mim. — Não minto, era a verdade.
Um silêncio se instaura por alguns segundos, ele provavelmente está pensando em algo, porque nunca fica sem palavras assim tão de repente, mas o sagrado o momento de silêncio acaba assim que a mesma voz masculina soa novamente no ambiente me impedindo de conseguir dormir.
— Gosto de você pra caralho. — aperta minha cintura encostando nossos corpos ainda mais.
— Também gosto de você pra caralho, mas eu realmente preciso dormir. — resmungo ranzinza para ele.
Apenas escuto uma risada bem humorada de resposta ao meu comentário, sinto seu corpo se afastar de mim quando ele se levanta, mas não me movo. Abro os olhos rapidinho notando o quarto ficar completamente escuro, acho que ele foi desligar a televisão e apagar a luz do abajour.
