Capítulo 15 - Final

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Chegamos a mais um final, o capitulo em si é grande, obrigado a todos que acompanharam essa historia até aqui e até a próxima...

Bora para o capítulo 

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— Alguém quer me explicar que diabos está havendo?

Estavam reunidos na sala de Mingjue, e Lan Zhan era o único que permanecia em pé, as mãos fortes agarradas ao encosto da cadeira de Wei Ying. Se alguém ousasse se aproximar dele, Lan Zhan socaria primeiro, para fazer perguntas depois.

— Talvez a explicação possa vir de seu conterrâneo, Sr. Lan — sugeriu o sargento Mingjue.

— Agente especial Minshan Su She. — O homem que conheciam como Su She se apresentou. — Sinto muito por tudo, Wei Ying, mas estou atrás deste desgraçado há mais de três anos, e levamos dois para nos infiltrarmos entre eles.

— Você o colocou em perigo. — Lan Zhan o acusou.

— Sim. O problema é que, por bastante tempo, não sabíamos até que ponto Wei Ying estava envolvido. Ele era uma ótima mergulhadora e o suspeito número um.

— Quer me explicar direitinho essa história, por favor? — Wei Ying pediu.

— Você deixou a China há dez anos, tinha meios de entrar em contato com os contrabandistas e mantém seu filho estudando na China.

— Isso é problema meu.

— Tais detalhes nos interessam. Quando contratou Lan Huan ficamos sabendo ainda mais sobre você. Ele possuía uma maneira diferente de ver as coisas, mas não foi por isso que o usamos.

— Usaram Lan Huan também? — Lan Zhan apertou ainda mais o encosto da cadeira.

— Nós o contatamos em Nova Orleans. Era um malandro, meio trapaceiro, mas tinha estilo. — Su She bebeu um gole do café que tinha nas mãos, estudando a expressão de Lan Zhan. — Fizemos um trato: ele se infiltraria, nos daria informações e em troca esqueceríamos alguns deslizes dele. Eu gostava de seu irmão. Se ele quisesse, poderia ter sido um ótimo policial.

— Está dizendo que Lan Huan trabalhava para a polícia? — As emoções de Lan Zhan mal podiam ser contidas.

— Isso mesmo. — Su She disse — Eu realmente gostava dele. Ele tinha uma maneira toda especial de encarar a vida, que a tornava menos suja.

"Sim, esse era Lan Huan", Lan Zhan pensou, caminhando até a janela. A cena que via, as águas calmas, os barcos, o sol brilhando, ainda era a mesma do dia em que chegara a Cozumel. Algumas coisas permaneciam as mesmas; outras mudavam constantemente...

— O que afinal aconteceu com o meu irmão?

— Lan Huan não gostava de seguir ordens e costumava ir longe demais no que fazia. Me disse uma vez que precisava provar algo a si mesmo e à outra parte dele, o outro lado da moeda.

— Continue — Wei Ying pediu, se levantando para ficar ao lado de Lan Zhan, vendo a dor estampada nos olhos dourados.

— Então, ele teve a ideia de sumir com o dinheiro. Só fiquei sabendo quando ele me ligou de Acapulco. Disse que dali em diante, o próprio chefe precisaria tratar com ele. Ordenei imediatamente que não fizesse nada, até que o levássemos de volta a China, onde ficaria a salvo. Mas ele não quis me ouvir. Voltou a Cozumel e tentou ele mesmo negociar com Wen Zhu Liu. Ainda que houvéssemos sabido a tempo, creio que não poderíamos impedi-lo. Não gostamos de perder civis, Sr. Lan. Não gosto de perder amigos.

A raiva começou a abandonar Lan Zhan. Aquele comportamento descrevia muito bem o irmão; o gosto pele aventura, pelo perigo.

— Prossiga — ele pediu.

Passageiro do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora