A História do Sabiá

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Oh, meu doce sabiá,
Que pôs-se a penumbra do dia à cantar,
Algum dia, talvez, voltará
Ao relance do teu amado lar?
Não jure mentiras...
Que a solidão não mais te aflige.
O muito aos poucos sentiras
E o pouco aos muitos se finge.
Razão alguma perante o coração,
Se estás aonde não te encontro?
Paisagem sem imaginação
Daquele maldito desencontro,
Incerteza dos pés sedentos
Exasperada ao chão não voltem
E os sentimentos de uma vez só
Intermitentemente se sufoquem.
Isso é tudo real?
Ou somente é, o meu final?
Quem sabe um dia tudo isso sumirá...
Oh, meu doce sabiá.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora