As pessoas costumam me chamar de Ed, quer dizer, os mais íntimos, os outros da empresa, me chamam de Sr. wirming, acho melhor assim.
Acredito que o respeito ao chefe, deve ser primordial para que uma empresa cresça e prospere. "Respeito" e não "medo".
Sempre que chego, cumprimento a todos. Desde a faxineira , passando pela recepcionista até a minha assistente, quer dizer, futura ex-assistente.
Irei promovê-la, e tem sido minha funcionária e leal amiga desde a infância.
Nos damos muito bem, mas surgiu uma vaga no setor de RH e não sei porque "cargas d'água", essa doida decidiu pedir transferência pra lá.
- Eu gosto de conversar com pessoas, Ed.
- Você conversa comigo e com os figurões nas reuniões o tempo todo, Fernanda.
- Você sabe que não é a mesma coisa. E além disso, esse povo é tudo metido, e eu tenho que segurar minha língua e pensar dez vezes antes de falar alguma coisa com eles.
- Vocês mulheres, amam complicar.
- Nós não complicamos nada, vocês é que são devagar para entender.
Acho que ela tem razão, pois até agora não entendo. mas como ela sempre vai ficar por aqui, dei a vaga pra ela.
E hoje vai ter a entrevista pra colocar outra moça no lugar dela, que está bem sobrecarregada. Na verdade, segundo ela, eu não sei escolher muito bem.
- Ed, pelo amor de Deus, acorda... a moça é muito bonita, mas só serve pra ser uma modelo e olhe lá. Ela mal fala inglês, e não entende nada do que se fala nas reuniões. Pedi pra ela traduzir pro inglês os documentos por causa dos empresários que estavam por vir, e ela fez via Google Translator. Tem ideia do que é isso? Tive que refazer tudo! As frases estavam sem sentido algum, e depois quando pedi pra ela apresentar o documento, ela mais gaguejou que o gaguinho do Pernalonga. Eu sei que ela tava nervosa, mas aquilo excedeu o limite.
Fernanda respirou fundo para dar continuidade.
- É o seguinte, hoje vamos ter outra seleção e eu vou supervisionar. Essa moça tem que ter o básico do inglês pelo menos. Eu sei que você gosta de dar chance para recém formados, mas o inglês praticamente é uma segunda língua numa multinacional.
- Você venceu, Fernanda. Vou mudar minha abordagem de entrevista, então não se preocupe.
- O que você vai aprontar, Ed?
- Nada. É só uma ideia que eu tive e que vai deixar as candidatas mais à vontade. Fica tranquila.
Confesso que não tenho ideia se vai dar certo, mas acho que vale a pena tentar. Agora, é só esperar.
Mas a primeira coisa que fizemos, foi examinar bem o currículo das candidatas.
E sim, "as", porque eu já tô cheio de ter "linguiça" em minha volta.A culpa é do meu pai por ser antiquado ao extremo, e acha que o máximo que a mulher pode chegar é como assistente.
A ida da Fernanda para o setor de RH, causou uma guerra com ele.
E só não piorou, porque ele sabe que a Fernanda é competente e capaz. Agora aos poucos, quero que ele entenda que as mulheres são tão ou até mais responsáveis que os homens , embora deva admitir que essa nova assistente que eu tinha contratado, foi mesmo por "outros atributos".
Não sou de ferro, ela que começou, e eu terminei, claro. Mas ela já sabia que não era nada demais, só casual.
Ainda sou novo pra levar relacionamentos a sério.
Na verdade, só estou no país porque dos meus três irmãos, eu era o único que tem o português fluente, mas sou o do meio.Tenho 30 anos, e estou muito bem do jeito que estou.
Quando eu quero , vou num barzinho de um amigo meu, conheço uma moça, passamos a noite, e cada um vai pro seu lado.
Na maioria, eu nem sei o nome dela. Mas como já disse, a vida já tá muito boa assim.
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Encontro ao Acaso
RomanceUm romance leve, que envolve duas pessoas de mundos opostos Abgail Tomazetti, recém formada, procurando seu primeiro emprego... pode ser que encontre algo mais.... Edward Wirming, CEO de uma multinacional que nunca levou um relacionamento a sério, m...