Capítulo 8

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Desculpem a demora, ontem onde eu moro estava chovendo muito forte e a internet estava ruim.

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Ao invés de ir com Lan Zhan ao bar do hotel, Wei Ying resolveu gastar algum tempo consigo mesmo. Como sentisse que ele lhe devia alguma coisa, embora sem saber direito o que, foi à loja do hotel e comprou uma roupa de banho, mandando debitar na conta de Lan Zhan. Não trouxe muitas coisas para Acapulco, apenas uma muda de roupa e objetos de uso pessoal, e já que teria que ficar por ali mesmo, trataria de aproveitar a piscina privativa que cada chalé possuía.

A primeira vez que viu a suíte onde ficariam hospedados, Wei Ying se deslumbrou. Apesar de haver sido criado num lar abastado, onde nada lhe faltara, não estava preparada para a suntuosidade da suíte de dois quartos com vista para o oceano Pacífico. Os pés de Wei Ying afundaram no carpete macio, enquanto ele corria a vista pelos quadros em tons pastéis pendurados nas paredes cor de marfim. O sofá era grande o suficiente para que duas pessoas se deitassem.

Encontrou um telefone ao lado da banheira que, de tão grande, parecia uma piscina. A pia rosa-clara tinha o formato de concha.

"Então é assim que os ricos se hospedam", pensou divertido, abrindo a mala em cima da cama imensa. A vista dali era incrível. Wei Ying se dirigiu ao terraço para poder observar melhor as ondas tempestuosas do Pacífico.

Este era o mundo sobre o qual Wen Chao tanto lhe falou, anos atrás. Ele nunca foi à casa dele, porém ele a havia descrito com tamanha exatidão, que Wei Ying tinha a impressão de conhecê-la: o luxo, a grandeza e suntuosidade. Mas naquela época, tudo o que Wei Ying desejava era Wen Chao.

Quanta inocência! Havia transformado em príncipe encantado o homem fraco, egoísta e mimado. Muitas vezes imaginou o filho vivendo em meio ao luxo, em uma casa tão magnífica quanto a que Wen Chao lhe descrevera. Entretanto, essa imagem já não era tão atraente, não depois de ver aquela fortuna guardada em um cofre de metal sem saber da sua procedência. Agora não vivia na ilusão de um conto de fadas com final feliz, mas uma história diabolicamente real. E não havia como esquecer a expressão nos olhos de Lan Zhan, quando perguntou a respeito de seu senso de justiça. Havia muito o que pensar em relação a seu futuro e de Yuan, mas, antes, precisava decidir o presente.

E o presente chamava-se Lan Zhan. Por que se sentia tão atraído por ele? Seria por estarem ambos presos à mesma armadilha? Se pudesse ao menos resolver esse mistério que os envolvia, talvez evitasse que certas sensações se apossassem de seu corpo quando na presença dele. Talvez voltasse a ter controle sobre si mesmo.

No entanto, como explicar a vontade quase incontrolável que sentiu no táxi a caminho do hotel, de colocar os braços em volta dele, de lhe oferecer conforto, quando nada indicava que Lan Zhan precisasse ou quiseste isso dele? Só havia uma resposta: estava, devagar e inevitavelmente, se apaixonando por ele.

Era hora de admitir o fato, pois só assim seria possível encarar a situação. Wei Ying viveu segundo essa regra durante o período mais difícil de sua vida, e é o que faria agora.

Ele amava Lan Zhan, ou quase isso. Já não era ingênuo a ponto de acreditar que o amor seria a solução. Lan Zhan o faria sofrer; não havia dúvidas quanto a isso. Lan Zhan lhe roubou o coração, a única coisa sobre a qual Wei Ying havia mantido controle por dez anos. Porém, aquele homem possuía uma missão e para ele Wei Ying não passava de uma peça importante do jogo. Quando alcançasse seus objetivos, voltaria para a sua casa e nunca mais se preocuparia com ele.

Tentando não pensar em mais nada, ele vestiu a roupa de banho. Porém, Lan Zhan teimava em continuar a lhe ocupar a mente. Talvez se falasse com Yuan...

Passageiro do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora