Capítulo 18

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Abgail Tomazetti

A semana passou voando, mas se eu queria essa semana para pensar me enganei.

É claro que meus dois amigos mais íntimos saberia que tinha acontecido algo ao que segundo eles:

"Estava com o rosto mais radiante que o sol"

Fora que era lógico que a desculpa que eu inventei na noite para Valeria me mandar a roupa do meu serviço, sinceramente não enganaria nem a mim.

Por parte do Ed, também não ajuda quando o seu melhor amigo é um psicólogo com especialidade em comportamento humano.

Acabou sendo que a minha uma semana, na verdade virou um dia.

Mas no serviço, só a Fernanda está sabendo, por enquanto.

— Vou te levar para conhecer oficialmente a minha família esse fim de semana, pois eles embarcam semana que vem.

— S-sua família?

— Isso mesmo, algum problema?

A vontade de dizer sim, era imensa mas de certa forma acabei fazendo isso indiretamente, na verdade acompanhado de um mini surto:

— E se a sua mãe não gostar de mim? E se você tiver uma ex que vai aparecer de repente e vai fazer um inferno na minha vida...

A disparada de absurdos que eu acabei soltando em massa, foi devido aos inúmeros mangás que eu lia enquanto estava à toa em casa.

Mas, além de lindo, o cara é um fofo.

Pois, além de não me interromper, ele ouviu tudo até o fim:

— Mas do que você tá falando?

— Ah! Desculpe, eu me empolguei.

— Ééé! Percebi, mas primeiro minha mãe está louca para te conhecer, você não faz ideia do que eu tenho feito para ela não aparecer aqui para te ver.

Nessa hora, tudo o que eu pude pensar foi: Uau!!!

— Segundo, nunca namorei, pelo menos, não desse jeito quanto a isso pode ficar tranquila.

Depois disso, eu aceitei e fomos no próximo fim de semana conhecer a sua família, são bem alegres, divertidos e... Simples.

Muito diferente do que eu imaginava devido a sua alta posição.

Quando estávamos dentro do carro para irmos embora, ele diz:

— Eu quero fazer tudo do jeito certo! Como já te disse, isso é novo pra mim, mas eu quero conhecer a sua família.

Eu não esperava isso, na mesma hora senti um aperto no meu peito, porque com certeza algo vai acontecer quando ele for conhecê-los.

— Tudo bem! A gente pode combinar um dia, se você acha que é melhor.

— Mas é claro que é melhor! Vamos aproveitar o feriado dessa semana que virá, vai cair na sexta e vamos até Campinas.

Tentei me fazer de animada e concordei mandando uma mensagem para o meu pai, avisando que eu iria até lá visitá-los para apresentar o meu namorado mas não estava animada com isso e tenho certeza que o Ed percebeu.

Sexta-feira

Edward Wirming

Já estávamos a caminho para casa do pai dela, fomos de carro sem motorista.

Esse momento já está sendo tenso demais para ela, não queria acrescentar mais espectadores a ele.

Claro que eu percebi o quanto ela estava tensa, pelo pouco que ela falava, sei que a família dela é diferente da minha mas quero fazer tudo de acordo com as "regras" e também confesso que gostaria de conhecer o pai dela queria entender certas coisas.

Quando chegamos no bairro de classe média alta, fiquei admirado.

A casa era realmente bonita, grande e confortável, mas diferente da decoração do "apertamento" da Abgail, que ao contrário do gosto da Abgail, muito daquilo foi feito para chamar atenção.

O pai dela tinha avisado que se atrasaria para o almoço por causa da mercearia que ele tem numa cidade vizinha, mas que ele chegaria a tempo.

Então só estaria a madrasta, a meia irmã dela, e o "irmão" de outro casamento dessa mulher.

Um fato sobre mim, é que além de ser muito observador, costumo não lembrar do nome de pessoas irrelevantes.

Já me incomodou o modo como receberam a Abgail, como a indiferença da madrasta, a inveja da irmã, e um olhar perturbador do "irmão" mais velho.

Ele ficou só no canto, observando e olhando mais do que deveria para Abgail.

As duas nem a cumprimentaram, mas começaram a falar comigo.

Percebi que o comportamento da irmã era de flerte, além de sua vestimenta vulgar, claramente achando que isso chamaria a minha atenção... Ridícula!

De repente a senhora me fala:

— Ed o que você gostaria para o almoço.

— Por favor, me chame de Sr. Wirming.

Olhei para a Abgail e perguntei:

— Amor! O que você gostaria de comer?

Ela olhou para mim bem sem graça e respondeu.

— Pode ser ravioli a cogumelos.

— Tem CERTEZA meu amor?

— Sim, é perfeito.

Acho que é melhor deixar de lado o fato que esse é o MEU prato favorito, não quero que ela se sinta mal.

O pai dela chegou e ele sim abraçou e deu um beijo, embora não tão caloroso como imaginei mas pelo menos isso né?

Durante o almoço, a irmã dela começou a me fazer algumas perguntas sobre o que eu gostava e tal.

Aquilo já estava me incomodando, então o meu pedido vai ter que ser agora mesmo.

— Sr. Laércio, eu vim aqui para oficializar o meu namoro com sua filha, mas acho que mudei de ideia e...

— Hahaha!

Foi a risada da meia irmã interrompendo a minha conversa.

— Eu sabia! A minha irmã foi pra Capital e deu de cara com outro Flávio! Hahaha.

Eu fiquei confuso e acabei perguntando:

— Do que você está falando?

— Ué?! Ela não te contou?

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