O Retrato de Minh'alma

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Moro num mundo abstrato,
Sem loucura, sem magia.
Jaz aqui um maldito retrato,
Moldura velha de nostalgia.

Quem sou perante a morte?
Criatura que vive a própria sorte?
Se soubesses do destino
Esperaria pela brisa do calor matutino?

Este é o agora,
Não tem dia, nem hora.
A sina que cada vez persegue mais.
Afinal, onde está a paz?

Minh'alma tornou-se fria e cálida.
Com desilusões me infectaram,
Tornando minha pele flácida
E impondo pensamentos que não param.

De um sorriso belo e fatal
Alma fostes viajante
Ao eterno coração de uma ex amante
Que alheio faz-se de todo mal.

Eis aqui a melodia já cantada
De uma criatura mal amada.
Onde deveras se importa?
Se em breve, muito em breve,
Estarás ao chão, morta.

O mundo novamente abstrato,
Perante minh'alma presa ao retrato.

Coletânea de PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora