Boa noitee!
Vamos de mais um cap!😊
Boa leitura!
______________________________________Graças a Deus, Valentina pensou quando ela finalmente concordou em ir com ela. Aquela moto lhe dera um susto de parar o coração. Não havia pensado, havia apenas agido para salvar a moça. Salvar as duas. Seu instinto a fez estender a mão para pegar a mochila dela. Mas logo a viu dando um pulo para trás.
- Por favor, não. - Disfarçou aquele rápido ataque de medo e moderou a voz. - Eu posso carregar minha própria mochila, obrigada.
A maneira que ela havia saltado para longe do seu alcance poderia ser surpreendente. Ao mesmo tempo, Valentina sabia que era apenas bom senso manter a guarda diante de uma pessoa estranha em situação como aquela. Apesar do desconforto, a mulher caminhava até seu carro fazendo-a paralisar o olhar em suas belas curvas. Ela podia gostar de se divertir e se metia em mais encrencas do que gostava de lembrar. Mas, aquele não era o momento de pensar em flertes. Não quando tinha uma mulher que acabara de sofrer um acidente nos seus braços... Ou em seu carro, pelo menos, já que suas mãos não chegariam nem perto dela.
Mesmo sabendo que os bancos de couro nunca mais seriam os mesmos depois de ficarem cheios de água e lama, Valentina abriu a porta do lado do motorista e deslizou para dentro. O vapor se formou no interior do carro, embaçando as janelas, dando um clima ainda mais íntimo. Valentina não pôde deixar de notar que a passageira surpresa tinha um aroma muito bom, como o de chuva e flores recém abertas.
- Para onde estava indo? - perguntou.
Em vez de responder a pergunta, a mulher pediu:
- Se você puder me levar até o hotel mais próximo, seria ótimo. - Fez uma pausa e, depois acrescentou. - Um lugar barato seria melhor.
Ao ver seus planos para aquela noite serem levados pela chuva minuto a minuto, e também ao tentar reprimir a forma como o perfume dela estava deixando seus sentidos malucos, Valentina acabou oferecendo, com uma voz mais áspera que de costume.
- Olha, tenho um lugar grátis para você passar a noite. Podemos ligar para o seguro do seu carro de lá.
Seria melhor esperar até que ela estivesse seca e aquecida para dar a notícia de que, mesmo que o guincho pudesse tirar o carro dela da vala, era provável que não conseguisse fazer ele funcionar de novo.
- Obrigada pela oferta - ela respondeu, ainda com um tom cauteloso, mas firme. - Um hotel está ótimo, de verdade. - Encolheu os ombros, era uma sombra em movimento no interior escuro do carro. - E não se preocupe em ligar para o seguro. A esta altura, eu devia deixar meu carro na vala.
A exaustão expressa na voz dela parecia brigar com uma incrível disposição interior. Embora fosse óbvio que não tinha dinheiro para lidar com a situação, não ficou se lastimando.
Valentina sabia que deveria apenas levá-la a um hotel. Ela já havia pedido isso mais de uma vez até aquele momento. No entanto, não a deixaria em uma espelunca de jeito nenhum. Não se quisesse poder olhar para si mesma no espelho pela manhã sem ver a palavra estúpida escrita na testa. Além disso, seus instintos lhe diziam que ela precisava de mais ajuda do que uma carona até um hotel.
Valentina aprendera cedo com a mãe que não deveria contrariar as vontades de uma mulher. Ela não tinha dúvidas de que a moça ficaria furiosa com o que estava prestes a fazer. Mas nada disso, nem as sirenes de alerta que soavam em sua mente, foram suficientes para impedi-la da idéia de que precisava ajudá-la de alguma maneira.
Girou a chave do carro e, quando voltava com cuidado para a estrada, deu-se conta de que não sabia o nome dela. Já que a estava levando para o conforto da grande casa de hóspedes do vinhedo de seu irmão, pensou que algumas formalidades não seriam má ideia.
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Um olhar ao amor - VaLu
FanfictionLuiza Campos vivencia uma noite realmente ruim. Sua bochecha está machucada e seu carro havia deslizado na pista em direção a uma vala. Naquele momento, ela se convence de que até a mulher maravilhosa que a salvou no meio da tempestade deve ser muit...