Continue a Nadar

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Tu fostes peregrina
No meu barco mais profundo
Onde sem notar-se
Encontrastes o tesouro moribundo.
Tal tesouro fora meu tolo coração.
Embriagada de temor
Deixei-te ir ao mundo
Sem revelar-te toda a minha paixão
E então, sumistes...
E de repente, voltastes.
Meu peito se encheu de euforia,
Porque mais uma chance eu teria.
Sei que nunca a perdi,
Já que a mim tu jamais pertencestes,
Mas senti tanta falta
Da sua sincera companhia.
Olhar seus lábios assusta-me,
Pois sei o quanto os desejo.
Gostaria que tivesse sido a primeira...
Eu deveria mesmo
Nadar contra essa correnteza?
"Continue a nadar",
Tudo isso faz-se anos
Em que permaneço no mesmo mar.
Chegar à costa queria eu,
Para dessa vez navegar
Nos braços e beijos teus.
Quiçá um dia eu deixe
A voz do tesouro moribundo falar...
Enquanto isso, aqui permaneço
Deslumbrando-me no teu doce olhar.
Mil e um apelidos poderia dar-te,
Mas me contento em apenas chamar-te
De minha pessoa favorita.
No futuro... Quem sabe
Se por algum milagre por mim
Puder se apaixonar,
Aqui estarei eu
Continuando a nadar.
Por que foi assim, não foi?
É assim que acaba...
E é assim que começa.
Talvez não seja
Uma grande história de amor,
Mas gostaria de apostar
Todas as minhas fichas
E viver esse momento,
Pois que seja eterno
Enquanto dure.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora