Abgail Tomazetti
A semana passou voando, mas se eu queria essa semana para pensar me enganei.
É claro que meus dois amigos mais íntimos saberia que tinha acontecido algo ao que segundo eles:
"Estava com o rosto mais radiante que o sol"
Fora que era lógico que a desculpa que eu inventei na noite para Valeria me mandar a roupa do meu serviço, sinceramente não enganaria nem a mim.
Por parte do Ed, também não ajuda quando o seu melhor amigo é um psicólogo com especialidade em comportamento humano.
Acabou sendo que a minha uma semana, na verdade virou um dia.
Mas no serviço, só a Fernanda está sabendo, por enquanto.
— Vou te levar para conhecer oficialmente a minha família esse fim de semana, pois eles embarcam semana que vem.
— S-sua família?
— Isso mesmo, algum problema?
A vontade de dizer sim, era imensa mas de certa forma acabei fazendo isso indiretamente, na verdade acompanhado de um mini surto:
— E se a sua mãe não gostar de mim? E se você tiver uma ex que vai aparecer de repente e vai fazer um inferno na minha vida...
A disparada de absurdos que eu acabei soltando em massa, foi devido aos inúmeros mangás que eu lia enquanto estava à toa em casa.
Mas, além de lindo, o cara é um fofo.
Pois, além de não me interromper, ele ouviu tudo até o fim:
— Mas do que você tá falando?
— Ah! Desculpe, eu me empolguei.
— Ééé! Percebi, mas primeiro minha mãe está louca para te conhecer, você não faz ideia do que eu tenho feito para ela não aparecer aqui para te ver.
Nessa hora, tudo o que eu pude pensar foi: Uau!!!
— Segundo, nunca namorei, pelo menos, não desse jeito quanto a isso pode ficar tranquila.
Depois disso, eu aceitei e fomos no próximo fim de semana conhecer a sua família, são bem alegres, divertidos e... Simples.
Muito diferente do que eu imaginava devido a sua alta posição.
Quando estávamos dentro do carro para irmos embora, ele diz:
— Eu quero fazer tudo do jeito certo! Como já te disse, isso é novo pra mim, mas eu quero conhecer a sua família.
Eu não esperava isso, na mesma hora senti um aperto no meu peito, porque com certeza algo vai acontecer quando ele for conhecê-los.
— Tudo bem! A gente pode combinar um dia, se você acha que é melhor.
— Mas é claro que é melhor! Vamos aproveitar o feriado dessa semana que virá, vai cair na sexta e vamos até Campinas.
Tentei me fazer de animada e concordei mandando uma mensagem para o meu pai, avisando que eu iria até lá visitá-los para apresentar o meu namorado mas não estava animada com isso e tenho certeza que o Ed percebeu.
Sexta-feira
Edward Wirming
Já estávamos a caminho para casa do pai dela, fomos de carro sem motorista.
Esse momento já está sendo tenso demais para ela, não queria acrescentar mais espectadores a ele.
Claro que eu percebi o quanto ela estava tensa, pelo pouco que ela falava, sei que a família dela é diferente da minha mas quero fazer tudo de acordo com as "regras" e também confesso que gostaria de conhecer o pai dela queria entender certas coisas.
Quando chegamos no bairro de classe média alta, fiquei admirado.
A casa era realmente bonita, grande e confortável, mas diferente da decoração do "apertamento" da Abgail, que ao contrário do gosto da Abgail, muito daquilo foi feito para chamar atenção.
O pai dela tinha avisado que se atrasaria para o almoço por causa da mercearia que ele tem numa cidade vizinha, mas que ele chegaria a tempo.
Então só estaria a madrasta, a meia irmã dela, e o "irmão" de outro casamento dessa mulher.
Um fato sobre mim, é que além de ser muito observador, costumo não lembrar do nome de pessoas irrelevantes.
Já me incomodou o modo como receberam a Abgail, como a indiferença da madrasta, a inveja da irmã, e um olhar perturbador do "irmão" mais velho.
Ele ficou só no canto, observando e olhando mais do que deveria para Abgail.
As duas nem a cumprimentaram, mas começaram a falar comigo.
Percebi que o comportamento da irmã era de flerte, além de sua vestimenta vulgar, claramente achando que isso chamaria a minha atenção... Ridícula!
De repente a senhora me fala:
— Ed o que você gostaria para o almoço.
— Por favor, me chame de Sr. Wirming.
Olhei para a Abgail e perguntei:
— Amor! O que você gostaria de comer?
Ela olhou para mim bem sem graça e respondeu.
— Pode ser ravioli a cogumelos.
— Tem CERTEZA meu amor?
— Sim, é perfeito.
Acho que é melhor deixar de lado o fato que esse é o MEU prato favorito, não quero que ela se sinta mal.
O pai dela chegou e ele sim abraçou e deu um beijo, embora não tão caloroso como imaginei mas pelo menos isso né?
Durante o almoço, a irmã dela começou a me fazer algumas perguntas sobre o que eu gostava e tal.
Aquilo já estava me incomodando, então o meu pedido vai ter que ser agora mesmo.
— Sr. Laércio, eu vim aqui para oficializar o meu namoro com sua filha, mas acho que mudei de ideia e...
— Hahaha!
Foi a risada da meia irmã interrompendo a minha conversa.
— Eu sabia! A minha irmã foi pra Capital e deu de cara com outro Flávio! Hahaha.
Eu fiquei confuso e acabei perguntando:
— Do que você está falando?
— Ué?! Ela não te contou?
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Encontro ao Acaso
RomanceUm romance leve, que envolve duas pessoas de mundos opostos Abgail Tomazetti, recém formada, procurando seu primeiro emprego... pode ser que encontre algo mais.... Edward Wirming, CEO de uma multinacional que nunca levou um relacionamento a sério, m...