Capítulo 07

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LENA

Eventualmente, o maldito empreiteiro interrompeu nosso debate animado sobre os melhores movimentos artísticos, um assunto pelo qual ela era decididamente mais apaixonada do que eu, mas que aprendi desde muito jovem, então poderia pelo menos me manter na discussão.

Eu estava gostando.

Reconheço que já fazia muito tempo que não gostava da companhia de uma mulher. Estive ocupada com o trabalho. Tínhamos uma grande fusão chegando que precisava dar certo. Não tinha nem mesmo compartilhado uma refeição com alguém na maior parte dos últimos seis meses, muito menos qualquer outra coisa além disso.

Que era o que iria culpar minha sessão de punheta assustadora e excitada. Frustração. Presa em meses negando a mim mesma algumas horas roubadas com uma mulher para conseguir uma liberação.

Foi só isso.

Quero dizer, sim, claro, Kara era objetivamente uma das mulheres mais lindas que já vi e, sim, ela tinha um puta problema de falhas em roupas por razões completamente além da minha compreensão, mas não era sobre ela em si, apenas sobre o que representava.

Feminilidade, sexualidade e disponibilidade. 

Era isso. Nada pessoal. Embora, por falar em pessoal, fosse absolutamente inaceitável que ela se masturbasse na minha casa durante o horário de trabalho. Seria motivo para demissão, com certeza.

Exceto que, assim que essa ideia surgiu na minha cabeça, mentalmente a afastei. Mas só porque ela era a melhor governanta que já tive. Essa era a única razão. Tinha acabado de pegar um café e estava voltando para o meu escritório para examinar algumas coisas depois que os empreiteiros e Kara finalmente foi para casa. 

E foi aí que algo pareceu errado. 

A cadeira na escrivaninha, decidi, olhando para ela. Ela estava toda empurrada para dentro. Estive em pânico demais para ir me limpar para empurrá-la para dentro.

Meu coração começou a bater forte no meu peito enquanto meu olhar foi para o meu laptop. Kara estava no escritório quando desci para abrir a porta para a pizza. Será que ela viu a filmagem no laptop? A imagem da câmera da sala íntima onde ela pensava que estava tendo um momento privado?

Não.

Não, se ela soubesse disso, de jeito nenhum ficaria para jantar e conversar. Ela teria saído correndo de casa e nunca mais olhado para trás. O que significava apenas uma coisa. 

Ela não tinha visto. 

A tela provavelmente havia se transformado em um protetor de tela no momento em que ela entrou. O alívio inundou meu corpo enquanto me dirigia para a mesa. Não foi até que estava na minha cadeira que acordei meu laptop de volta.

— Mas que... — Sibilei enquanto a tela piscava de volta. Não da sala íntima como esperava. Não. Do meu banheiro principal. Onde tinha ido depois de me masturbar para me limpar. Você ainda podia ver meu relógio no balcão que tirei antes de pular no chuveiro frio.

Não toquei no meu laptop quando me levantei. E o feed não pulava entre as câmeras. O que só poderia significar uma coisa. Kara estava me observando em uma situação comprometedora.

Não, não só isso.

Ela sabia que eu a estava observando em uma, e então me observou em uma. No entanto, não disse nada. E compartilhou uma refeição comigo. E falou sobre me ver depois do fim de semana. Que tipo de mulher queria voltar para um lugar cheio de câmeras que podiam observar cada movimento seu?

— Hah, — disse com um bufo, quando tudo começou a se encaixar.

Acho que seria o mesmo tipo de mulher que tinha tantos problemas de falhas “inocentes” nas roupas todos os dias. Quero dizer, os seios de ninguém ficavam para fora da camisa com tanta frequência quanto os dela. As saias de ninguém subiam exatamente para que pudesse ver sua bunda alta e redonda que ela nunca cobria com nada além de um fio dental quase imperceptível.

Kara era uma exibicionista.

Ela gostava de ser observada.

Sentia certa emoção em saber que as câmeras estavam por perto, que estava fazendo um show para elas, que eu poderia estar olhando para ela a qualquer momento, que ela poderia me deixar dura sem nem mesmo olhar para mim, ou estar perto mim.

— Cristo, — sibilei, passando a mão pelo rosto enquanto entrava na nuvem e encontrava a filmagem dela na sala. Não tinha certeza de como diabos não percebi isso antes. Como ela se posicionou cuidadosamente no sofá para que eu pudesse assistir enquanto fodia sua boceta, enquanto brincava com seus seios. Ela nem estava de frente para a TV que ligou antes de se sentar. Mas, em vez disso, a câmera.

Ela estava dando um show. 

Para mim.

Porque de alguma forma sabia que estaria assistindo. Porque queria que eu assistisse.

— Foda-se, — disse, recostando-me na cadeira, sentindo meu pau endurecer novamente com essas percepções. 

Tinha que despedi-la. Era a única coisa racional a fazer. Não podia continuar agindo como se minha funcionária não estivesse sacudindo seus peitos no trabalho para mim, que não estava me mostrando sua bunda a cada chance que tinha, que não estava se masturbando porque sabia que eu veria, e não seria capaz de me controlar, precisaria de algum alívio.

Não havia como manter alguém assim por perto. Isso mudava a dinâmica do poder, para começar. E em segundo lugar, era um processo à espera de acontecer se ela ficasse descontente por qualquer motivo. E, em terceiro lugar, e talvez o mais importante, não sobreviveria a vê-la em minha casa sabendo que eu não estava sendo assustadora. Que ela queria que a visse.

Não seria capaz de fazer isso.

Voyeur - Lena IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora