Capítulo 19

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Edward Wirming

Ela me perguntou, mas nem esperou que eu respondesse, e foi soltando o seu veneno, que pelo jeito, já tava escorrendo pela boca:

— Minha irmã correu atrás dele por 10 anos hahaha, começou aqui e acabou lá em Capital.

Senti um suspiro ao meu lado, e era ela.

E ela ainda continuou:

— Por falar nisso irmã ele está super bem, casou, tem dois filhos e a esposa é uma das modelos mais procuradas da região, Ah! E ele é dono de duas garagens que compra e vende carro.

Como se já não fosse o bastante:

—  Esse mês, eles foram para a Disney para comemorar o aniversário do Caçula...

Agora acho que já deu né? Decidi que era hora de interromper esse espetaculo dos horrores.

— Eu não me importo com o passado dela até porque é através do passado que aprendemos de nossos erros para não sofrer novamente no presente.

Olhei para a irmã e disse:

— Mas me incomoda para caramba quando sou interrompido no meio de uma conversa.

Aí parece que o pai decidiu acordar.

— Amanda? (ah o nome dela é Amanda) vá para o seu quarto agora!

— Mas eu quero ficar... Mãe???

— Eu não vou repetir, e você também Marcelo.

(Ah! Esse é o nome do irmão pervertido do qual estava quase me levantando para moer ele na porrada).

A senhora decidiu dar o ar da graça:

— Por favor Amanda, depois a gente conversa.

E depois do escândalo, ela se retirou junto com o irmão.

Quando estava prestes a continuar o senhor Laércio olhou para mim e diz:

— Podemos conversar a sós Sr. Wirming?

Fiquei constrangido de deixar a minha Abgail sozinha com aquela senhora e acho que ela percebeu:

— Não se preocupa, eu vou estar lá fora olhando o Jardim, eu vou ficar bem.

Ainda não quero deixá-la sozinha, mas ela insistiu e eu cedi.

Chegando numa sala, o senhor Laércio disse assim que fechou a porta:

— Não se preocupe, essa sala é a prova de som ninguém vai nos ouvir aqui.

Depois que nos sentamos ele continuou:

— Primeiro quero te pedir desculpas pela Amanda ela sempre foi mimada pela Nilza. (Ah! o nome da senhora é Nilza) e por isso aquele comportamento todo.

— Eu entendo de certa forma, Ela é filha e uma mãe às vezes exagera.

— Que bom que entende.

— O que eu não entendo mesmo é o seu tratamento parcial com as duas filhas pois você é o pai das duas.

Ele suspirou:

— A mãe da Abgail, Helena Ela foi à luz da minha vida, me senti a pessoa mais feliz do mundo quando ela aceitou se casar comigo.

— Mas ela te deixou?

— Sim, ela percebeu que queria viajar e conhecer o mundo e saiu sem olhar para trás. Sem nem se preocupar com a nossa filha ainda criança pedindo o colo dela ela.

Ele já estava pegando uma bebida e me ofereceu mas acabei recusando.

— Eu perdi o rumo, por um tempo perdi a vontade de viver, estava no fundo do poço quando conheci a Nilza.

— Então ela te ajudou a superar.

Ele deu um sorriso sem graça e respondeu:

— Me ajudou a ganhar um novo rumo, não posso dizer que superei se toda vez que eu olho para Abigail me lembro da Helena e a dor aparece.

— E para o senhor foi melhor se manter distante da Abigail?

— Foi o que eu consegui fazer, e Abigail sempre foi madura para a idade dela e também percebeu isso por isso concordei sem pensar quando ela propôs de morar na Penha.

— Ela só tinha 15 anos, mesmo sendo madura Como pode aceitar isso?

— A verdade é que eu já estava com a Nilza e  mesmo não amando como amei a Helena, ela já tinha me dado uma filha, a Amanda e eu queria ficar com ela, e você viu como o Marcelo olha pra ela, quando percebi isso foi nessa época, então aceitei antes que algo ruim pudesse acontecer.

Pelo menos teve um pouco de consciência, mas ele continuou:

— Eu cuidei dela em sentido material, dei aquele apartamento dava uma quantia para ela todo mês, e pedi até para uma amiga dela ir morar com ela.

— Tudo isso para tirar um pouco da sua culpa?

— Eu nunca vou ser um bom pai para Abgail, então eu não queria que ela sofresse mais.

— Por que me chamou aqui?

— O fato de eu ser um pai omisso não significa que eu não veja o quão incrível ela se tornou sem mim, como pai quero te pedir algo.

— Pode falar.

— Cuide dela e a faça ela feliz, ela confia em você de um jeito que eu não via há anos.

— Não se preocupe, ela é a minha vida, mas eu tenho que te avisar que essa é a última vez que eu a trago, não quero vê-la tão vulnerável desse jeito nunca mais.

— Eu entendo e obrigado, quando eu puder eu irei até vocês.

A minha vontade de chamá-lo de hipócrita foi as alturas, pois em 12 anos ele só a visitou três vezes, mas não tem problema, por ela eu me contive.

Quando estávamos saindo da sala como era de se esperar a irmã e a senhora estava lá fora, aproveitei e terminei a frase que eu tinha começado na mesa de jantar:

— Eu estava dizendo que mudei de ideia com relação ao namoro Sr.Laércio porque na verdade quero me casar com a sua filha.

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