Is the need for revenge

3.1K 339 82
                                    

Disclaimer: Targaryens.

Texto em negrito: falas em valiriano.



Alguns dragões nasciam para seus montadores, alguns os escolhiam.

E alguns dragões eram selvagens.

Cada criatura era totalmente única. Acreditava-se que a casca do ovo revelava a coloração que o filhote teria ao nascer, e cada padrão de cores significava uma coisa. O último dragão a nascer em Westeros tinha poucos anos. Era fruto de um ovo dourado, que deu vida ao filhote que, apesar de ainda ser relativamente pequeno, era considerado o mais deslumbrante de todos os habitantes do fosso. Alguns iam além, e diziam que ele era o mais lindo de todos os dragões que a casa Targaryen já tinha possuido.

Cada dragão tinha sua beleza, e cada um tinha suas peculiaridades. O único consenso era: nenhum dragão era ordinário.

Daemon nunca tinha visto um dragão tão ignóbil.

A criatura era uma grande massa coberta por escamas ressecadas e de uma cor marrom tão impressionante quanto uma pilha de merda. Enquanto alguns dragões tinham chifres e espinhos voltados para cima — extremamente útil em batalhas, aquela criatura tinha estrepes finas e de aparência flexível demais para perfurar um oponente, e todas eram voltadas para baixo. Ele era ossudo e suas asas eram finas. Se os habitantes da capital o vissem, diriam que não tinha nada de interessante naquele animal.

Exceto, talvez, o fato de que ele era enorme.

O bastante para fazer Caraxes parecer pequeno.

Ao balançar a cabeça para sentir o vento, de olhos fechados como se não houvesse nenhuma preocupação no mundo, aquela criatura pouco impressionante era grande o suficiente para deixar Daemon Targaryen impressionado. Era maior que Asaprata, maior que Dreamfyre. O príncipe reconheceu a criatura de seus livros de história.

Era o Roubovelha, o quarto maior dragão vivo.

Poucas coisas pegavam o Prícipe Rebelde de surpresa. Em King's Landing, cada membro da Patrulha da Cidade lhe eram leais. Se ele quisesse saber de alguma coisa, era só encontrar um de seus homens e esperar. No final do dia, ele teria um pergaminho com nomes, datas ou descrições do que quer que fosse o motivo de sua curiosidade. Mas Daemon não tinha ninguém fiel a ele naquele lado do país. Os homens do vale só eram leais a eles mesmos, nada chegaria aos círculos de fofocas se a intenção deles era manter segredo.

Aquilo, então, era o que estava dando prejuízo aos Royce.

Um dragão come o que quiser.

A irritação de Caraxes tinha fundamento, afinal, nenhum dragão gosta de entrar no território de outro. Especialmente um que não lhe era familiar. O wyrm — provavelmente — percebeu que o Roubovelha estava na região antes mesmo de pousar. Aquilo significava que o selvagem também estava ciente da presença do dragão de Daemon, mas não parecia desconfortável ao ter seu ambiente invadido. Roubovelha não era conhecido por sua agressividade. Por mais que ele ocasionalmente comesse alguns cães de pastoreio, ele nunca tinha atacado humanos. Seu comportamento era tranquilo, a menos que a fera se sentisse ameaçada. 

E, no momento, Roubovelha parecia bem relaxado. Mordiscava preguiçosamente uma carcaça ainda fresca, e fechava os olhos sempre que a brisa atingia sua cabeça. Se tivesse percebido o homem que o observava, não se importou o bastante para demonstrar. O príncipe compreendeu aquilo como um sinal de que podia chegar mais perto, e assim o fez. Um passo de cada vez, e sem prerder o contato visual. Daemon não tinha medo, mas sabia que dragões eram criaturas geniosas. E se ele fosse o primeiro humano a se aproximar do Roubovelha em mais de sessenta anos — e ele tinha certeza de que realmente era, se aproximar com cautela seria a chave para entender a criatura.

The Bronze PrincessOnde histórias criam vida. Descubra agora