Capítulo 05

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LENA

Eu quase pensaria que ela estava fazendo isso de propósito. Com a frequência com que uma das câmeras a pegava curvada do jeito certo, ou sua saia subindo quando ela estendia o braço sobre sua cabeça.

Era constante.

Diário.

Mais do que algumas vezes ao dia.

Mas, é claro, ela não poderia ter feito isso de propósito. Isso não fazia sentido. Era apenas uma mulher fazendo um trabalho. Claro, depois do quarto dia consecutivo de falhas nas roupas, achei que talvez ela deveria decidir parar de usar camisas de botão, mas isso não significava que havia algo adverso acontecendo.

Dito isso, ela estava me matando.

Tinha minhas razões para as câmeras. Não só as coloquei e as esqueci. Todas as noites, enquanto comia meu jantar, as examinava rapidamente. Bem, costumava examiná-las rapidamente.

Agora?

Agora, me sentava depois de terminar o jantar, um copo de uísque ao meu lado, com a casa vazia e silenciosa. 

Assisto a porra das filmagens todas as noites. O que acabou fazendo com que me sentisse uma esquisita. Mas isso não me impediu de ir de cômodo em cômodo como Kara fazia, observando enquanto ela de alguma forma conseguia ser excepcionalmente eficiente e dolorosamente provocante ao mesmo tempo.

Quem parecia sexy ao limpar uma estante?

Aparentemente, Kara parecia. 

E aqueles seios dela pareciam ter uma mente própria, se libertando de cada blusa que ela vestia.

Às vezes, a mulher nem estava de sutiã, seus mamilos em plena exibição enquanto ela continuava a fazer seu trabalho, aparentemente alheia a estar exposta. Como, não sei. Mas nada sobre seu comportamento implicava que estivesse intencionalmente expondo seu peito ou se curvando e colocando toda a sua bunda em exibição para uma das câmeras.

Quando passei por ela no corredor, ela era pura inocência, completamente profissional. 

Sempre era Sra. Luthor isso. E Sra. Luthor aquilo.

Deveria tê-la despedido na primeira vez que assisti a uma daquelas imagens de segurança e meu pau endureceu, exigindo atenção, alívio. Era uma receita para o desastre que me encontrava com tesão como a porra de uma adolescente por uma mulher que trabalhava para mim.

Dito isso, não era culpa dela. 

E me sentiria como uma idiota despedindo-a por algo que ela não tinha nada a ver. Kara estava fazendo seu trabalho. E, admito, era provavelmente a melhor governanta que tive ao longo dos anos. Nunca tive que deixar um bilhete sobre algo que estava acabando ou alguma coisa que não estava sendo resolvida. A piscina estava mais limpa do que nunca. As folhas que estavam espalhadas na calçada que pareciam estar sempre lá por uma semana antes de alguém cuidar delas, já haviam sumido quando cheguei em casa à noite e nunca mais apareceram.

Aquele velho ditado de que uma boa ajuda é difícil de encontrar era verdade. Na minha experiência, a maioria das governantas da minha casa fazia o mínimo absoluto que podiam e ainda eram pagas. A musicista trazia seu violão e fazia vídeos ao vivo nas redes sociais por horas durante o horário de trabalho. A ilustradora passava pelo menos uma hora sentada à minha mesa rabiscando em seu bloco de desenho. Essa última, a atriz, estava constantemente tirando selfies em vários pontos da casa.

Mas sempre que Kara estava por perto, ela estava fazendo algo. Tirando o pó, varrendo, esfregando, limpando banheiros, reorganizando a despensa e os armários, indo ao mercado, voltando e tirando as compras. Ela estava ocupada desde o momento em que chegava até eu chegar em casa, quando parecia sair da névoa do trabalho. Talvez porque foi interrompida. Quase todos os dias, ela ficava sozinha, exceto nos dias em que Anna estava por perto, ocupada na cozinha. Naqueles dias, Kara saía do controle de Anna, indo limpar o andar de cima em vez disso. Ela parecia prosperar sozinha, ficava concentrada e lidava com as coisas.

Voyeur - Lena IntersexualOnde histórias criam vida. Descubra agora