Juventude

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Oh doce juventude,
Esperei-lhe tanto.
Mas, a pior verdade
É que tu não me esperastes tanto assim.

Como devo agir?
Tu feristes meu peito
Em eterna agonia, profunda
Uma voz que não consigo
Expulsar de dentro de mim,
Com tal música harmoniosa
Que nunca será cantada ao fim.

Sons se reverberam pelo ar
E eu continuo aqui,
Sem saber ao certo de nada,
Para onde ir?

Me prometestes o mundo inteiro:
A alegria, a paixão, o prazer...
Mas, cá estou eu,
Afogada no mar do entardecer.

O medo vai consumindo
Com a lâmina rente à pele.
Não estou preparada...
Não abandone-me!
Por favor, não deixe-me!
Não me repele!

A dor no peito segue
Do coração que mais se apegue.

Eis, então, o relógio
Da meia-noite a badalar,
Em plena madrugada sucede
A insônia a gritar!

Oh terrível juventude,
Esperei-lhe tanto.
Mas, a pior verdade
É que em muito em breve...
Dar-lhe-ei adeus.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora