Primeiro dia

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Sakura se sentia nervosa, todas aquelas mulheres bem vestidas pareciam ter muito mais chance do que ela, se arrependeu de ter chego tão cedo, devia ter saído mais tarde e ter aproveitado aquele tempo para ter passado pelo menos uma base no rosto, ou ter feito algo no cabelo. Talvez, não se sentisse tão intimidada com as candidatas, e se já se sentia assim com elas, imagina com o entrevistador? Respirou fundo e revisou seu currículo, enquanto não começava. Essas coisas geralmente demoravam, mas pelo salário valia a pena, segundo boatos que ouviu aquela vaga era um verdadeiro desafio, mas para ela não importava, ela queria o dinheiro, tinha objetivos a cumprir e estava ali pura e exclusivamente para guardar dinheiro para suas metas, mesmo que ela tivesse que trabalhar dia e noite.

Se não conseguisse, tentaria em outra empresa e outra e outra até conseguir e com o tempo teria o dinheiro necessário para que ela e Temari fundassem a própria empresa. Mas algo lhe deu um bom pressentimento quando as primeiras foram eliminadas pelo atraso, pelo menos essa qualidade dela seria apreciada ali, visto que chegou uma hora e meia antes da entrevista. Observou algumas pessoas reclamando das eliminações, mas ela deu foi graças a deus, menos três. Logo, quem estava reclamando também foram eliminadas e suas chances aumentaram de uma em dez para uma em quatro. Contudo as que ficaram eram verdadeiras beldades, enquanto ela…

Bem, Sakura nunca foi uma pessoa muito vaidosa, sempre focou em seus estudos e fora do ambiente de trabalho parecia uma verdadeira adolescente vestida com suas camisetas de anime ou série um tanto largas, seus all stars e óculos fundo de garrafa. E ela era feliz assim, mesmo com todo o bullying que sofreu no ensino médio, esse sempre foi seu estilo e depois que se tornou adulta ela tinha seus objetivo, preferia guardar seu dinheiro a gastar ele com roupas que nem mesmo saberia usar.

Agora ali estava ela, com sua calça social cinza, camisa branca, casaco de lã amarelo bem clarinho, que Temari e Karin diziam que ela tinha roubado da avó, um coque bem preso, esperando numa sala em que as mulheres pareciam vestir apenas roupas de marca, makes saídas dos melhores tutorias do youtube e saltos tão altos e elegantes que faziam parecer que o sapato dela era quase um chinelo. Suspirou nervosa, queria acabar logo com aquilo.

Pontualmente às dez horas um homem que ela teve certeza que não era um simples gerente de RH apareceu na porta que esteve o tempo todo fechada. Chamou pelo primeiro nome.

“Do jeito que eu sou sortuda vou ser a última." Pensou.

E não foi para menos, depois das três mulheres entrarem e saírem visivelmente decepcionadas foi a vez dela. Sem nem mesmo olhar para quem a chamou ela entrou, sentiu seu rosto esquentar, havia uma mulher sentada numa mesa lateral, ela ficou em pé, ninguém havia lhe oferecido nenhuma cadeira, encarou a sala enorme, com paredes de vidro que revelavam o céu e a cidade abaixo do enorme arranha céu, a noite devia ser bem bonito ali.

- Sente-se - A voz grossa do homem lhe fez esquecer as paredes de vidro. Ele indicou a cadeira em frente a mesa de vidro. Pensou em quem limpava aquilo tudo, devia ter bastante trabalho, mas parecia ser uma pessoa muito eficiente, pois tudo estava realmente limpo. - Haruno Sakura. - ele pronunciou o nome dela. - O que a traz aqui? - Sakura pensou na resposta mais óbvia que podia dar aquele homem, mas ela queria a vaga, e dizer a ele que o motivo era a grana que ele estava querendo pagar podia não ser o suficiente. Respirou fundo para conter o nervosismo, visto que aquele homem era realmente intimidador, seu olhar negro e seu jeito taciturno fariam qualquer pessoa segura de si ser subjulgada. E ela sendo extremamente tímida e introvertida se sentia mais intimidada que o normal. Pigarreou e começou.

- Eu me identifiquei com a vaga de assistente pessoal.

- Você já foi assistente pessoal antes? - O homem perguntou rápido a surpreendendo. Ela não tinha resposta, claro que ela nunca havia sido assistente pessoal, ela passeava com cachorros para as velhinhas que moravam na sua rua, arrumava cpu e notebooks de alguns colegas de faculdade, assim como vendia coisas pela internet, mas nunca trabalhou como Assistente ou Secretária. Preferia não mentir, afinal aquele homem podia lhe pedir um teste e ela não tinha certeza se conseguiria fazer, sentia suas mãos suarem e tremerem tanto que tinha certeza de que faria alguma trapalhada.

A desajustada Onde histórias criam vida. Descubra agora