A bagunça

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Havia se atrasado, algo que não acontecia com Sasuke em hipótese alguma, mas naquele dia sua mãe havia lhe pedido um favor e ele não negaria nada a Mikoto-sama, independente da hora em que chegasse na sede da Uchiha Co. O elevador abriu a porta, porém havia algo de errado.

Tudo estava silencioso, mais do que o normal, a enorme sala estava vazia e já eram dez horas da manhã, Sakura devia estar ali, entrou na cozinha e no closet procurando por ela, talvez estivesse separando seus ternos para a lavanderia, mas ela não estava ali.

- Haruno? - chamou e pensou em ligar na recepção para saber se ela havia ido trabalhar, a questão era que seus pertences estavam jogados, como se alguém tivesse jogado tudo no chão, ele teve certeza de que não havia sido ela, não propositalmente, aquilo era suspeito, Sakura era metódica demais para deixar tudo jogado, pegou o telefone na mesa dela e ia ligar para a recepção, até que ouviu um soluço ecoar longe dali. Aquilo o intrigou. Caminhou devagar procurando por quem emitia aquele som, mas ele não vinha de dentro do escritório, seguiu à medida que o barulho aumentava, saia do banheiro do andar.

- Haruno? - chamou da porta, esperando alguma resposta que não veio, se aproximou mais, a porta não estava trancada, deu dois toques, mas ninguém respondeu, nada além dos soluços. - Eu vou entrar. - Afirmou, com certa urgência, que queria ajudá-la, mas tinha medo de estar apenas invadindo sua privacidade. Esperava que ela estivesse com algum problema, coisas de mulher ou qualquer coisa, mas não o que ele viu.

Sakura estava sentada no canto, no chão frio, seus braços abraçavam seus joelhos, ela chorava de soluçar e tremia, seus olhos vermelhos, atrás dos óculos, seu cabelo estava molhado e ela se encolhia quanto mais ele se aproximava.

- O que aconteceu aqui, Haruno? - sua voz saiu rouca e irritada.

Ela não respondeu, apenas tremia e soluçava, seus olhos estavam molhados e ele não sabia o que fazer, não sabia se chamava uma ambulância ou alguém da família para vir lhe buscar, até ela começar a hiperventilar.

- Haruno, olha para mim! - ele disse alto, mas não ajudou muito, ela apenas tremia mais e sua respiração estava desritmada e profunda como se os pulmões estivessem reduzidos. - Haruno!? - Chamou mais uma vez e ela nem se mexeu. - Sakura! - Chamou mais alto e ela o olhou, chorando e tremendo. - Respira, Respire fundo e tente se acalmar. - Ele havia se ajoelhado e ficou da mesma altura dela, mas Sasuke não sabia o que fazer, não era tão fácil acalmar uma pessoa nesse estado quanto os filmes faziam parecer. - olha pra mim, Respira.

Com cuidado tirou os óculos embaçados, o que era bem estranho, nunca tinha visto Sakura sem eles, segundo ela mesma dizia, sua vista era péssima por causa de seu grau altíssimo de miopia - Continua respirando, foque na sua respiração.

Ele tirou o paletó o colocando nas costas da Assistente, como se isso fosse algum conforto.

- Eu preciso que você levante. Você precisa sair daqui. - Sakura negou com a cabeça, desesperada, começando a hiperventilar de novo e a ficar com o olhar perdido no desespero. Ele segurou seu rosto, para que ela focasse nele, as mãos dela estavam geladas e tocaram o braço, e mesmo com a manga da camisa, ele conseguiu sentir as mãos frias. - Respira! - pediu ficando desesperado, achando que ela fosse morrer ali mesmo. Ela tremia muito e suas lágrimas desciam grossas em seu rosto pálido. Soltou ela devagar sentindo a respiração normalizar, a mão gelada segurava a dele, tão fina e delicada, quase uma pluma. - Está tudo bem... fica calma... O que aconteceu aqui? - Ela começou a chorar baixinho dessa vez, o que cortou o coração de Sasuke, mais do que quando ela estava fora de controle.

- E-eu... e-eu n-não consigo explicar ... ... - Tentou se justificar entre os soluços e as lágrimas,

- Shii, não precisa me dizer... só fica calma... - ela se encolheu mais enquanto chorava, diminuindo a respiração, a deixando mais pálida. - Sakura olhe para mim, respire, você vai desmaiar se continuar respirando assim. - Ela afirmou com a cabeça, tremendo um pouco menos. - Você precisa ir ao médico. - Ela negou. - Sakura, isso não é uma coisa normal - os olhos lacrimejaram, como se estivessem com medo de dar um passo. - Quer que eu chame uma ambulância - ela começou a se desesperar, negando com a cabeça, se encolhendo e chorando.

A desajustada Onde histórias criam vida. Descubra agora