Cap 8 - Fique conosco

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Boa tardeee!

Não trouxe chocolate, mas cap novo serve?😅

Feliz páscoa a todos e boa leitura!
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Havia uma tigela de frutas recém-cortadas no balcão da cozinha, ao lado de diversos doces que fizeram seu estômago vazio roncar. Já havia pegado um croissant de chocolate, que por sinal era seu favorito, quando reparou no bilhete preso ao lado da tigela de frutas.

"Bom dia Luiza. Espero que tenha dormido bem. Desculpe-me por não ter ficado para acompanhá-la no café da manhã. Venha ficar com a gente no vinhedo quando terminar de comer. Até logo. P.S: quase esqueci. Tem suco de laranja fresco na geladeira. Precisamos garantir que você não fique sem vitamina C.

Ass: Sra. Deusa"

Uma risada de surpresa ecoou na cozinha vazia. Luiza não podia acreditar que ela tivesse assinado o bilhete com o apelido que lhe dera. Sua experiência havia lhe ensinado que nem todo mundo tinha senso de humor. Principalmente quando a piada era feita sobre elas.

Ao olhar na geladeira, achou o suco e serviu-se. Acomodou-se em um dos bancos do balcão, pegou o bilhete e leu-o novamente com um sorriso ainda brincando no rosto.

"A gente", significava Valentina e o irmão, certo? Ela controlou o certo desconforto com a idéia de que poderia ter que conhecer mais pessoas além deles. Para ser honesta, não queria nem conhecer o irmão. Mas, como havia aproveitado da hospitalidade dele na noite anterior e ate aquele momento, não se sentiria bem se não agradecesse pelo menos por tê-la deixado ficar na casa dele por uma noite. Assim que se ajeitasse novamente, começaria a trabalhar em uma nova colcha de retalhos como presente de agradecimento.

Luiza saiu para a varanda. Protegeu os olhos do sol com uma das mãos e examinou a área à sua frente para ver onde estava. Embora se sentisse mais segura do que nos últimos tempos, ainda sentia que os problemas poderiam vir de qualquer lugar, quando menos esperasse. Como na noite anterior.

Todas as vezes em que pensava no que havia acontecido, sentia-se estupidamente ingênua. Como não havia percebido que a ex-mulher estava prestes a perder o controle? Pensar nisso lhe dava um aperto no estômago, como se um punho se fechasse dentro dela.

Se propusera a fingir que tudo estava normal. Soltou um suspiro profundo enquanto lutava para reprimir suas emoções confusas e seus medos. Por fim, quando se sentiu mais equilibrada, olhou ao redor quase perdendo a respiração diante da paisagem. Depois da chuva da noite anterior, o vinhedo brilhava sob a luz do sol. As folhas das videiras tinham um verde vivo, quase como se uma criança tivesse pintado a cena com giz de cera.

O vinhedo se mantinha envolto em um silêncio delicioso, a não ser pelos pássaros que chamavam alegremente uns aos outros. - Constatou caminhando entre as fileiras altas de videiras. - Conforme a cantoria chegava a seus ouvidos, Luiza respirou profundamente o ar fresco, o aroma limpo de terra, plantas crescendo e natureza.

Infelizmente, alguns momentos depois, seu silêncio foi interrompido pelo som de passos rápidos e o que parecia ser uma adolescente soluçando. Luiza mal teve tempo de se encostar em uma das videiras para não ser atropelada por uma garota alta e magra.

O coração batia forte enquanto ela esperava por alguém correndo atrás da menina. Porém, quando o caminho ficou livre alguns instantes depois, ela voltou para o meio da trilha de terra, percebendo que os laços do vestido da garota haviam se enroscado em algumas videiras grossas, impedindo-a de prosseguir. Luiza foi rapidamente até ela.

- Espere um pouco, vou soltar você.

Os olhos da garota estavam arregalados e ainda cheio de lágrimas enquanto Luiza mexia nos laços. Embora estivesse se perguntando o que aquela menina estava fazendo usando um vestido como aquele, que certamente devia ter custado uma fortuna, no meio de um vinhedo em um dia de semana, ela disse:

Um olhar ao amor - VaLuOnde histórias criam vida. Descubra agora