Capítulo 11

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Obs: capitulo grande, mas segurem as emoções que hoje é dia descobrir muitas coisinhas rs.

Nenhuma palavra de amor ou frases românticas poderiam ter afetado Wei Ying tanto quanto a resposta inesperada de Lan Zhan. Elogios podiam ser facilmente colocados de lado por qualquer pessoa segura de si. Mas, uma aprovação simples e sincera era diferente. Talvez fossem as velas, o vinho, a intimidade da pequena cozinha, ele não saberia dizer. Porém, antes que percebesse, já não estava mais em guarda.

— Eu não poderia ser de outro jeito.

— Poderia sim. Fico contente por ser como é.

— E quanto a você? — ele perguntou, sentando ao lado dele.

— Sou um advogado de trinta e cinco anos que acabou de perceber quanto tempo perdeu na vida. — Lan Zhan levantou a taça, num brinde: — Por tudo de bom que existe no mundo.

Embora não muito certo do que as palavras dele significavam exatamente, Wei Ying também levantou a taça.

— Você cozinha muito bem — Lan Zhan comentou, voltando a comer. — Me admira que não tenha aberto um restaurante.

— É que gosto ainda mais da água do mar.

— Então, aprendeu a cozinhar quando trabalhava no hotel?

— É. Nós fazíamos as refeições na cozinha e o cozinheiro ia me ensinando um pouco de tudo... Todos lá foram muito bons comigo.

Lan Zhan queria saber tudo sobre ele. Cada pequeno detalhe. Por isso mesmo, precisava agir com cautele.

— Quanto tempo ficou por lá?

— Dois anos.

— Depois, então, resolveu abrir a loja?

— Foi jogar com a sorte, mas deu certo.

— Como conseguiu? — Lan Zhan esperou até que Wei Ying o fitasse nos olhos. — Com o seu filho e tudo mais?

— Não entendo.

— Fico pensando em você... poucos ômegas passariam o que passou. Sozinho, grávido, tendo que começar uma vida nova.

— Você acha estranho?

— Muitas escolheriam outro caminho.

— Eu sei. — Wei Ying meneou a cabeça. — Mas para mim não havia outra opção possível. No começo fiquei muito assustado; no entanto, só encontrei gente boa em meu caminho. Talvez se não tivesse tanta sorte... imagine, entrei em trabalho de parto quando limpava o quarto 328. — Os olhos cinzas brilharam, como se ele visse alguma coisa maravilhosa. — Lembro que fiquei parado com as toalhas na mão, pensando: "Meu Deus, não arrumei nem metade dos quartos! " — Ele riu, voltando a comer.

— Quer dizer que ainda trabalhava no dia que Yuan nasceu? — Lan Zhan perguntou, perplexo.

— Claro. Era ômega saudável e sem nenhuma restrição.

— Conheço alfas que tiram o dia de folga só porque obturaram o dente.

— Acho que os ômegas têm mais fibra para esse tipo de coisa.

"Alguns ômegas", ele pensou. Então, em voz alta perguntou:

— E depois?

— Uma mulher com quem eu trabalhava conhecia a Sra. Alderez, que ficou tomando conta de Yuan durante o dia, quando voltei a trabalhar.

— Deve ter sido duro para você.

— A única coisa difícil era deixar Yuan. Porém, a senhora Alderez foi muito boa comigo e com meu filho. Foi assim que encontrei esta casa — completou.

Passageiro do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora