LENA
Ela era bonita pra caralho.
Eu ia matar Lis.
Claro, eu havia dado a ela a instrução de garantir que Anna escolhesse candidatas que fossem jovens e ágeis o suficiente para lidar com todo o trabalho doméstico e com as tarefas. Mas quis dizer alguém com menos de sessenta anos, já que uma vez ela tentou fazer com que sua própria tia-avó, apenas parcialmente móvel, assumisse o cargo.
Minha irmã, notoriamente egocêntrica e sem qualquer coisa semelhante a um osso sensato em seu corpo, de alguma forma ouviu isso como “encontre-me as mulheres mais jovens e atraentes que este país tem a oferecer e coloque-as na minha frente cinco dias por semana”.
Talvez fosse simplesmente ela interpretando mal uma ordem. Não seria a primeira, ou a última vez. Mas uma parte minha estava convencida de que ela estava fazendo isso deliberadamente. Por que, era a pergunta que eu precisava que fosse respondida, no entanto.
— Lis! — Chamei, sabendo que o som chegava a quase todos os cantos do primeiro andar, onde ela estaria à espreita, comendo um pouco de cereal de açúcar como se fosse uma menina de cinco anos em vez de uma mulher adulta. — Traga sua bunda aqui, — exigi, ouvindo o barulho de pés um momento antes dela entrar pela porta, me dando um sorriso.
— Você chamou?
— Que porra você pensa que está fazendo?
— Bem, estava tentando encontrar algo para comer.
— Você sabe o que quero dizer. A garota. O que você está fazendo?
— Contratando a governanta da sua casa. Como fui designada para fazer, chefe. — Aborrecia Lis, admitindo ou não, que eu era a única responsável pelas finanças da fortuna da família. Até tinha controle sobre quanto de seu fundo era entregue a ela e quando. Não porque fosse uma idiota controladora, embora Lis certamente fizesse esse argumento, mas porque nosso pai tinha sido sábio o suficiente para saber que sua filha mais nova gastava dinheiro como água e desperdiçaria qualquer grande quantia dada a ela em menos de um ano, a deixando desamparada para o resto de sua vida.
Ela trabalhava para mim porque eu sentia uma obrigação familiar. Lis cuidava da contratação e demissão da governanta da minha casa, bem como de um trabalho insignificante no escritório, fazendo coisas que não podiam acabar fazer a empresa parecer ruim por causa de sua pobre ética de trabalho.
Lis morava na casa da piscina no quintal, uma estrutura grande o suficiente para abrigar confortavelmente uma família de quatro pessoas, mas passava muito tempo na minha casa, encontrando maneiras de me irritar porque se sentia no direito de fazê-lo. O encanto que tinha naturalmente enganava a maioria das pessoas.
Mas eu não.
Eu conhecia a pirralha chorona e mimada por baixo, aquela que nunca desenvolveu a ética de trabalho que nosso pai possuía, e que ele havia passado para mim.
Dito isso, ela era minha irmã. Eu a amava, mesmo com os defeitos, mesmo com a dor de cabeça constante que me dava. Esperava que, ao ficar perto de mim por um tempo, alguns dos meus atributos de trabalho árduo passassem, e ela pudesse eventualmente levar mais a sério sua vida e futuro. Lis tinha isso dentro dela. Apenas escolheu seguir o caminho imaturo. Estava começando a me perguntar se Lis sempre faria isso.
— Existe alguma razão em particular para que todas tenham vinte e poucos anos?
— Um pouco de colírio para os olhos nunca fez mal a ninguém. Além disso, você tem que gostar dessa. É simplesmente o seu tipo.
Sim, esse era o problema.
Eu trabalhava muito, quase não tinha tempo para dormir, muito menos para sair e encontrar uma mulher. Então ter o equivalente na vida real da mulher dos meus sonhos aparecendo na minha maldita casa? Isso era um problema.
Normalmente eu tinha muito controle, mas não tinha cem por cento de certeza de que não iria atacar a mulher se ela quisesse, me tornando aquela idiota que torna a vida profissional de alguém um lugar desconfortável para se estar.
— E por que eu iria querer alguém que fosse meu tipo gerenciando minha casa?
— Você precisa transar, mana. — declarou ela.
— Isso pode ser novidade para você, mas você não fode mulheres que trabalham para você.
— Bem, ela foi contratada. Então você terá que lidar com isso agora. — declarou Lis, dando de ombros, saindo da sala.
Queria chama-la de volta, para discutir sobre isso, mas grande parte minha sabia que era inútil, nunca nos levaria a lugar nenhum. Ela nunca mudava, e eu ficaria chateada depois.
Lis estava certa sobre uma coisa, no entanto. Esta nova mulher foi contratada, e eu teria que lidar com isso agora, não deveria ser um problema tão grande.
Nenhuma das outras jamais foi.
Claro, não tinha ideia na época o que Kara Danvers tinha reservado para mim...
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Voyeur - Lena Intersexual
FanfictionEu sabia sobre as câmeras. Ela não sabia que eu gostava de ser observada.