Boa tarde amores!!
Olha quem voltou😊
Será que tem mais hj?👀Boa leitura!
______________________________________Valentina nunca havia jogado bocha antes, mas ela e o irmão haviam, com frequencia brincado com jogos parecidos, em que lançavam pedras em um alvo. No início da partida, Valentina teve quase certeza de que ganharia. Não demorou muito para perceber que devia pensar melhor.
Quando chegaram ao ponto final, 14 a 13 para Luiza, ela disse:
- Você é muito boa nisso.
Luiza olhou para ela e lhe deu um rápido beijo.
- Eu sei.
A forma brincalhona como ela a beijou, sem nenhum resquício da tristeza de minutos atrás no olhar, lhe preencheu o peito.
- Está tentando me distrair?
- Eu distrairia se precisasse....
Valentina a tomou nos braços antes que ela pudesse terminar a frase.
- Você acabou de me dar uma boa idéia. - disse baixando os olhos para seus lábios - Sua boca é tão linda, tão macia...
- Quem tá distraindo quem mesmo? - Luiza questionou irônica.
- Mas eu ainda não fiz nada Lu... - Valentina provocou colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.
Se Valentina queria ganhar, ela mostraria que não perderia tão facilmente.
- Então faça seu melhor.
O jogo foi esquecido por um instante.
Valentina tomou seus lábios devagar, roçando os lábios entre os seus, sem pressa, apenas provocando-a e fazendo com que ela perdesse o fio de autocontrole que ainda lhe restava.
Minutos depois Valentina a largou, amaldiçoando-se por ter que seguir com seu plano.
- Sua vez... Faça o seu melhor Luiza.
Os olhos dela estavam embaçados e sem foco.
- Minha vez de quê?
Valentina sorriu, um sorriso torto que lhe dizia que Luiza estava bem onde ela queria e sua distração havia funcionado.
- Certo. O jogo. - Ela fingiu um olhar bravo. - Prepare-se para perder, Srta. Albuquerque.
Porém, quando ela se curvava para pegar uma bola vermelha, Valentina soube que já havia perdido há muito tempo.
Ela era linda. E não era preciso fazer nenhum esforço para que pudesse distrai-la, atraindo toda sua atenção.
Não era como se uma tivesse poder sobre a outra. Não era uma questão de controle, de querer estar no comando.
Ela tinha que levantar a bainha do vestido toda vez que ficava em posição para um lançamento? As pernas dela eram fortes e maravilhosas, os pés descalços e belos na areia. O sorriso estampado em seu rosto, o cabelo balançando sobre a brisa fresca. Não havia um centímetro do corpo de Luiza que ela não desejasse.
- Pare de olhar para mim desse jeito.
- De que jeito? - Valentina perguntou no tom mais inocente.
- Como se você fosse me devorar.
- Hum... Essa é uma idéia de outro jogo para esta noite. - fez uma pausa. - Quando eu ganhar é claro.
Ela mal a ouviu murmurar "nem sonhando" antes de deixar a bola vermelha rolar de seus dedos.
A bola de Luiza bateu na sua com precisão perfeita, tirando a verde do jogo.
Ela se endireitou e lhe lançou um olhar contente.
- Mais um lance perfeito e eu ganho. - Luiza disse com satisfação. - E, então, você é minha.
Ela poderia correr por uma pista, remar por um lago sem perder o fôlego, mas, com Luiza, ela perdia, o tempo todo.
Luiza olhou para ela enquanto pegava a bola vermelha e não desviou o olhar por um longo momento, antes de virar-se para o jogo e deixar a bola sair em um caminho perfeito, parando bem ao lado do bolim.
Fazendo-a ganhar.
No entanto, em vez de voltar-se para ela com uma comemoração de vitória, Luiza simplesmente ficou parada, fitando as bolas.
- Acho que devemos ir agora.
Valentina queria lhe dizer que era apenas um jogo. Queria abraçá-la e dizer que não havia nada com que se preocupar.
No entanto, algo a impediu... A mesma coisa que a impedira de ir para a cidade nos quatro dias anteriores e acabar com a ex-mulher de Luiza.
Valentina conhecia a força de Luiza, podia sentir o quanto estava enraizada nela desde aquele primeiro momento na beira da estrada.
Entretanto, não bastava só ela saber.
Luiza precisava conhecer a própria força também. E saber que estarem juntas não a diminuiria.
Ela caminhou até onde Luiza estava e estendeu a mão. Esperou que ela decidisse o que fazer naquela noite. Se reinvidicaria não apenas seu prêmio... mas ela por inteira, corpo e alma.
Por fim, Luiza segurou sua mão e, quando seus dedos se encaixaram, disse:
- Teria sido tão mais fácil se você ganhasse.
- Eu sei. - concordou. - mas eu não tive a menor chance de segurar meu coração com você. - Não desviou o olhar. - Nem por um segundo.
A boca de Luiza foi ficando cada vez mais seca durante a volta para o vinhedo de Igor. Seu coração batia cada vez mais forte.
Ela tentou dizer a si mesma todos os motivos pelos quais não devia enlouquecer:
1. Não era uma virgem assustada.
2. Ela e Valentina já haviam feito sexo muitas vezes.
3. Valentina parecia gostar mesmo dela.
4. E ela tinha quase certeza de que estava se apaixonando por ela também. Era exatamente esse o problema.
Ela também a queria.
Luiza não estava certa se seria mais fácil ficar no controle do sexo naquele dia se não a quisesse, mas dois corpos se aproximando, uma união de bocas e mãos e braços e pernas que estivessem longe de qualquer emoção parecia muito mais fácil.
Apenas sexo. Era o que havia proposto. Ou, pelo menos, o que dissera a si mesma que queria de Valentina.
Mas o coração sabia mais.
Seu coração sempre soubera pelo que ansiava.
E seu coração nunca negaria que amor, amor puro e honesto, era o que ela sempre desejara. Tudo de que sempre precisara.
Uma parte dela estava surpresa por Valentina não ter tentado acalmá-la durante a volta. Ela podia sentir sua preocupação, assim como podia sentir o desejo. Sabia que ela não gostava de vê-la sentada ao seu lado completamente arrasada. No entanto, em vez de correr para salvá-la, em vez de tentar deixar tudo melhor para ela, estava lhe dando espaço para resolver sozinha.
Ela apenas a queria ainda mais por isso, pela fé que tinha nela para saber o certo a fazer, mesmo quando estava convencida de que não tinha a menor idéia.
Quando passaram pelos portões do Vinhedo Albuquerque, Valentina segurou sua mão e ela pôde sentir a confiança dela, percorrer seu corpo.
Um sorriso finalmente surgiu em seu rosto, o primeiro desde que havia ganhado o jogo e percebido o que fizera a si mesma.
- Vamos entrar.
Elas soltaram as mãos apenas para sair do carro. Parecia tão certo caminhar ao lado de Valentina, sentir a força dela, o equilibrio ao seu lado. Em vez de esperar que ela abrisse a porta, colocou a mão na fechadura, que não estava trancada, e abriu-a, entrando primeiro na sala.
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Um olhar ao amor - VaLu
FanfictionLuiza Campos vivencia uma noite realmente ruim. Sua bochecha está machucada e seu carro havia deslizado na pista em direção a uma vala. Naquele momento, ela se convence de que até a mulher maravilhosa que a salvou no meio da tempestade deve ser muit...