Estou sentado esperando por ele para o café da manhã. Escuto um barulho e o vejo entrando na cozinha com os olhos semicerrados.
— O que foi? - Pergunto.
— Eu dormi.
— Você estava muito casando. - Suspiro.
— Acordei na minha casa e sem roupa.
Arqueio a sobrancelha.
— Eu acho que é um costume tirar a roupa do marido na noite do casamento.
Seu rosto automaticamente ganha um tom rosado e minha única reação é rir.
— Eu só queria deixar você confortável, você me ajudou e quando terminamos eu te cobri e saí do quarto.
— Oh.
Ele se serve um café e senta ao meu lado na bancada.
— Hoje vamos atrás do seu presente de casamento. - Pete me encara confuso. - Vamos adotar a bola de pelos.
Seus olhos brilham de felicidade e ele começa a sorrir de orelha a orelha até de repente ficar um pouco sério.
— Eu também quero outro presente que vai custar um pouco de seu tempo. - Ele diz.
Eu sei muito bem o que ele quer dizer com aquilo. Pete quer que eu cumpra a minha promessa.
— Você não vai esquecer, né?
— Não vou, eu já te contei a minha história e agora quero saber a sua. - Ele ergue o queixo demonstrando sua teimosia. - Você prometeu.
Apoio a minha caneca de café com mais força que o necessário.
— Certo. - Inspiro fundo. - Meu pai era um rico mimado e babaca. - Dou risada, virando-me para olhar para ele com intensidade. - Tal pai, tal filho.
Pete sai da bancada e se senta no sofá da sala para escutar minha história. Viro o rosto porque não quero mais encará-lo.
— Ele era muito inconsequente e vivia no mundo. Chegou um dia que meu avô chamou a atenção dele e disse que se ele não o desse um neto ele iria tirar o dinheiro dele. Meu pai se casou por isso.
— Nossa, aposto que seu avô ficou feliz pelo casamento. - Ele murmura.
— Não o suficiente, os dois eram iguais. Viviam em festas e eram muito bons em gastar dinheiro. - Vou para perto dele e me sento a sua frente. - Meu avô ficou furioso com isso e ameaçou ele. Disse que se em um ano não tivesse um neto no colo dele, ele iria tirá-lo do testamento.
— Seu avô parece autoritário.
— Puxei dele.
Ele vira os olhos e faz um sinal para eu prosseguir.
— Então eu nasci.
— Obviamente.
Encaro ele.
— Não nasci do amor, Pete. Nasci da cobiça. Eles não me queriam e nunca quiseram.
— Seus pais... não te amavam?
— Não.
— Vegas...
Ergo a mão.
— Eu sempre ouvi isso deles mesmos. Que eu era uma inconveniência. Escutei isso a minha infância toda. Eu só estava lá para eles usufruírem do dinheiro do meu avô. Fui criado por babás, às vezes a minha avó me levava para passar as férias com ela, mas quando eu tive idade suficiente, fui mandando para um internato.
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The Contract
RomanceVegas é um executivo arrogante que após ser passado para trás pelo seu chefe resolve criar um plano para se vingar. Para pôr o plano em prática ele precisará da ajuda do seu assistente pessoal Pete - a sua perdição.