Agrura: Vida

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Quando foi que respirar
Tornou-se algo tão complicado?
Que ao somente suspirar
Meu peito já foi afetado.

Quando que o peso foi
Tomando-me as costas?
Que tentei ser um herói,
Mas continuei sem respostas.

Permanece aqui a incerteza
De um futuro promissor
Onde tento encontrar beleza
Nos braços do eterno pavor.

Permanece aqui a barreira
Contrastante com a união
Que pretendia ser certeira,
Todavia não passou de desilusão.

Sutil lembrança
Da doce infância...
Da juventude que perdeu a esperança
Perante a adultice da intolerância.

Revela-te ao mundo, agrura
Que ferve minha pele
Contaminando-a, antes pura
E agora com selvageria repele.

Basta uma queda
E aqui o mundo te abandona.
É como cair de paraqueda
E jogá-lo fora em meio a zona.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora