✨Capítulo XXXVIII | Transformação✨

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     — Agora... — Byron desfez o abraço e olhou para a porta — JAMIE!

     Um homem ruivo entrou rapidamente na sala do trono. Ele era ruivo e baixinho, mas tinha uma expressão determinada no rosto. Usava uma armadura dourada e carregava uma lança.

     — Por favor, traga a Emz. Preciso falar com ela!

     Ele assentiu, e minutos depois ele voltou com a garota.

     — Obrigado, Jamie.

     O guarda fez uma reverência e saiu da sala. Mortis e Emz se olhavam, confusos.

     — O que quer comigo, senhor? — perguntou ela.

     — Antes de irem, tenho algo para lhes dar! — Byron tirou dois frasquinhos do bolso da farda e mostrou pra eles. Estavam etiquetados com seus nomes — Esses aqui são antídotos que fiz para transformá-los de volta em humanos!

     Os dois prisioneiros arregalaram os olhos, sem palavras.

     — O do Miles levou anos para ser aperfeiçoado. Da última vez, testei ele num vampiro, e surpreendentemente ele voltou a forma humana. Agora ele faz trabalha pra mim, e é aquele guarda que estava aqui agora há pouco! — explicou, feliz — Isso significa que agora há chance de fazer aquelas pobres almas voltarem a ser o que eram antes. Vou providenciar mais antídotos desses!

     — Extraordinário... — disse Mortis, sem imaginar que haveria uma cura para a condição dos vampiros.

     — E o da Emz não demorou muito para ser feito — continuou — Após examiná-la, consegui identificar as toxinas presentes em seu sangue, e criei um antídoto para reverter os efeitos.

     Ele entregou o frasco certo pra cada um.

     A garota olhava o seu como se aquilo fosse um tesouro muito valioso. Em todos esses anos vagando escondida pelo mundo, nunca sequer pensou na possibilidade de voltar a ser humana.

     — Quer dizer que... — disse, com a voz embargada — Minha forma monstruosa vai sumir pra sempre?

     — Sim. Você voltará a ser o que era antes — respondeu Byron — Mas devo alertá-la que não tive como testar para saber a sua eficácia. Talvez haja efeitos colaterais!

     — Não importa. Se for pra retomar a forma humana, aceito qualquer risco — afirmou, simplesmente. Sem hesitar, Emz abriu o frasco e tomou o líquido rosado.

     Em questão de segundos uma áurea rosa envolveu seu corpo, e sua pele roxa foi sumindo lentamente, dando lugar a sua antiga cor. As faixas que envolviam seu rosto e suas pernas sumiram.

     — E aí? Como eu estou, querido? — perguntou, se virando para o irmão.

     — Está linda! — respondeu, com sinceridade — Seu cabelo sempre foi roxo mesmo?

     — ROXO?!

     Byron lhe entregou um espelho. Por um tempo, Emz ficou apreciando seu reflexo, feliz de ver que o antídoto fez efeito, mas tinha um porém: seu cabelo continuava roxo.

     — Sinto muito pelo seu cabelo, senhorita — disse ele — Provavelmente esse é um efeito colateral do antídoto...

     — Ah, não tem problema. Eu posso pintar o cabelo quando quiser. O que importa mesmo é que sou humana de novo!

     Numa atitude inesperada, a jovem abraçou Byron euforicamente, fazendo-o arregalar os olhos.

     — Muito obrigada, majestade! — exclamou, com um brilho nos olhos — Nem sei como agradecer direito!

     — Ora, não há de que — ele ajeitou os óculos — Só peço que viva uma vida reta de agora em diante.

     — Farei isso, senhor! — respondeu, chorando de alegria.

     Enquanto isso, Mortis olhava para o seu frasco apreensivo. Não que ele não confiasse nas habilidades medicinais de seu irmão, mas é que já havia passado tantos anos, que ele havia se esquecido como era ser humano. E pensava no que poderia perder...

     — Se eu voltar a ser humano, não terei mais força, velocidade, e nem imortalidade... — disse, enquanto ponderava se tomaria o antídoto ou permaneceria como estava.

     — Bom, a decisão é sua. Mas permita-me dizer que apesar da imortalidade parecer ser uma dádiva, na verdade, é uma maldição! — disse Byron — Você viverá por toda a eternidade, enquanto verá todos que você ama envelhecerem e morrerem. Não há felicidade nisso!

     Emz assentiu. Ela já não se importava mais com sua imortalidade. Só queria aproveitar sua nova vida.

     — Sim... você está certo. Eu aceito minha humanidade de volta! — respondeu, abrindo o frasco e tomando todo o conteúdo dele.

     Em poucos minutos, um brilho azulado o cercou, e sua pele ao poucos foi voltando a sua cor bronzeada natural. Uma cor preta como carvão se espalhou pelos seus longos cabelos roxos mecha por mecha, até se tornarem totalmente negros. Logo depois, Mortis sentiu um enorme desconforto na gengiva, e percebeu que eram suas presas diminuindo, até ficarem do tamanho normal, junto com o resto dos seus dentes.

     — É, parece que agora tenho um irmão mais novo — disse Byron, entregando o espelho para ele.

     Com receio, Mortis olhou seu reflexo e viu que sua aparência estava exatamente igual a do Dia da Coroação. Continuava jovem, assim como a Emz. Isso de certa forma o alegrou bastante, pois não estava pronto para ter 40 anos igual ao irmão.

     — Eu... Não tenho palavras para dizer o quanto sou grato por isso, Byron...

     — Não diga nada — ele pôs as mãos em seu ombro — Todos vocês receberam uma nova chance. Agora usem ela com sabedoria!

     Sem aguentar a emoção, os irmãos se abraçaram, com o coração transbordando de alegria.

     — Eu amo muito vocês dois... — murmurou Mortis, que agora voltou a ser "Miles".

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Um aviso importante: Durante a revisão, percebi que faltava algo na história, então decidi acrescentar esse capítulo, onde Mortis e Emz voltam a ser humanos. O que acharam?

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