Mar, fui eu

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Chorar tornou-se solução
Embaixo do chuveiro
Sentimentos se arrebatando
Em plena colisão
Que vai no peito
Coração batendo ligeiro.
Os tímpanos rompendo
Com pontas afiadas
De dedos estalantes
Por melodias agouradas.
Mexendo e refazendo o efeito
Da mudança propondo
Elevadíssimas sonoras ondas
Martelando eletrificantes
Ritmos de maresias hediondas.
Mar, fui eu
Na invisível solitude
Abrangente por todo corpo meu,
Tomando primeiro a mão
E com toda atitude
Tomou também meu coração.
Coração velado.
Alma zelada.
Na praia calmaria.
Coração ferido.
Alma azarada.
Sangrenta maresia.
Água no corpo meu.
Água tornou-se corpo meu.
Água, pura água, sou eu.
Mar, sou eu.
Mar, fui eu.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora