A sensação

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Era uma lista considerável de nomes, com telefone e redes sociais, Sakura encarava a todos um pouco apreensiva, se perguntando se isso um dia daria certo. Mas Sasuke e Temari insistiam para que ela procurasse ajuda. E aquela insistência se intensificou depois da fatídica visita de sua querida mãe. O que Sakura não podia negar que havia sido desastrosa, ela vinha se sentindo mais desanimada depois disso, e nem mesmo os logotipos que ela estava desenhando, a animava, não tinha inspiração para colocar uma mísera cor no papel, que dirá criar um desenho, uma marca, como era o caso de uma das empresas que não tinham nem mesmo o esboço ainda. 

E isso a incomodava, muito.

 Sentia que seu único talento se esvaia  por seus dedos, e nada faria entrar ideias novas em sua cabeça, fato que não a deixava dormir a noite e nem se concentrar no trabalho durante o dia. 

Ela e Sasuke chegaram a sair juntos mais algumas vezes, entre cafés em cafeterias e caminhadas por parques cheios de árvores e pássaros cantando, mas o real motivo dessa distrações que Sasuke tentava criar para ela era para que Sakura não pensasse as bobagens que ela acabou revelando ao Uchiha no dia em que ele a encontrou caída no chão de sua sala. Mas já haviam se passado dez dias e ela ainda estava distante, às vezes parecia perdida e confusa, distraída e arredia. 

– Acho que vai ser algo bom para você. Analise as pessoas que você gostar mais, eu não tenho redes sociais,  mas você tem, veja o trabalho de cada um e entre em contato com o que lhe parecer mais atrativo. – Sasuke disse com medo dela se ofender com aquela lista. Ele queria ajudá-la. Do fundo de seu coração, ele queria tirar aquilo dela, principalmente seus pensamentos ruins. 

– Eu vou fazer isso, ok? Eu só preciso de tempo. Você e Temari ficarão satisfeitos, não é?

– Não Sakura. Você tem que procurar ajuda por você. 

– Certo. 

– Conseguiu desenhar mais algum logo? – Perguntou desejando mudar um pouco o assunto que a incomodava. Ela negou, torcendo os lábios, parecendo preocupada. 

– Sei que não sou o expert, mas se quiser ajuda… – Ele ofereceu. – Ou se quiser compania para o café. 

– Quer ir tomar café em casa? – Ela o encarou irônica. Sasuke tinha um apartamento enorme, cheio de tecnologias, mas preferia ficar na casa dela, um lugar que Sakura julgava pequeno e sem graça. 

– Claro que sim. 

– Tudo bem. – Ele se aproximou e roubou um beijo dela, sentada na cadeira giratória.

Ela gostava da presença dele em sua vida, tudo parecia melhor quando ele estava junto, descobriu que por mais que gostasse da solidão, ter alguém junto para preparar um café ou o jantar era melhor, ainda mais quando os pensamentos não era bons, mas ela se perguntava diariamente quando ele iria se cansar dela, desse jeito retraído ou de esconder o que tinham, ou pior sentia medo de  quando revelassem ao mundo ele sentisse vergonha dela. 

Mesmo mudando alguns hábitos, Sakura continuava do mesmo jeito, de óculos e seus terninhos. No maximo ia com os cabelos soltos, como Konan havia indicado. Não podia dizer que estava diferente. Era  a mesma estranha Sakura de sempre e Sasuke continuava sendo o CEO, seu chefe, com dinheiro e com um pai conservador que queria alguma vantagem no casamento do filho. Isso às vezes perturbava seus pensamentos. Mais do que ela gostaria de aceitar. Pensava no dia em que aquele conto de fadas iria acabar e o que seria dela. Mesmo que ele dissesse que gostava dela, do jeito que ela era, ou Temari e Karin dizendo para que ela curtisse o momento, a ansiedade de Sakura não permitia tal pensamento, ainda mais depois de ver as mulheres da contabilidade rindo dela. Se sentia ridícula e por vezes desejava que Sasuke não tivesse a beijado naquele baile, que ele tivesse continuado a ser seu chefe taciturno, que ele não tivesse visto ela em seus dois piores momentos de sua vida adulta. 

A desajustada Onde histórias criam vida. Descubra agora