A Tempestade

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Pensou tanto no que fazer de sua vida que a ansiedade a atingiu com certa força, ela não conseguia se concentrar e quase colocou fogo em sua casa de tão distraída, tinha chego atrasada no trabalho duas vezes na semana e quase se esqueceu do aniversário de Temari. Porém seu calendário em sua mesa gritou a data de aniversário de sua melhor amiga e ela saiu apressada no almoço para lhe comprar um presente em uma das lojas que haviam próximas da sede.

Acabou deixando Sasuke para trás, pois segundo a mesma, ele a atrasaria a escolher alguma coisa, e como já havia se atrasado duas vezes na semana, os colegas diriam que ela tinha privilégios por namorar o chefe da coisa toda. E como de costume Sakura não queria pessoas falando de sua vida pessoal.

Já bastava os comentarios maldosos de suas colegas dizendo que não saberia o que fazer com Sasuke, o que agora era uma mentira enorme, mas a Haruno não enxergava isso, ela via apenas as ofensas feitas sobre si, sobre o que aquelas mulheres não tinham a menor ideia do que era ou como era. Sasuke era carinhoso com ela, seus toques eram suaves, assim como seus lábios, mas se tinha um momento que ele não era suave era no sexo. E ela não podia negar que ele era forte e viril. Mas por alguns momentos seus pensamentos iam longe demais em coisas que não faziam parte de sua vida e a mera ideia lhe doía até os osso.

Se perguntava se ele a trocaria por Ino, se aquela fofoca que ouviu era verdade sobre Uchiha Fugaku querer que os dois reatassem o noivado, e que ela seria descartada como uma peça velha de roupa. Aquilo vagava em seus pensamentos e sonhos, que insistiam em ser cruéis com ela, a imagem de Sasuke se casando com Ino e a atração principal era Sakura sendo humilhada pelos dois e por seus convidados.

Karui tentava ajudar com isso, mas eram tantos pontos que Sakura achava impossivel a profissional conseguir consertá-la. Se perguntava quando seria mais forte e assertiva em seus atos e pensamentos, quando aquela dor passaria? Mas Karui explicava que cinco sessões não eram suficientes e que ela tinha sim dado alguns passos, entre eles ter falado para Sasuke sobre sua proposta na Coreia. Aquilo era uma vitoria segundo Karui e que devia ter sido observada pela rosada como uma coisa boa.

Havia conversado com ela sobre as sessões e a mudança, Karui disse ser possivel continuar o tratamento via video chamada, o que deu mais um motivo a Sakura para que seguisse seu sonho, mas a rosada ainda tinha uma duvida dolorida em seu peito, ela ainda tinha muito medo de largar tudo no Japão e partir, ela tinha medo do desconhecido e quem não teria? Um país novo, com culturas e pessoas completamente diferentes, que podiam ou não gostar dela. Sakura teria que aprender a conviver com tudo isso, com todas essas diferenças que para ela era díficil demais mudar, sair de sua rotina. Sentia medo, pavor de tudo dar errado e ela se perder, não conseguir voltar ou pior voltar sem dinheiro e ter que pedir abrigo na casa de sua mãe. Isso era um terror para ela, a apavorava mais do que qualquer coisa. Se imaginar implorando para voltar para Konoha, pedindo que sua mãe a abrigue. Pois achava que a distancia desgastaria ela e Sasuke e ela tinha certeza de que não demoraria muito tempo até que o Uchiha achasse uma outra melhor do que ela. O que para Sakura não era dificil. Afinal qualquer uma era melhor. Essas eram coisas que a prendiam ali, que não a deixavam ir, Sakura se lembrou que poderia ter outras oportunidades, poderia esperar o bebê de Temari nascer e assim começariam, certo? Não haveria problema, oportunidades nunca faltariam e ela tinha certeza de que um dia teriam sua agência, essa foi apenas a primeira.

– Você pensa tanto que eu consigo ver as engrenagens na sua cabeça. – Sasuke disse enquanto ela encarava o nada em particular, sentada em sua mesa. – Vai levar o presente hoje? – Perguntou curioso.

– Sim… ela vai fazer um social na casa dela e anunciar a gravidez… – Ela queria que ele fosse, mas não sabia expressar isso. Seria a primeira festa que eles iriam juntos e que ela o apresentaria como seu namorado. – Quer ir também? Sei que você esta acostumado a festas requintadas, mas é importante para mim que você vá.

A desajustada Onde histórias criam vida. Descubra agora