Bigger than a name

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Disclaimer: Daemon.

Texto em negrito: falas em valiriano.


114 DC — Pedrarruna


Se aqueles olhos pudessem refletir todo o sangue que seu dono já tinha derramado, o olhar de Daemon seria como as cores do amanhecer.

E Daemon Targaryen não se importava com a alvorada mais do que com o crepúsculo.

Ainda assim, o príncipe viu-se encarando o céu.

Tinha mais sangue em sua capa do que restara no cadáver de sua Vaca de Bronze. Ele tinha, afinal, aberto a nuca dela com uma pedra de forma menos entusiástica do que ele gostaria. Já tinha matado mais homens do que poderia contar, de formas bem mais criativas. O príncipe tinha acabado de voltar de uma batalha quase perdida, em um lugar infestado de carangueijos, cuja visão faria a maior parte da corte de seu irmão vomitar de repulsa. Ainda em suas fraldas, era dito que Daemon já conseguira matar seu primeiro homem usando apenas as tetas de sua ama de leite. Era tão ridículo que o fazia rir, mas o príncipe adorava aquela história. Ele era letal, e não sentia vergonha daquilo.

Certamente, não sentiria vergonha daquela morte. Finalmente estava livre.

Mas, não agora.

Agora, Daemon não sabia o que deveria sentir. E tinha passado a noite inteira naquela montanha tentando descobrir.

Não ficaria de luto, daquilo ele tinha certeza. Tampouco demoraria para casar novamente, como era de se esperar de uma viuvez tão recente. Não, agora ele estava livre para ir até King's Landing e tomar Rhaenyra como esposa e fodê-la na sala do trono. Nada do que Viserys dissesse teria efeito agora, ele não tinha mais nada que o prendesse àquele estúpido vale. Era um sentimento estranho, estar livre. Ele não lembrava da última vez em que teve as rédeas da própria vida nas mãos.

O Príncipe Rebelde não sabia o que fazer com tal liberdade. 

Mas, depois de passar aquela primeira noite sem o peso de Rhea Royce em seus ombros, Daemon decidiu que seu primeiro ato como um homem livre seria montar em Caraxes e atravessar o mar estreito e passar a noite no melhor bordel de Pentos.

Com um riso silencioso, o príncipe levantou. Não precisou olhar em volta para saber que estava sozinho, estava alto o bastante para perceber a aproximação de alguém há milhas de distância. Ele podia ver, ainda que ao longe, a fortaleza de pedra que agora lhe pertencia. Imaginou se alguém já tinha descoberto o corpo da lady àquela altura, mas desconsiderou a ideia depois de um segundo. Rhea, a doce Rhea, passava dias fora, procurando alguma coisa para acertar com seu arco simplório. Daemon sabia, ele tinha feito um trabalho decente. Pensou em cada detalhe de sua vingança — Contra quem? O tolo irmão, a Casa Royce, o Vale. Os próprios deuses.Ele não se importava. Parecia justo chamar daquela maneira. — e sabia que, quando alguém desse pela falta da vaca de bronze, os gatos-das-sombras já teriam se livrado do corpo dela por ele.

Pouparia aos Royce o trabalho de construir uma pira.

Daemon era um homem misericordioso.


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