Mīsio

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Disclaimer: É Sammel Rivers na foto; Rhaenys hablando

Texto em negrito: Fala em valiriano



115 DC — King's Landing



Quando Ellara pôs os pés na capital pela segunda vez, muita coisa tinha mudado.

Ela tinha crescido um pouco no tempo em que esteve fora, o que indicava que a menina tinha sido bem cuidada sob a tutela dos Velaryon. Ela não olhava mais o castelo com curiosidade, e até mesmo parecia pouco impressionada pela enorme construção vermelha que lhe causara tanto fascínio meses atrás. Agora, Ellara conhecia Derivamarca como a palma de sua mão, e seria difícil encontrar um lugar mais impressionante.

A menina passou pelo Velho Portão na companhia da princesa Rhaenys. A mão da mais velha segurava seu ombro com firmeza, em uma mistura de conforto e cautela. Agora que Laena tornara-se esposa do príncipe, Ellara entrara para a família dos Velaryon tanto quanto pertencia aos Targaryen. E Rhaenys era ambos: Um dragão e uma serpente marinha. Naquele momento, a rainha que nunca foi era a pessoa mais qualificada para tomar conta da menina.

Ao menos, isso era o que ela, Laena e Daemon tinham decidido. Nenhum deles contou, entretanto, que a primeira coisa que Ellara faria depois da partida dos pais para Pentos seria pedir para voltar à Fortaleza Vermelha.

Aquilo tinha deixado um gosto amargo na boca de Rhaenys, mas ela não se opôs. Montou nas costas de Meleys com a menina — Uma vez que Ellara ainda não sabia montar em seu próprio dragão — E a levou de volta ao ninho das serpentes. Ao menos, Rhaenys pensava, seu filho Laenor estava lá. Ele não deixaria que a sobrinha se machucasse.

Ellara conteve um suspiro quando viu o castelo. Logo quando ela estava se acostumando com sua nova família, o príncipe levou sua mãe Laena embora. A menina queria ter feito algo para impedir, mas sabia muito bem que não tinha nada que uma garotinha pudesse fazer para parar dois dragões adultos uma vez que eles tinham alçado voo. Ela tinha assistido sua partida em silêncio, com uma expressão vazia no rosto — Ainda que, em seu interior, houvesse uma tempestade. Ela ainda lembrava das últimas palavras que Laena tinha dito a ela, e do beijo doce que a moça tinha depositado na testa da menina. Ellara nunca tinha dito adeus a Lady Rhea, e despedir-se da madrasta acabou despertando em seu peito uma sensação de sufocamento maior do que tudo o que ela já tinha sentido.

Ela esperava não perder aquela mãe  também.

Já Daemon não beijou a filha. Ele não era muito físico com a menina, e também não tinha o costume de dizer-lhe palavras gentis como Laena e Corlys faziam. O príncipe era mais como Rhaenys, forte e inabalável, sempre com uma distância que demonstrava como os filhos da casa do dragão não eram alguém com quem se devia brincar. Entretanto, até mesmo a princesa tocava a menina. Daemon não.

Em sua partida, o príncipe apenas olhou para a filha com um brilho estranho no olhar, e disse-lhe uma única frase antes de dar-lhe as costas e deixá-la sozinha na praia de Derivamarca:

— Nós voltaremos.

Ele nunca disse quando.

E por mais de uma quinzena, Ellara esperou na praia com seu fiel Sammel como companhia, olhando para o ponto onde Vhagar e Caraxes tinham desaparecido, como se tivesse esperanças de vê-los novamente.

Foi Corlys quem lhe disse que Daemon e Laena estavam morando em Pentos agora. Daquela forma sutil, foi o serpente marinha quem fez Ellara perceber que tinha sido deixada para trás de novo.

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