A Guerra da Herdeira

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Oh, destemida escuridão!
Seguem os ventos o impuro
E o semblante se fixa na ilusão
Do herói tenro e puro.
Abetos socorro às ninfas pedem
Mesmo que ainda os venerem
Aos Deuses os pedidos clamam:
"Protejam-nos se vós ainda nos amam!"

Espadas cintilam, escudos rangem.
O perigo da guerra...
Permanece a ti longe da margem,
Límpida e inexorável terra.
Reis, príncipes, perfeitos cavalheiros,
Condes, duques e viscondes traiçoeiros.
Pôs-se a herdeira diante do reinado.
Reino aflito. Reino desprezado.

Os pássaros não mais cantam,
Pois, jaz aqui o canto do sabiá.
De pânico as trombetas ressoam
Sabendo que o passado jamais voltará.
A lâmina da assassina segue ao levante.
A espuma da sangria corrente
Persegue-te, oh rei, sem exceções,
De medo morre tu, execrador de corações.

Eis aqui a guerra da herdeira!
Onde a morte é cálida, é certeira.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora