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Disclaimer: Famílias valirianas.

Texto em negrito: Fala em valiriano.



O Lorde Corlys Velaryon era um homem inteligente.

Versado tanto em política — e história das diversas culturas do continente e seus aliados comerciais — quanto em navegação, o homem reconhecia que tinham poucas coisas que passavam despercebidas de seu olhar sempre atento.

E ele era capaz de reconhecer as intenções de um homem com a mesma maestria que um comandante conhecia as mudanças da maré.

O Serpente Marinha tinha plena consciência de que sua jovem filha, além de possuir uma linhagem nobre e impecável, também era dotada de uma presença tão impressionante quanto os feitos de seu pai. Ela era educada, tinha uma mente sagaz e quando sorria, era capaz de iluminar todo o caminho de Dorne até a Muralha. Qualquer homem que gozasse de um par de olhos funcionais e metade de um cérebro seria capaz de reconhecê-la como uma pretendente inestimável, e a pilha de propostas de casamento na mesa de Corlys crescia com mais rapidez do que ele as rejeitava. O orgulho dos Velaryon não permitiria que a pérola de Derivamarca fosse reclamada por qualquer um.

Laena era digna de um rei.

Corlys lembrava daquelas palavras. Ele mesmo as dissera, quando Viserys Targaryen ainda precisava de uma segunda esposa. Na visão do lorde, aquela verdade era tão clara quanto o dia, mas ele ainda lembrava de como sua princesa detestou a ideia.

Rhaenys podia descordar, mas não tinha marido melhor do que um rei.

O homem podia ver com clareza o momento em que seus olhos passaram a enxergar a princesa como mulher. Ele ainda era um marujo em desenvolvimento, meramente um garoto de seis e dez. Tinha sido enviado para King's Landing para representar a casa Velaryon no torneio em comemoração do dia do nome da rainha Alyssane, e de todas as moças encantadoras que ele conheceu na ocasião, nenhuma se igualou à Rhaenys. Ele lembrava como se fosse ontem: Seu vestido branco, a cascata de cabelos prateados que cobria a pele macia de suas costas, a forma como ela olhava para as pessoas no salão de baile como se fosse capaz de ouvir seus pensamentos. Aos dezesseis anos, um garoto recém-saído dos seios de suas amas, Corlys decidiu que aquela seria sua esposa. De volta a seu navio, uma vez que as festividades se encerraram, ele era incapaz de pensar em algo além das noites iluminadas nais quais sua princesa dançou com ele até que os músicos parassem de tocar. Ele pagaria qualquer preço para que aqueles momentos durassem para sempre.

Lorde Corlys era um homem realista, mas, dentro de seus pensamentos mais profundos onde ele sabia que ninguém poderia vê-lo, ele ainda se recolhia na esperança de que sua filha teria, um dia, um marido que a estimasse tanto quanto A Serpente Marinha estimava sua Rainha Vermelha.


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