Capítulo 19 - Caos, Reunião e contra-ataque

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Quatro dias haviam se passado desde o incidente, Vega estava deitada em uma maca, em um local que não conhecia. Ao abrir os olhos ela percebe a presença de um cavaleiro, não o cavaleiro brilhante que ela abomina, mas um com pele escura e vestimentas brancas. Seu rosto era sereno e nele junto de seus olhos cor de mel, havia uma tatuagem alva que cobria o meio e os olhos do homem formando uma cruz. A tatuagem chegava até o começo de seus cabelos crespos com fios marrons.

- Finalmente acordou? - a voz do homem era serena e calma. - Ainda está dolorida em alguma parte?

Vega encarava ainda mais aquela figura que estava ao seu lado, suas roupas e armadura pareciam ser pesadas, mas ele se movia com extrema tranquilidade. Ele molhava alguns tecidos e removia as bandagens dos braços da jovem. Apesar de ter acabado de acordar, ela não sentia nenhum tipo de dor em seu corpo.

- Está tudo bem? - o homem se aproximou mais ainda dela. - Consegue falar?

Só neste momento que a jovem espadachim percebeu que ficou calada por todo o momento, vendo o homem chegar tão próximo e a encarar tão avidamente com seus olhos, ela corou.

- Hã, sim - Vega disse sem graça. - Não sinto dor alguma, estou bem.

- Fico feliz - Ele voltou a se recostar na cadeira. - Posso te fazer uma pergunta que pode soar estranho?

Antes mesmo que Vega pudesse responder ele voltou a falar.

- Você tem alguma estrela que te ajude com pequenos ferimentos? - Ele dobrou as bandagens depois de espremê-las. - Ou talvez ... Não sei o que poderia ser, fato é que mesmo enquanto dormia suas feridas parecia se recuperar bem rapidamente.

- Eu ... - Vega parou para pensar por um segundo, mas não sabia como responder o homem. - Não faço ideia.

A única coisa que vinha na cabeça de Vega que talvez fosse a resposta, era o sonho estranho que ela costumeiramente tinha. O sonho sobre o lago e o cisne negro que parecia sempre revitalizar seu corpo ao abraçá-lo, mas não é possível que sonhos se tornem realidade assim tão fácil.

Na maca ao lado de Vega, havia uma elfa, mas ela só sabia que era dessa raça por conta das longas orelhas que eles possuem. O rosto estava completamente enfaixado, deixando aberturas apenas para um dos olhos, suas íris eram vermelhas assim como as de Vega.. A jovem conseguiu notar, mesmo através das faixas, uma cicatriz de queimadura que parecia ser recente, mas diferente de uma cicatriz de queimadura comum, a pele parecia estar lilás. A mulher deitada pareceu perceber o olhar de Vega, seus olhos se encontraram, nesse momento a jovem sentiu um leve desconforto em seu coração..

- Vocês se conhecem? - o cavaleiro que já tinha terminado seus afazeres se levantou do banco. - Ela também se acidentou durante a catástrofe. Muitas pessoas se machucaram, mas por ordem superior só vocês duas estão separadas nessa sala.

Vega apenas balançou a cabeça negativamente para a pergunta, mas mais do que conhecer a elfa, ela queria saber o nome do cavaleiro que tratou suas feridas, foi então que a jovem perguntou:

- Quem é você?

- Eu me chamo Wox, sou o paladino guardião deste templo. Eu junto com a sacerdotisa Qorix tomamos conta do local.

- Prazer em conhecê-lo, Wox. Agradeço enormemente por ter tratado de minhas feridas.

- Eu não precisei fazer muito, você deveria agradecer mesmo é esse sua estrela guia e também a Khayla que te trouxe até aqui - o paladino saiu da sala ao terminar a frase.

Quando o paladino saiu da sala, Vega mais uma vez voltou a atenção para a elfa que a encarava durante todo o tempo. Ela notou a pele pálida da elfa, quase da cor dos lençóis e travesseiros do local. Algo incomodava a jovem espadachim, mas antes que pudesse saber o quê, uma bestial entrou na sala.

Tríplice DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora