KARA
Estava tentando não estragar tudo.
Isso foi o que disse ao meu reflexo enquanto me vestia cuidadosamente para o meu primeiro dia de trabalho.
Claro, uma grande parte minha queria colocar uma minissaia, salto alto e uma blusa decotada e justa. Mas a parte racional minha escolheu uma camisa simples branca com o botão de cima desabotoado, com um lindo sutiã de renda avermelhado por baixo e uma saia recatada.
Eu precisava do trabalho.
Precisava parecer profissional.
Principalmente no começo.
Quer dizer, ninguém poderia me culpar se tivesse que me inclinar para pegar algo do chão e minha camisa muito profissional apenas se abrisse um pouco na frente de uma câmera.
Então esse era o plano.
Testar as águas, sentir um pouco de emoção, mas certificar-se de que tudo estava acima de qualquer tipo de reprovação. Precisava do dinheiro. E estava realmente empolgada em conseguir um emprego estável.
Conhecia muitos tipos criativos que pensavam que empregos das nove às cinco restringiam sua vibração, mas pessoalmente descobri que nada piorava a minha arte do que uma turbulência financeira. Constantemente me preocupando em como seria capaz de pagar uma conta que estava por vir, sempre me tirava da mentalidade da qual precisava realmente para fugir para o meu trabalho.
Esperava que um contracheque constante, e generoso, ajudasse a despertar um novo fervor, do tipo que conheci nos primeiros dias de minha carreira na faculdade, quando meu adorável padrasto tão generosamente ajudou a pagar minhas contas para que eu pudesse avançar na vida. Aqueles foram os momentos em que colocava meus suprimentos no meu lado do dormitório, em seguida, começava a trabalhar de manhã cedo, apenas parecendo sair do meu estado de transe algum tempo depois de escurecer, com os braços doendo, o estômago roncando, mas com épicas e belas peças de arte para mostrar.
Eu até vendi todas aquelas peças.
Agora?
Fazia meses que não vendia nada, nem mesmo as telas em promoções que as cafeterias e bibliotecas locais exibiam para mim. Então, eu seria a melhor governanta que alguém já viu. Que às vezes se curvava na frente de uma câmera ou deixava o decote da sua camisa aparecer. Mas como estaria sozinha quando acontecesse, ninguém poderia me culpar por isso.
Lena Luthor não teria ideia de que havia algum tipo de plano por trás de tudo isso. Isso era o que tornava tudo melhor, de qualquer maneira, a crença de que pegou outra pessoa em um momento privado e exposto. Não era tão divertido se soubessem que eu sabia que estava sendo observada.
Plano no lugar, fui a caminho da propriedade Luthor, parando para revirar os olhos para uma mensagem preocupada de Sam antes de silenciar meu telefone e enfiá-lo na bolsa que escondi em um canto da cozinha, uma vez que Anna me deixou entrar.
De lá, recebi minha própria chave, uma lista dos empregados domésticos e os deveres diários e semanais esperados antes que Anna se afastasse, me deixando sozinha na enorme mansão.
Não tinha feito nenhum tipo de tour oficial, então caderno na mão, andei pela casa, lembrando a mim mesma que não era bisbilhotar ao conhecer o lugar que estaria trabalhando, que se deveria limpar a toalete no térreo e o banheiro principal no primeiro, então certamente tinha o direito de descobrir onde todos estavam situados.
O resto da casa era muito parecido com o andar principal, um tipo discreto de clássico, sem confusão, sem babados, tudo em tons de cinza neutros ou brancos. Exceto, ao que parecia, o quarto principal.
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Voyeur - Lena Intersexual
FanfictionEu sabia sobre as câmeras. Ela não sabia que eu gostava de ser observada.